A caminho da Praça da Sé, vindo do Elevador Lacerda, em Salvador, Bahia, no número 6 da Rua da Misericórdia, está localizada a Igreja e Museu da Misericórdia, da Santa Casa, que é mais uma das igrejas do rico roteiro religioso da cidade. Na visita guiada por monitores, percorre-se pela igreja, sacristia, sala de reuniões, galeria de arte e museu com várias obras de valor inestimável, além do que foi relacionada à atividade da instituição da Santa Casa nos tempos antigos.
A Igreja e Museu da Misericórdia tendo ao fundo, o prédio branco do Palácio Rio Branco na Praça Tomé de Souza onde se encontra o Elevador Lacerda.
Fotografias de/photos by Rogério P D Luz
Fontes de consulta e extração parcial de texto atribuídas no final da postagem
No início era uma capela no interior da enfermaria. Após, o primeiro templo foi construído por volta de 1560 que no final do século XVI e início do século XVII, provavelmente, ficou bastante danificado após sofrer vários bombardeios de ingleses e holandeses.
A atual Igreja da Misericórdia, ou, Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia, teve as obras iniciadas em 1654 no mesmo local do antigo templo erguido por Tomé de Souza. As obras, custeadas pelo provedor Francisco Mendes do Sim, duraram vários anos e a partir de 1722 foram realizadas obras de complementação e embelezamento com a colocação de azulejos das paredes das naves e, em 1728, foi ordenado a conclusão da torre. Em 1733, decorou-se o forro do coro de cima, com florões de talha, pintura e douramento. Em 1735, concluiu-se a talha da capela mor.
Além da Igreja, no conjunto arquitetônico foram construídas dependências para assistência social, sacristia, claustro e a bela sala do Consistório. Em 1716, foi inaugurado um recolhimento para mulheres.
O templo, considerado um marco da arte portuguesa na Bahia, foi palco dos sermões do padre Antônio Vieira. Tombada pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, como parte integrante do conjunto arquitetônico Paço da Misericórdia, a Igreja tem o altar mor em estilo rococó, a imaginária barroca com imagens de Nossa Senhora da Conceição, Santa Luzia, Santana Mestra, Santo Antônio, Santos Cosme e Damião e anjos tocheiros, painéis de azulejos portugueses, pinturas a óleo sobre tela de autoria de José Joaquim da Rocha, altares laterais de estilo neoclássico, assim como o cadeiral e crucificados em marfim e prata do século XIX. Painéis de azulejos portugueses retratam a Procissão do Fogaréu e a Procissão dos Ossos, datados do século XVIII;
Inaugurado em 2006, o Museu da Misericórdia está instalado em imponente palacete do século XVII que já abrigou o primeiro hospital da cidade, o Hospital da Caridade, primeira unidade de saúde do estado, cuja história começa no mesmo ano em que nasceu a capital baiana, em 1549. Pelos seus corredores e salões repletos de painéis, telas, alfaias, imaginárias e mobiliários, pode-se ver sempre algo que reconte eventos de saúde, políticos e sociais da cidade de Salvador. É um legado de 469 anos de história, com obras que contextualizam do século XVII até os dias atuais.
No local, o visitante pode ver quadros do expoente pintor barroco José Joaquim da Rocha, a retratar a Paixão de Cristo, bem como a Loggia (século XVIII) que é um espaço arquitetônico de concepção italiana feito com mármore português e em mármore italiano, espanhol e francês nas escadarias e arcadas enfeitadas com flores coloridas, que conferiu ao prédio do Museu o tombamento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 1938. Ainda no seu acervo, a Farmácia com um armário de 1867, exclusivamente construído para armazenar frascos com substâncias farmacêuticas do Hospital da Caridade. O Museu da Misericórdia também possui o primeiro carro movido a gasolina da Bahia e o mais antigo em exposição no Brasil.
Entre as peças relacionadas a personalidades estão a cadeira feita exclusivamente para a visita de D. Pedro II, em 1859 e a escrivaninha de Ruy Barbosa, que foi funcionário da Santa Casa da Bahia. O Museu da Misericórdia ainda conta com quadros que retratam Antônio de Lacerda, projetista e executor da obra do Elevador Lacerda e Raimunda Porcina de Jesus, que alforriou os escravos da Filarmônica dos Chapadistas. Uma réplica da primeira Roda dos Expostos do Brasil, implantada pela Santa Casa da Bahia em 1734,com painel que conta a sua história.
A Santa Casa da Misericórdia foi fundada em Lisboa, em 1498, pela Rainha D. Leonor (1458-1525). A instituição tem origem católica portuguesa, embora não seja diretamente subordinada à Igreja. Hoje, a Santa Casa está presente em várias cidades do Brasil e do mundo, com seus hospitais.
A Santa Casa da Misericórdia de Porto Seguro foi a primeira do Brasil, mas a de Salvador é historicamente a mais importante. Na Bahia, até o século 19, foram fundadas Santas Casas em pelo menos 12 cidades, incluindo também a de Ilhéus, fundada em 1564.
A Santa Casa da Misericórdia da Bahia, em Salvador, foi fundada em 1549, mesmo ano de fundação da Cidade. Existiam dúvidas quanto ao seu ano de fundação, até 1937, quando foram publicadas as folhas de pagamento, de 1549 a 1551. Por elas, sabe-se que a Irmandade da Santa Casa da Bahia já estava organizada em julho de 1549, mas, provavelmente, desde abril. O Hospital era dedicado a São Cristóvão, mas era conhecido como o Hospital da Santa Casa. Em 1893, o Hospital foi transferido para o Santa Izabel, em Nazaré (texto de PelourinhoDiaENoite).
O altar mor em estilo rococó, a imaginária barroca – que possui imagens de Nossa Senhora da Conceição, Santa Luzia, Santana Mestra, Santo Antônio, Santos Cosme e Damião e anjos tocheiros.
Os altares laterais de estilo neoclássico
Painéis de azulejos portugueses em estilo barroco retratam a Procissão do Fogaréu e a Procissão dos Ossos, além de figuras de convite ou de guarda, datados do século XVIII
A Arte Religiosa nos corredores laterais da Igreja no andar superior
As arcadas do pátio principal em pedra de cantaria e no centro, a Estátua da Caridade.
A Sacristia foi construída no Século XVII e o mobiliário é de jacarandá. Sobre a mesa, a imagem de São Jorge com uma particularidade, sem cavalo e o dragão.
Sala de reunião do Provedor com membros da administração que tem a cadeira de jacarandá, com estofamento em veludo vermelho, especialmente confeccionada para receber Dom Pedro II, o Imperador do Brasil.
Em exposição, o mobiliário do Século XIX da antiga farmácia de manipulação do Hospital de Caridade com variados potes e frascos.
Réplica da Roda dos Expostos que possui um cilindro destinado a recolher, em anonimato, crianças doentes abandonadas nas ruas de Salvador durante a grande peste de 1734. Veja o histórico completo na segunda foto abaixo.
Sala que expõe as obras do pintor e dourador José Joaquim da Rocha que fundou no Século XVIII a Escola Baiana de Pintura. As pinturas a óleo sobre telas retratam os passos da Paixão de Cristo.
Espaço arquitetônico de concepção italiana feito com mármore português. Nas escadarias e arcadas enfeitadas com flores coloridas em mármore italiano, espanhol e francês, o que conferiu ao Museu da Misericórdia o tombamento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1938. Pelas suas arcadas pode-se contemplar a Bahia de Todos os Santos.
O corredor após a Loggia com obras de arte
Vistas panorâmicas das janelas do Museu
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Não poderia este blogue deixar de fazer mais um registo histórico de uma tradição mantida na Macau do ano de 2023, hoje, território da República Popular da China. Assim, o nosso colaborador, Manuel V. Basílio, macaense residente em Macau, nos dá o relato, com fotos, sobre a procissão de Nossa Senhora de Fátima realizada no […]
No Anuário de Macau do ano de 1962, nas páginas finais, vários anúncios publicitários encontravam-se publicados, os quais, reproduzimos abaixo para matar as saudades de quem viveu aquela época de ouro, ou então, para curiosidade daqueles que possam se interessar em conhecer, um pouco mais, aquela Macau de vida simples, sem modernidade, mas, mais humana.
Páginas digitalizadas do Anuário de Macau, Ano de 1962, o que aparentemente foi o último da série, ficamos aqui a conhecer quem eram as pessoas que ocuparam cargos no – Governo da Província e Repartições Públicas. Mesmo passados mais de 60 anos, agora que estamos na década com início em 2020, muitos nomes ainda estão […]
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