Dos inúmeros atrativos da Cidade Baixa de Salvador, capital do estado da Bahia, Brasil, dois deles se destacam: o Mercado Modelo e o Elevador Lacerda que faz a ligação com a Cidade Alta.
Como a primeira capital do Brasil, construída a partir de 1545 como cidade-fortaleza, destinada à administração colonial e comércio, seu crescimento deu-se em dois planos – a Cidade Baixa, compreendida pelo Bairro da Praia com uma comprida rua que dividia o porto e as casas comerciais – e a Cidade Alta, onde estavam os bairros de São Bento (incluindo Sé), Palma, Desterro, Saúde e Santo Antonio Além do Carmo. A cidade, assim, cresceu ao longo do seu litoral, embora a chamada “mancha matriz” tenha surgido no alto da escarpa acima 65 metros da faixa litorânea.
– Fotografia de/photos by Rogério P D Luz –
MERCADO MODELO
O Mercado Modelo é um atrativo de Salvador que todo turista quer visitar para comprar lembranças da Bahia, dentre elas rendas, berimbaus e todo tipo de artesanato produzido no estado. No porão ficavam os escravos vindos da África enquanto aguardavam serem leiloados. O porão é repleto de placas de concreto com cerca de 30 centímetros de altura do chão, para que o turista possa ali passear mesmo quando a maré está cheia, pois é comum o porão encher-se de água do mar neste momento. Os arco com os tijolos a mostra — e que servem de estrutura para o Mercado Modelo — fazem belas composições quando refletidos no espelho d’água.
História
Em 1861, na Praça Visconde de Cairu, no Edifício da Alfândega foi construído, com uma rotunda (grande sala circular com um teto abobadado) na extremidade traseira, onde os navios ancorados descarregavam suas mercadorias. Em 1971, um mercado começou a operar no Edifício da Alfândega, e treze anos depois, ele pegou fogo, queimando tudo e logo depois passou por uma reforma. Hoje, existem 200 stands com uma enorme variedade de Artes e ofícios feitos na Bahia, bem como de outros Estados na Região Nordeste do Brasil e estabelecimentos de alimentação com comidas típicas.
ELEVADOR LACERDA
O Elevador Lacerda é o primeiro elevador urbano do mundo. Em 8 de dezembro de 1873, quando foi inaugurado, era o mais alto do mundo, com 63 metros. cumpre a função de transporte público entre a Praça Cairu, na Cidade Baixa, e a Praça Tomé de Sousa, na Cidade Alta. Do alto de suas torres, descortina-se a vista para a Baía de Todos-os-Santos, o Mercado Modelo e, ao fundo, o Forte de São Marcelo.
A estrutura tem 72 metros de altura e duas torres: uma que sai da rocha e perfura a Ladeira da Montanha, equilibrando as cabines, e outra, mais visível, que se articula à primeira torre, descendo até ao nível da Cidade Baixa. O elevador mais famoso da Bahia chega a transportar 900 mil passageiros por mês ou, em média, 28 mil pessoas por dia ao custo de quinze centavos de real (em maio de 2019) por passageiro, num percurso de trinta segundos de duração. Em 16 de janeiro de 2019, o Elevador bateu seu recorde de viagens em um único dia, com 33.850 passageiros.
A geomorfologia do local, dois planos separados por uma grande escarpa, era um problema durante a construção de Salvador e que foi crescendo com a expansão da cidade, tornando-se um desafio a ser vencido. A comunicação rápida e confortável entre os dois níveis era uma necessidade numa época em que o transporte era feito através de guindastes e ladeiras íngremes. Porém, o plano do baiano visionário Antônio de Lacerda ao idealizar o Elevador Hidráulico da Conceição – primeiro nome do Elevador Lacerda – não era apenas ligar a parte baixa e alta da cidade, era facilitar o transporte para o sul, sentido em que a cidade se expandia, articulando o elevador com as linhas de bonde.
Forte São Marcelo
O Forte de São Marcelo, também é conhecido como Forte do Mar e que já foi também designado Forte de Nossa Senhora do Pópulo. Erguido sobre um pequeno banco de arrecifes a cerca de 300 metros da costa, fronteiro ao centro histórico da cidade, destaca-se por se encontrar dentro das águas, como o Forte Tamandaré da Laje, no Rio de Janeiro, e ser o único de planta circular no país, inspirado no Castelo de Santo Ângelo (Itália) e na Torre do Bugio (Portugal).
O Forte São Marcelo no mar e o prédio (à direita) do Terminal Turístico Náutico da Bahia, na Cidade Baixa
A primitiva concepção desta fortificação remonta a 1608 com risco do engenheiro-mor e dirigente das obras de fortificação do Brasil, Francisco de Frias da Mesquita. Alguns autores, porém, atribuem o seu risco inicial ao engenheiro-mor de Portugal, o cremonense Leonardo Torriani, em 1605. Encontra-se figurada por João Teixeira Albernaz, o velho em “um retângulo de pergaminho em que se vê o projeto de edifício e do forte sobre a lajem do porto, que se há de fazer. Quem soerguer este retângulo de pergaminho vê a dita lajem desenhada na folha maior“, a ser artilhado com seis peças, no formato de polígono quadrangular regular.[2] Num outro exemplar da mesma obra, o referido projeto já está definitivamente incorporado ao desenho da planta,[3] o que indica que o início da sua construção é posterior a 1612.
Terminado em 1623, no Governo-Geral de D. Diogo de Mendonça Furtado (1621-1624), esteve inicialmente artilhado com dezenove peças de diversos calibres.[4] Durante a invasão holandesa de 1624, foi a primeira praça ocupada pelos conquistadores, que dele dispararam as balas incendiárias que aterrorizaram os moradores da cidade, facilitando a invasão. Anos mais tarde, entre abril e maio de 1638, durante a tentativa de invasão do Conde Johan Maurits van Nassau-Siegen (1604-1679), também teve papel decisivo, logrando manter a esquadra holandesa a distância.
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Cidade Baixa vista da Cidade Alta
À direita, o Monumento à Cidade de Salvador e o prédio do Comando do 2º Distrito Naval-Marinha do Brasil
O nome oficial da escultura é “Fonte da Rampa do Mercado” (1970) ou Monumento à Cidade do Salvador. O artista Mario Cravo criou essa obra de arte que está localizada na Praça Cairu, Cidade Baixa, Salvador (BA), entre o Mercado Modelo, o Elevador Lacerda e a Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia. Foi encomendada pelo então Prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães. Em fibra de vidro e estrutura metálica. Mede 16 metros de altura.
Zona do Comércio, também de escritórios, Repartições Públicas e Terminal Marítimo de navios de cruzeiro e de carga
Elevador Lacerda e a plataforma superior na Praça Tomé de Sousa da Cidade Alta
Plataforma superior do Elevador Lacerda na Cidade Alta e a Praça Tomé de Sousa. No lado direito, a mureta do belvedere para contemplar a Cidade Baixa. É um local com bastante assédio de vendedores de fitinhas etc.
Na plataforma superior do Elevador Lacerda, a Praça e monumento de Tomé de Sousa, que foi um militar e político português, primeiro governador-geral do Brasil, cargo que exerceu de 1549 a 1553.
Praça Tomé de Sousa na plataforma superior do Elevador Lacerda. À direita, o caminho para a Praça da Sé e o Pelourinho. Ao fundo, a torre da igreja do Museu da Misericórdia
O comércio do Mercado Modelo, de lembranças da Bahia, rendas, berimbaus e artesanato produzido no estado
O artesanato do Mercado Modelo com preços baixos e convidativos para levar várias lembranças (preços de maio de 2019)
O artesanato do Mercado Modelo com preços baixos e convidativos para levar várias lembranças (preços de maio de 2019)
O artesanato do Mercado Modelo com preços baixos e convidativos para levar várias lembranças (preços de maio de 2019)
O artesanato do Mercado Modelo com preços baixos e convidativos para levar várias lembranças (preços de maio de 2019)
Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia na Cidade Baixa ao lado do Elevador Lacerda
Mureta da Igreja Nossa Senhora da Conceição da Praia com vista da Cidade Baixa, ao lado Elevador Lacerda
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Não poderia este blogue deixar de fazer mais um registo histórico de uma tradição mantida na Macau do ano de 2023, hoje, território da República Popular da China. Assim, o nosso colaborador, Manuel V. Basílio, macaense residente em Macau, nos dá o relato, com fotos, sobre a procissão de Nossa Senhora de Fátima realizada no […]
Páginas digitalizadas do Anuário de Macau, Ano de 1962, o que aparentemente foi o último da série, ficamos aqui a conhecer quem eram as pessoas que ocuparam cargos no – Governo da Província e Repartições Públicas. Mesmo passados mais de 60 anos, agora que estamos na década com início em 2020, muitos nomes ainda estão […]
Hoje, 24 de Junho de 2022, comemora-se 400 anos de “A Maior Derrota dos Holandeses no Oriente” na sua tentativa de tomar Macau dos portugueses. Até a transição de soberania de Macau, de Portugal para a República Popular da China, em 20 de Dezembro de 1999, a data era comemorada como “DIA DE MACAU” ou “DIA DA […]
Parabéns pela bela e ilustrativa matéria falando da cidade em que nasci e moro.
Obrigado Carlos Pita, Salvador é linda. Tirei muitas fotos que ainda vou publicá-las.