A Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Brancos, também conhecida como Capela do Padre Faria é uma das mais antigas e ricas capelas de Ouro Preto, construída por volta de 1710. O nome da capela é uma referência ao padre João de Faria Fialho que rezou a primeira missa na região. Foi tombado em nível nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) que inclui todo o seu acervo. Localiza-se no bairro de mesmo nome.
João de Faria Fialho, natural da Ilha de São Sebastião (São Paulo), hoje Ilhabela, foi vigário de Taubaté e bandeirante.. Dirigiu uma expedição em 1698 responsável pela descoberta de ouro na região de Ouro Preto, em Minas Gerais.
Data de 9 de novembro de 1703 um Relatório de Antônio Luiz Peleja, ouvidor geral de São Paulo, ao rei D. Pedro II em que cita o Padre: vigário de Taubaté, decidira unir-se em 1694 a uma das bandeiras que partia buscar ouro na região dos Campos gerais dos Cataguás. Teria descoberto, na região do Rio Grande e do Rio das Mortes, «três rios de pinta muito boa e geral de ouro de lavagem» e, anos depois, na região de Ouro Preto, o ribeiro aurífero que leva seu nome. Toda sua atividade de bandeirante, segundo Peleja, visava apenas fornecer rendas à paróquia nascente de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Pindamonhangaba, a três léguas de Taubaté, e seu vigário.
Tal carta de Peleja é o documento 2785-90 da Biblioteca Nacional de Lisboa, Arquivo de Marinha
Segundo uma tradição, originalmente a devoção religiosa neste local se deve à fundação, nos primeiros anos do século XVIII, de uma ermida dedicada a Nossa Senhora do Carmo, pelo bandeirante e padre João de Faria Fialho, de quem a atual Capela ainda recorda o nome. Apesar da primitiva invocação ser a Virgem do Carmo, em 1723 a Irmandade de Nossa Senhora do Parto, integrada por homens pardos e mamelucos, assumiu sua administração e posse. Em torno de 1740 o orago seria mais uma vez mudado, quando a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, composta de irmãos brancos, passou a usar o local. Contudo, é possível que essa atribuição seja equivocada, conforme diz Cláudia Damasceno Fonseca, a partir de dados transmitidos pelo historiador Diogo de Vasconcelos.
Os altares dourados, a decoração e pinturas da capela possuem curiosos detalhes em vermelho, que denunciam influência oriental, chamadas de “chinesices mineiras” que os jesuítas trouxeram de Macau, antigo território português na China, inclusive a torneira da fonte, original e centenária, fabricada por chineses, pelo seu desenho de um dragão.
Contrastando com sua austeridade externa, o interior é ricamente decorado com pinturas e talha dourada em estilo barroco, da fase Joanina. Na descrição do IPHAN, a partir de análise de Germain Bazin:
“Estes altares apresentam uma excepcional clareza de estrutura, tendo o artista conseguido organizar de forma notável a superposição das volutas, suportes e lambrequins dos baldaquinos. A pintura da capela-mor é de excelente qualidade, provavelmente contemporânea das obras de talha. No forro está representada a coroação da Virgem pelos anjos e nos quatro painéis laterais cenas capitais da vida de Maria: a Visitação, a Anunciação, a Adoração do pastores e a Fuga para o Egito“.
A cruz pontifícal possui três braços. O historiador Diogo de Vasconcellos acredita que o Papa Pio VI, através de três bulas, concedia privilégios e graças à capela, motivo da construção da cruz desta forma. A cruz data de 1756 e é esculpida em arenito sendo o único exemplar em todas as Minas Gerais.
É a única igreja da região que possui a torre campanário (onde tem o sino) separada do templo, que se sugere ter a forma de templo chinês, outra possível influência oriental de Macau, trazida pelos jesuítas (veja o formato do seu teto).
Teto acima do altar-mor
O teto da nave acima do altar-mor traz a pintura da coroação de Nossa Senhora do Rosário, cercada pelos anjos e nos quatro painéis da parede cenas da vida de Maria
Macau foi um território (península) português no Sul da China por cerca de 440 anos. Foi devolvido em dezembro de 1999 para a China.
A torneira da fonte tem a forma de um dragão, o que complementa a influência oriental na decoração.
Da Igreja de Santa Efigênia no topo do morro, uma íngreme ladeira, Rua Padre Faria, leva à Capela. No caminho, entroncamento com a Rua Resende, está localizado o Chafariz do Alto da Cruz, também chamado de Chafariz da Samaritana, com uma escultura no topo em pedra sabão denominada “Núbia“, datada de 1761, cuja obra é atribuída a Aleijadinho, provavelmente seu primeiro trabalho quando tinha 19 anos. Causou polêmica já que a estátua de rosto deformado possuía os seios expostos.
O chafariz teve as obras iniciadas em princípios de 1758 e foi tombado pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1950.
Na volta, a Rua Santa Rita, paralela, é menos íngreme e assim menos cansativa como podem ver na foto abaixo.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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