Antiga Catedral do Rio de Janeiro, posto que passou a ser ocupado pela Catedral Metropolitana de São Sebastião em 1976, a atual Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé foi construída em 1760, no espaço que por volta de 1590 existia uma capelinha dedicada a Nossa Senhora do Ó e que fora doada à Ordem Carmelita. Voltada para o mar, seguindo a tradição na época da colonização pelos portugueses, o templo contemplava Portugal do outro lado do oceano.
Em 1808, com a chegada de D. João VI ao Brasil, o templo foi transformada em Capela Real. Tempos depois, em 10 de dezembro de 1822, após a proclamação da independência do Brasil e com a coroação de D. Pedro I como imperador, passou a ser Capela Imperial onde aconteceu a sua coroação e o casamento da princesa Isabel com o Conde D’Eu em 15 de outubro de 1864.
Conheça melhor esta igreja “dourada”, mais uma do Rio, com a sua história contada no texto editado da Wikipédia:
(Fotografia de/photos by Rogério P D Luz)
A Igreja Nossa Senhora do Carmo, à esquerda, fica ao lado da Igreja da Ordem Terceira do Carmo, à direita,
Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé
A Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé foi a sede episcopal da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro até 1976, quando foi concluída a nova Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro, razão pela qual também é referida como Antiga Sé.
A igreja localiza-se em frente à histórica Praça XV de Novembro, ao lado dos edifícios coloniais do antigo Convento do Carmo e da Igreja da Ordem Terceira do Carmo (que é mais propriamente a igreja cujo titular é Nossa Senhora do Monte do Carmo).
Em foto provavelmente do início do século XX ou final do século XIX, a igreja é a da esquerda, diante da Praça XV.
Antecedentes
A igreja remonta à primitiva capela do vizinho Convento do Carmo, um dos mais antigos da cidade, fundado ainda no século XVI.
Quando os carmelitas chegaram à cidade, por volta de 1590, foi-lhes doada uma capelinha dedicada a Nossa Senhora do Ó, na então Rua Direita (atual Rua 1º de Março), perto da praia, local do atual templo. Ao longo dos séculos XVII XVIII, os frades construíram um grande convento ao lado da capela, edificação ainda existente, apesar de parcialmente descaracterizada.
A Igreja de Nossa Senhora do Carmo
A primitiva capela deu lugar à atual igreja a partir de 1761. As obras, a cargo do Mestre Manuel Alves Setúbal, estenderam-se por quinze anos, tendo o novo templo sido sagrado em 22 de Julho de 1770, com uma procissão solene.
A talha dourada em estilo rococó do interior, de grande beleza, foi realizada por mestre Inácio Ferreira Pinto a partir de 1785.
Sagração de D. Pedro I na Capela Imperial em 1822. Pintura de Jean Baptiste Debret. (Wikimedia Commons)
Capela Real e Catedral
Como a chegada da família real portuguesa e de sua corte ao Rio de Janeiro, em 1808, o vizinho Paço dos Vice-Reis (atual Paço Imperial) foi utilizado como casa de despachos da corte. A rainha D. Maria I (1777-1816) foi instalada no também vizinho Convento do Carmo, sendo ambos os edifícios ligados por um passadiço elevado (hoje inexistente) sobre a Rua Direita. Por ser o templo mais próximo, D. João VI designou a Igreja de Nossa Senhora do Carmo como nova Capela Real Portuguesa e, pouco mais tarde, também como Catedral do Rio de Janeiro, condição que manteve até 1976, quando foi inaugurada a Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro, na Avenida República do Chile.
Como capela real, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo foi palco de importantes eventos, como a sagração de D. João VI como rei de Portugal, em 20 de março de 1816, após a morte de D. Maria I. Ali também o príncipe D. Pedro, futuro imperador do Brasil, recebeu sua esposa D. Leopoldina de Áustria, no dia 6 de novembro de 1817, com quem se tinha casado por procuração alguns meses antes na Itália.
Nesse período, a igreja teve muita importância no desenvolvimento da música erudita no Rio de Janeiro. Foram regentes e compositores da Capela Real o brasileiro Padre José Maurício Nunes Garcia e o português Marcos Portugal.
Capela Imperial
A fachada foi completada apenas por volta de 1822 pelo arquiteto português Pedro Alexandre Cavroé, que deu ao edifício um frontão elevado em estilo clássico.
Após a Independência do Brasil, a igreja passou a ser a Capela Imperial e sediou as cerimônias de sagração dos imperadores D. Pedro I e D. Pedro II, bem como o casamento da Princesa Isabel com Louis Phillippe Gaston d’Orléans, o Conde D’Eu, em 15 de outubro de 1864.
Cerimonia de aclamação de Isabel como regente em 1887 na Igreja de Nossa Senhora do Carmo (Wikimedia Commons)
Para permitir a ligação da Rua do Cano (atual Rua 7 de Setembro) com o Largo do Paço, em 1875 (1857 segundo outros autores), foram demolidas a torre e a portaria do antigo convento. Um passadiço elevado conectou os dois edifícios até 1890.
Por determinação do Cardeal Arcoverde, a torre foi reconstruída em 1905 (foto abaixo) e, em 1910, construiu-se o frontispício voltado para a Rua 7 de Setembro. Estas obras afastaram o conjunto das suas linhas originais.
Perda da Sede Episcopal
Em 1976, quando a Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro foi concluída, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo perdeu a sua condição de catedral, sendo, a partir daí, também chamada a Antiga Sé.
Catedral (atual) de São Sebastião que passou a essa condição em 1976 no lugar da Igreja de Nossa Senhora do Carmo
Características
Interior do templo
A fachada principal da igreja é um tanto assimétrica devido ao posicionamento da torre, longe do corpo central. Por volta de 1900, a fachada e a torre foram muito alteradas; apenas o primeiro andar da fachada, com os três portais em estilo pombalino lisboeta, é ainda original. A estátua em um nicho da fachada representa o santo padroeiro da cidade, São Sebastião. A torre, reconstruída entre 1905 e 1913 pelo arquiteto italiano Rafael Rebecchi, é encimada por uma estátua, em bronze, de Nossa Senhora da Conceição.
No interior, as paredes da nave única possuem uma série de capelas laterais profundas separadas por pilastras. Sobre cada capela, há um balcão (tribuna) que se alterna com pilastras contendo telas ovais com pinturas dos apóstolos, de autoria do pintor colonial José Leandro de Carvalho. O teto, de madeira curvada, é subdividido em tramos que acompanham as divisões da nave. Sobre cada balcão, há uma abertura no teto (luneta) que permite a entrada de luz. No fundo da nave, encontra-se a capela-mor, separada desta por um arco-cruzeiro.
A decoração do interior é a principal atração artística do edifício, graças ao magnífico trabalho de talha dourada de feição rococó que cobre a capela-mor, arco-cruzeiro, capelas laterais, nave e teto. A talha, de grande unidade de estilo, foi executada a partir de 1785 pelo escultor Inácio Ferreira Pinto, um dos maiores artistas do Rio de Janeiro colonial. A estética rococó da talha é evidenciada pelo tipo e distribuição dos ornatos, repartidos em painéis com molduras douradas, que não chegam a cobrir toda a superfície, permitindo o contraste entre o dourado e os fundos brancos e transmitindo uma sensação de elegância.
Num jazigo que fica abaixo da capela do santíssimo, se encontram depositados, desde 1903, em uma urna de chumbo, parte dos restos mortais de Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil, que jazem na Igreja de Santa Maria da Graça, em Santarém, em Portugal.
Em dois dos sete sinos no campanário, encontra-se gravada a data de fabricação: 1623. Um desses sete sinos foi fundido por João Batista Jardineiro em 1822, ostentando as armas da família real portuguesa e a inscrição D. João VI.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Não poderia este blogue deixar de fazer mais um registo histórico de uma tradição mantida na Macau do ano de 2023, hoje, território da República Popular da China. Assim, o nosso colaborador, Manuel V. Basílio, macaense residente em Macau, nos dá o relato, com fotos, sobre a procissão de Nossa Senhora de Fátima realizada no […]
No Anuário de Macau do ano de 1962, nas páginas finais, vários anúncios publicitários encontravam-se publicados, os quais, reproduzimos abaixo para matar as saudades de quem viveu aquela época de ouro, ou então, para curiosidade daqueles que possam se interessar em conhecer, um pouco mais, aquela Macau de vida simples, sem modernidade, mas, mais humana.
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