Cronicas Macaenses

Blog-foto-magazine de Rogério P D Luz

Santos-SP

Costa Victoria em Porto Belo. O navio transporta até 2.370 passageiros

Já é o 2º ano que passamos o Natal no mar. Gostamos tanto do nosso 1º cruzeiro marítimo em 2010 pelo navio MSC Armonia, que decidimos repetir em 2011, só que desta vez pelo Costa Victoria.  E neste ano queremos novamente repetir a dose, mudando de companhia marítima, talvez a Royal Carribean.  O acidente com o Costa Concordia assusta mas não muda a disposição, pois se fosse para ficar temeroso, nunca viajariamos mais de avião, carro, etc., por conta dos desastres que ouvimos a toda hora.

Comparando os dois navios e empresas, a Costa bateu o MSC pela qualidade da alimentação e a sua frequência, a quase toda hora tem algo para comer e beber, perdendo apenas no atendimento.  Havia menos funcionários no Costa em todas as áreas.  Talvez o Armonia fosse mais aconchegante que o Victoria nos ambientes, e é melhor na recreação. Mas em geral, se fosse para optar entre as duas, preferiria o Costa por conta da boa comida pela variedade e qualidade.

Em 2011, o roteiro de 8 dias (no MSC foram 9 dias) escolhido foi praticamente igual ao de 2010 pelo MSC: Brasil, Argentina e Uruguai, e se calhar, repetiria em 2012.  Gosto desses países banhados pelo Rio da Prata que falam o castelhano. Assim em 2011, a partida foi no porto de Santos, que falo nesta postagem, seguindo para o Rio, e de lá numa viagem de 2 dias, segue direto para Buenos Aires/Argentina.  Montevideo foi a próxima parada (o MSC parou em Punta Del Este) e depois Porto Belo (MSC para em São Francisco do Sul), ambas cidades litorâneas do Estado de Santa Catarina/Brasil.

(todas fotografias de Rogério P.D. Luz)

SANTOS – ESTADO DE SÃO PAULO/BRASIL: a partida e o retorno após 8 dias de cruzeiro

Santos/Estado de S.Paulo, porto de partida, possui o maior jardim à beira-mar do mundo: sete quilômetros na orla.

Santos fica a 77 km da cidade de São Paulo e em 2010 tinha 420 mil habitantes para uma área de 280,300 km2. Se olharmos Macau, que tem cerca de 550 mil habitantes para uma área por volta de 30 km2 ou pouco mais, é assustador como a minha terra natal está superporvoada.

O porto de Santos é o maior da América Latina. Por aqui desembarcaram muitos imigrantes como este autor do blog, em 1968

Pelo porto de Santos partem os navios de cruzeiro de várias companhias.  Chegam a ficar 5 navios atracados para embarque no mesmo dia, somando mais de 10 a 13 mil passageiros, quase que simultaneamente.

Pelo canal de Santos que dá acesso ao porto, navegam os navios tão altos quanto a vários prédios

a cidade tem boa qualidade de vida e é um sonho de moradia para muitos, após a aposentadoria

No canal de acesso ao porto fica a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande construída em 1584 pelos portugueses

bye bye Santos, até o retorno daqui a 8 dias

Conheça Santos (fonte: portal da cidade de Santos)

Santos é uma das cidades mais antigas do Brasil, portanto histórica, mas também cosmopolita, portuária e ecológica. Seu povoamento começou por volta de 1540 e o passado deixou legados preciosos em casarões, museus e igrejas, destacando-se a Bolsa Oficial do Café, marco da riqueza da cidade. Santos abriga o maior complexo portuário da América Latina, construído no início do século XX, fase de grande progresso como escoradouro de café. Suas praias são limpas, com jardins coloridos, entremeados de amendoeiras e palmeiras. Decretos, leis e iniciativas resgataram seu velho charme de cidade litorânea ecologicamente correta. Santos oferece ainda vida cultural intensa, um centro comercial dinâmico, bares movimentados, restaurantes requintados e todo o conforto de um moderno centro turístico.

Elevada a Vila em 1545, Santos tem sua origem relacionada com a chegada dos primeiros colonizadores portugueses ao Brasil, na expedição de Martim Afonso de Souza. Este veio distribuir, entre os fidalgos que o acompanhavam, as terras ao redor da Ilha de São Vicente. Dentre eles estava Brás Cubas oficialmente fundador de Santos.  Do povoado partiram muitas bandeiras, que penetraram no interior do território brasileiro, em busca de riquezas. Em nosso porto também desembarcaram, no início deste século, novos colonizadores: os imigrantes, oriundos de diversas partes do mundo.

Terra da Caridade e da Liberdade, Santos teve a primeira Santa Casa de Misericórdia da América. É berço de figuras de renome, como os irmãos Bartolomeu e Alexandre de Gusmão e os irmãos Andradas, dentre os quais se projetou José Bonifácio de Andrada e Silva, personagem maior da Proclamação da Independência.  Graças a seus filhos ilustres e ao espírito comunitário, Santos sempre se destacou na história nacional, ora envolvida na libertação dos escravos, ora lutando pela independência do País.

Santos tem inúmeros monumentos históricos, compostos por azulejos e mármores, máscaras e estátuas, pinturas em tela e afrescos, altares e túmulos, gradis de ferro e postes de iluminação, pormenores que valorizam as obras. Eternos observadores, os rostos esculpidos nas fachadas testemunham a preservação do acervo. No Centro de Santos permanecem ainda alguns trabalhos do pintor e historiador Benedicto Calixto, dentre eles os painéis do Salão dos Pregões da Bolsa Ofifical de Café, de 1922.

A arte Sacra se manifesta em igrejas coloniais, barrocas, neogóticas e no museu instalado no Mosteiro de São Bento, que guarda relíquias como a imagem de Santa Catarina de Alexandria, do século XVI, que assistiu a fundação de Santos e, segundo a lenda, chegou a proteger a cidade de um ataque de piratas.

O Outeiro de Santa Catarina é o local do marco inicial da povoação da cidade. O pequeno monte, significado da palavra outeiro, foi dado pelo Capitão-Mor Antônio de Oliveira aos primeiros povoadores do lugar em 1539. Mais tarde Brás Cubas, o fundador de Santos, adquiriu as terras virgens junto ao local, para construir um novo ancoradouro. No século XVI, Luiz de Góes e sua esposa, Catarina de Aguillar, uma família que morava próximo do local, construíram na base do morro a capela de Santa Catarina de Alexandria, a primeira de Santos e que em 1540 se tornou a primeira matriz. Quando o corsário inglês Tomas Cavendish saqueou a vila, em 1591, a capela foi destruída e a imagem da santa, jogada ao mar. Em meados do século XVII, a peça foi resgatada por escravos e, em 1663, iniciou-se a reconstrução da capela, agora no topo do outeiro. Ao longo dos séculos XVIII e XIX, o morro foi sendo desbastado para a obtenção de aterro para construção do porto. A igreja foi demolida. Entre 1880 e 1884, o médico João Éboli, estabelecido em Santos, mandou construir uma casa acastelada sobre o bloco de pedra restante. Após longo processo de decadência, o local foi tombado em 1985 e reconstruído pela Prefeitura em 1992.  Hoje abriga a sede da Fundação Arquivo e Memória de Santos, instituição responsável pela gestão dos arquivos públicos e da memória não edificada da cidade.

No Pantheon dos Andradas, construído ao lado do Conjunto do Carmo, está o jazigo de José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência, e de seus irmãos Antônio Carlos, Martim Francisco e Padre Patrício Manuel. O prédio inaugurado em 7 de setembro de 1923, conta com monumento projetado pelo escultor Rodolpho Barnadelli e executado na Itália. Além das urnas, o templo cívico apresenta quadros em bronze com cenas da História do Brasil e inscrições de frases dos irmãos Andradas.

Foi o Centro Histórico, compreendido pelo quadrilátero entre as ruas São Bento, São Francisco, Constituição e o cais do Porto, que primeiro viu surgir uma cidade próspera, vanguardista e, acima de tudo, bonita. Prédios, praças, ruas e vielas até hoje compõem um cenário que se caracteriza como conjunto arquitetônico dos mais importantes dentre os remanescentes no Brasil. Do simples colonial ao rebuscado barroco, da austeridade vitoriana à suntuosidade neoclássica, a diversidade de estilos marca presença nas fachadas.  O estado de preservação caracteriza os imóveis construídos para ocupação militar, residencial, comercial ou religiosa, já que a cidade se concentrava naquela região até o final do século passado. Com o crescimento do porto e a instalação da Ferrovia Santos-Jundiaí, houve necessidade de sanear o restante da ilha, o que levou ao deslocamento da população para a praia.

Santos é, enfim, uma cidade cheia de cultura impressa em seus monumentos, museus e artes. Cidade sempre preparada para receber turistas o ano inteiro, dispõe de muitas formas de lazer, entretenimentos, comércio, hospedagens, passeios, etc. Em 1998, a Organização das Nações Unidas apontou a cidade de Santos como a primeira no estado de São Paulo em qualidade de vida, e a terceira do Brasil.

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Autoria do blog-magazine

Rogério P. D. Luz, macaense-português de Macau, ex-território português na China, radicado no Brasil por mais de 40 anos. Autor dos sites Projecto Memória Macaense e ImagensDaLuz.

Sobre

O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.

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