Da esquerda, João Guedes, Rufino Ramos, José Maria Bártolo e Manuel V. Basílio. Foto publicada por José Cabral
No dia 15 de Outubro de 2019, teve lugar no Auditório do Instituto Internacional de Macau (IIM), um serão macaense com o lançamento de 5 livros, numa iniciativa em conjunto com a Associação dos Antigos Alunos do Seminário de S. José.
Entre os livros lançados, três são da autoria de Manuel V. Basilio sob o título “Pátios, Becos e Travessas de Macau“. Trata-se de uma compilação de diversos artigos que o autor escreveu nos recentes anos e postados neste blog CRÓNICAS MACAENSES, os quais chamaram atenção do Instituto Internacional de Macau (IIM) e que, por sua vez, achou por bem dar outra forma de divulgação aos artigos publicados e, por isso, foi reunindo e editando-os em livrinhos, na sua coleção “Mosaico”.
Manuel V. Basílio comenta sobre os livros
Embora o título escolhido pelo IIM seja “Pátios, Becos e Travessas de Macau“, o autor esclarece que os temas dos seus artigos não se restringem à toponímia de Macau, porquanto abordam também histórias conexas a vias públicas e certas localidades, recordações e vivências do passado, bairros tipicamente macaenses e famílias que ali viveram, etc.
No que concerne a vias públicas, o Manuel explica designadamente divergências que ainda subsistem entre o topónimo em português e o adoptado em chinês. Diz: “por isso, há ruas cuja denominação é oficialmente atribuída para homenagear uma personalidade portuguesa, enquanto que a denominação da mesma rua, em chinês, é totalmente divergente, mantendo-se o que por tradição lhe foi atribuída pela população chinesa, como por exemplo a Rua do Pe. António é designada, em chinês, por “rua do prédio alto”, por ter lá existido no século XIX um prédio alto ou, então, a Calçada do Januário (topónimo atribuído ao Barão de Porto Alegre, Januário Agostinho de Almeida), cuja via, em chinês, é designada “calçada do ferreiro”, por ter lá existido a oficina de um ferreiro. Este respeito mútuo na atribuição de nomes que figuram na toponímia local é mesmo um caso singular, o que demonstra o respeito e a harmoniosa convivência entre as culturas portuguesa e chinesa“. Além disso, explica também a proveniência de nomes de certas localidades, tais como Patane e Lilau, derivados do chinês.
O autor confessa que não estava nos seus planos a publicação do seu trabalho em livros. Por isso, encarecidamente agradece ao autor de CRÓNICAS MACAENSES pela divulgação dos seus artigos, bem como ao INSTITUTO INTERNACIONAL DE MACAU pelo interesse e todo o apoio dado à publicação do seu trabalho.
Outros livros lançados no serão
Conta o Manuel Basílio que, no serão presidido pelo Secretário Geral do IIM, Rufino Ramos, cada um dos autores fez a apresentação das suas obras e que, além dos seus livros, foram também lançados, o livro “O Seminário de S. José na formação das gentes de Macau“, de João Guedes e, “Arengas à Lua“, de José Maria Bártolo, cuja obra é constituída por um conjunto de poemas que versam sobre vivências do quotidiano de Macau. Estiveram presentes ao serão vários antigos alunos do Seminário de S. José, alguns familiares seus e, ainda, pessoas interessadas, bem com a imprensa local para a reportagem do evento.
O livro “O Seminário de S. José na formação das gentes de Macau”, da autoria de João Guedes, fora já apresentado, no dia 19 de Março deste ano, aquando do jantar-convívio da Festa de S. José, tendo o IIM oferecido a cada um dos antigos alunos um exemplar desse livro, como recordação. Desta vez, foi oficialmente apresentado ao público. Para João Guedes, “o livro reúne o essencial sobre a história do Seminário de S. José e trata-se de uma homenagem merecida a uma instituição com um papel incontornável na formação das gentes de Macau”.
O outro livro “Arengas à Lua”, da autoria de José Maria Bártolo, é um poema que tem na sua génese, artigos que foram publicados pelos três jornais diários de língua portuguesa de Macau (o Tribuna de Macau, o Hoje Macau e o Ponto Final). “Desenvolvem as Arengas um pouco de tudo: violência doméstica, riqueza caída do céu para uns em cascata, aos pingos para outros, disputas peregrinas e de lana caprina, etc.”, havendo quem as apelidasse de “Cantigas de escárneo e maldizer”, encerrando assim o relato do ocorrido no serão feito pelo nosso colaborador.
O blog Crónicas Macaenses e seu autor Rogério P D Luz agradece o Manuel Basílio pela cessão de seus valiosos artigos sobre Macau para publicação, que bem merecem ser eternizados em forma de livros numa iniciativa louvável do Instituto Internacional de Macau. Parabéns, que são extensivos ao João Guedes e José Maria Bártolo.
Como comprar os livros do Manuel V. Basílio
Vol. LI – Estórias, Tradições E Costumes Em Torno De Pátios, Becos E Travessas De Macau
Vol. LII – De Patane A Lilau – Pátios, Becos E Travessas De Macau
Vol. LIV – Da Avenida Ao Tap Siac – Pátios, Becos E Travessas De Macau
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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