Templo budista chinês que é a referência do que seria a origem do nome de Macau, o Templo de A-Má dá início à história da chegada de navegadores portugueses nesta pequena península localizada no Sul da China, e por lá se estabeleceram por cerca de 440 anos.
Em 20 de Dezembro de 1999, Portugal transferiu a soberania de Macau para a República Popular da China. Macau trocou os “tamancos portugueses” por “sandálias chinesas“.
A Macau brasileira localizada no litoral do Rio Grande do Norte, terra do sal, também dá a mesma interpretação para a origem do seu nome. Assim, vamos saber um pouco da história do templo da Deusa A-Má e conhecê-lo em detalhes com as fotografias feitas em 2019 e 2006.
Fotografia de/photos by Rogério P D Luz – em 2019 e 2006
Texto da Wikipédia
O Templo de A-Má, que se localiza à entrada do Porto Interior (no extremo-sul da Península de Macau), a meio da encosta poente da Colina da Barra, já existia antes da própria Cidade de Macau ter nascido. Especula-se que o templo foi construído pelos pescadores chineses residentes de Macau no séc. XV, para homenagear e adorar a Deusa A-Má (Deusa do Céu), chamada também de Tin Hau, Mazu ou Matsu. Esta divindade taoísta é muito venerada em todo o Sul da China e em várias partes do Sudeste Asiático e é considerada como a protetora dos pescadores e marinheiros. Crê-se que os portugueses desembarcaram pela primeira vez em Macau, possivelmente no ano de 1554 ou 1557, precisamente à entrada do Porto Interior, também chamada pelos pescadores chineses de “Baía de A-Má”. Segundo as lendas do séc. XVI, o nome da Cidade deriva precisamente da palavra em cantonense “A-Má-Gau“, que significa literalmente Baía de A-Má.
O Templo de A-Má está incluído na Lista dos monumentos históricos do “Centro Histórico de Macau”, por sua vez incluído na Lista do Património Mundial da Humanidade da UNESCO. Pode-se considerar que este templo é o símbolo máximo da cultura chinesa em Macau.
É composto pelo Pavilhão do Pórtico, o Arco Memorial, o Pavilhão de Orações, o Pavilhão da Benevolência, o Pavilhão de Guanyin e o Pavilhão Budista Zhengjiao Chanlin, cada um disposto harmoniosamente com o ambiente natural circundante e contribuindo para a beleza do conjunto.
Cada pavilhão é dedicado ao culto de uma divindade chinesa, algo que torna o templo um exemplo singular das diversas influências da cultura chinesa, passando pelo taoísmo, confucionismo, budismo e pelas diversas crenças populares.
Os pavilhões datam de épocas diferentes, sendo a configuração actual datada de 1828.
O Pavilhão das Orações, também conhecido por “Primeiro Palácio da Montanha Sagrada”, foi construído em granito no ano de 1605 e restaurado no ano de 1828, como indica uma placa de madeira na sua entrada. Este pavilhão, com telhado verde de beirais decorativos de pontas levantadas e janelas com grades, é dedicado à deusa dos navegantes, Tian Hou.
O Pavilhão da Benevolência, de telhado verde semelhante ao do Pavilhão das Orações, data de 1488, pensando-se que pertence à estrutura original do templo. Durante a sua construção, para além de usar granito, foi usado também tijolos. É um pavilhão de menores dimensões, tirando proveito do declive natural da Colina da Barra.
Um pouco acima, na mesma colina, encontra-se o Pavilhão de Guanyin, construído em tijolo. A data da construção deste pavilhão é desconhecida, mas conhece-se a data da sua restauração que foi realizada no ano de 1828, como indica uma placa de madeira na zona da sua entrada.
O Pavilhão Budista foi também restaurado no ano de 1828. É de maior dimensão e mais refinado em termos dos pormenores arquitetônicos. Possui um santuário dedicado à deusa dos navegantes, com uma estrutura de quatro pilares, assim como uma área de retiro. A fachada é ornamentada com uma porta em forma de lua, com esculturas de várias cores a decorá-la.
O Pavilhão do Pórtico foi construído em granito, com cerca de quatro metros e meio de altura. Possui decorações representando animais em cerâmica nos beirais do telhado de pontas levantadas e noutras secções. Perto da sua porta principal, guardado por um par de leões em pedra, encontra-se o Arco Memorial que conduz os crentes ao Pavilhão de Orações, que se encontra em frente ao Pavilhão da Benevolência. O Arco e estes 3 pavilhões encontram-se alinhados no mesmo eixo (Wikipédia).
Livro de autoria de – António Júlio Emerenciano Estácio
Poema de António Estácio A DEUSA A-MÁ Em tempos que já lá vão Houve um dia um tufão Foi um grande temporal, Muitos barcos se afundaram Pois poucos aguentaram A força do vendaval. Numa pobre embarcação Decidira o capitão Certa jovem transportar, E quando o barco aportou Em santa se transformou Lançando um divino olhar. Nessa pequena enseada Numa encosta abrigada Ergue-se o templo de A Má, Lugar de culto e oração Para a população, É o mais velho que há. Aliás, em seu redor, Voltado ao Porto Interior, Foi que Macau nasceu, Tendo desde a fundação Tido logo a protecção Que a deusa lhe concedeu. Com telhados recurvados Os pavilhões separados Aos poucos foram crescendo, Nos altares queima-se incenso Que liberta um cheiro intenso E vai tudo enegrecendo. Em dias de Ano Novo Enche-se o templo de povo Há oferendas e orações, Todos vão bater cabeça Não há ninguém que se esqueça De lá ir queimar panchões. Os rudes homens do mar Entram nele para rezar Com enorme devoção, Pois desde os tempos remotos Foram eles os mais devotos De entre a população. E nunca vão para o mar Sem para o tempo voltar A sua embarcação, Queimando panchões na proa À deusa que os abençoa Dando a sua protecção. Macau aos 02.01.93
Livro Amagao Meu Amor, de 1992, é de autoria de António Correia
Soneto de António Correia AMAGAO, MEU AMOR Santo Nome de Deus tem no seu nome; foi ungida p'la cruz de Jesus Cristo, pecados muitos tem, mas nunca visto foi Deus não perdoar a cada homem. E também tem A-MÁ, de quem consome a ternura, raíz, ideia e mito; o Além, que é de todos, só existe, à medida que d'Ele se tem fome. Credos, raças, culturas, comunhão; tolerância e paz, ímpar no mundo, porque aqui até deuses dão a mão. Amagao, meu amor e meu encanto, meu olhar-coração, cá bem do fundo, te venera, no nada deste canto!
Conta-se que colocando a mão dentro da boca dos leões que protegem a entrada do templo, traz sorte e dinheiro.
Crê-se que o barco desenhado numa rocha do tempo, tenha pertencido a um explorador europeu, talvez português (?).
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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