Texto extraído da página na internet do antigo governo português em 1999, antes da transição de soberania para a República Popular da China no dia 20 de Dezembro do mesmo ano, descreve a tolerância religiosa que existia e ainda existe em Macau, mesmo passados 22 anos e nos tempos da Região de Administração Especial de Macau – RAEM.
No espírito da tolerância religiosa reinante em Macau, esta postagem mostra imagens de igrejas católicas numa linha e noutra, a de templos budistas, ambos em números significativos para o tamanho da população e do território. A mistura das duas profissões de fé neste mesmo espaço, é o espelho da convivência pacífica das duas religiões em Macau, um respeitando a crença de outro, apesar da população chinesa ser a maioria, mais de 90%, mas a sabedoria lhes ensina o respeito ao catolicismo da minoria que inclui uma participação de número significativo de chineses.
Salve a tolerância religiosa entre os povos do mundo e o respeito pela crença de cada um.
Publicação e fotografias de Rogério P D Luz (exceto as antigas em preto/branco)
As fotografias foram feitas entre 2004 a 2019
A tolerância cultural e religiosa é um dos traços mais marcantes da identidade histórica de MACAU, lugar onde coexistem gentes das mais conhecidas religiões universais. Poderia dizer-se, até, que no território se acotovelam diariamente católicos, protestantes, budistas, tauístas, confucionistas e ateus, sem que a diferença pareça minimamente incomodá-los. Não há guerras santas nem fundamentalismos.
No âmbito das religiões, as estatísticas não podem ser confiáveis, como se compreenderá. A chamada religião tradicional chinesa é, naturalmente, majoritária entre a população. Trata-se de um sincretismo em que Confucionismo, Tauísmo e Budismo se misturam com antiquíssimas crenças milenares, onde têm lugar o culto dos antepassados e mesmo práticas de adivinhação.
Calcula-se que a percentagem de católicos não atinja os 10 por cento da população. Mas não é possível falar da história de MACAU sem uma referência constante à Igreja (aos jesuítas, nomeadamente nos primeiros tempos da fundação do território) e ao papel difusor de Macau na expansão do catolicismo em toda a Ásia, da Indochina ao Japão e à China. Nesta função desempenhou especial relevo o Colégio de S. Paulo, uma excelente universidade criada por Valignano, há 400 anos, para formar os seminaristas da China e do Japão. Aliás, é ainda na formação e no ensino que a Igreja Católica desempenha uma ação ímpar em MACAU, dinamizando mais de 30 escolas onde estudam mais de 40 mil alunos, muitos deles não-católicos, mas recebendo aí alguns dos principais valores da sua formação humanista e universal.
A Igreja tem também um papel de grande relevo no âmbito da assistência social, função desempenhada sobretudo pelas 16 comunidades religiosas de MACAU, dedicadas à solidariedade em lares, asilos e infantários. De entre as manifestações católicas com expressão pública, para lá do culto corrente em inúmeras igrejas da cidade, avultam ainda as tradicionais procissões, em especial por ocasião da Páscoa cristã ou em devoção mariana.
A comunidade protestante local deverá rondar os 2500 fiéis. Atualmente trabalham em MACAU além do grupo evangélico Assembleia de Deus (especialmente dedicado à recuperação de toxico dependentes) duas missões baptistas americanas, além de luteranos e anglicanos. Dedicam-se igualmente ao ensino, através de 9 escolas dinamizadas pelas várias confissões.
Apesar de pequenas, também as comunidades que professam o islamismo e o hiduísmo marcam presença em MACAU. A comunidade islâmica congrega várias dezenas de fiéis que se reúnem semanalmente na sua Mesquita, junto ao reservatório de água, na zona nordeste da cidade, onde se situa também o seu cemitério. Quanto aos vários grupos hindus, sobretudo dedicados ao comércio, detêm menos expressão no panorama religioso local. (Dados do ano 1999 – divulgados pelo ex-Governo Português de Macau)
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Não poderia este blogue deixar de fazer mais um registo histórico de uma tradição mantida na Macau do ano de 2023, hoje, território da República Popular da China. Assim, o nosso colaborador, Manuel V. Basílio, macaense residente em Macau, nos dá o relato, com fotos, sobre a procissão de Nossa Senhora de Fátima realizada no […]
No Anuário de Macau do ano de 1962, nas páginas finais, vários anúncios publicitários encontravam-se publicados, os quais, reproduzimos abaixo para matar as saudades de quem viveu aquela época de ouro, ou então, para curiosidade daqueles que possam se interessar em conhecer, um pouco mais, aquela Macau de vida simples, sem modernidade, mas, mais humana.
Páginas digitalizadas do Anuário de Macau, Ano de 1962, o que aparentemente foi o último da série, ficamos aqui a conhecer quem eram as pessoas que ocuparam cargos no – Governo da Província e Repartições Públicas. Mesmo passados mais de 60 anos, agora que estamos na década com início em 2020, muitos nomes ainda estão […]
Muito obrigada, estimado Rogério, por mais um trabalho tão interessante! Já partilhei no Facebook. Um abraço da Majão Ferreira
Obrigado pelo comentário Majão e também pela partilha. Abraço, Rogério