A fundação da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco se deve à Ordem Terceira de São Francisco, que iniciou suas atividades na Bahia em 1635. Em 1644 a Ordem ergueu sua primeira igreja, que foi substituída pela presente construção. A autoria do projeto é atribuída ao mestre Gabriel Ribeiro, também o construtor do edifício. A pedra fundamental foi lançada em 1º de janeiro de 1702 e as obras correram com grande rapidez, sendo concluída a estrutura em 22 de junho de 1703. Porém, a fachada só foi finalizada em 1705.
Na postagem anterior – neste link – contamos a história da igreja e mostramos as suas dependências. Nesta publicação, vamos mostrar os detalhes da fachada e do seu interior, suas salas, imagens sacras, o rico acervo de azulejos portugueses e o museu.
Publicação e fotografias de/photos by Rogério P D Luz
Fonte e textos da Wikipédia e parte da Sanctuaria-Art
PORTAL
A igreja é precedida de um pequeno adro com cerca de ferro e pilares em alvenaria, ladeando um grande portal de pedra decorado com relevos e um frontão impositivo.
As Ordens Terceiras – As Ordens Terceiras eram confrarias católicas de homens brancos leigos (não eram padres). Seus integrantes não possuíam papel específico na hierarquia católica, mas tinham grande prestígio e importância na construção de templos e nos eventos religiosos ou sociais, em geral. Essas instituições estavam vinculadas às ordens do clero regular. (Fonte: Bahia-Turismo)
FACHADA
A fachada inteiramente esculpida em arenito , ricamente ornamentada com relevos, é um caso único no Brasil, remetendo, segundo o IPHAN, às decorações platerescas que tiveram uma voga na Espanha e suas colônias americanas. Ela tem apenas um similar, muito menos rico, na Igreja de Nossa Senhora da Guia, na Paraíba.
Plateresco é um estilo arquitetônico exclusivo do Renascimento espanhol. Apareceu no início do século XV e se estendeu durante os dois séculos seguintes. O plateresco é uma fusão dos componentes do mudejar e do gótico flamejante: inclusão de escudos e pináculos ou fachadas divididas em três corpos. Porém, incorpora também elementos renascentistas, como as colunas e alguns elementos decorativos. Caracteriza-se por fachadas fortemente ornamentadas, como se se tratasse de obras de ourivesaria, daí o seu nome.
Na época das reformas no século XIX, a fachada foi toda recoberta de argamassa, considerada fora de moda, sendo esquecida sua decoração original por mais de um século. Em 1932, por acidente, foi redescoberta, quando um eletricista estava fazendo a instalação de luzes. Durante o trabalho, deu marteladas na fachada, fazendo cair parte do reboco. Em 1939 o IPHAN encaminhou o seu tombamento.
A fundação da igreja se deve à Ordem Terceira de São Francisco, que iniciou suas atividades na Bahia em 1635. Em 1644 a Ordem ergueu sua primeira igreja, que foi substituída pela presente construção.
O nível térreo é vazado por três portas em arco redondo, sendo a central mais larga e alta. São fechadas por portas com almofadões em relevo. Sobre as duas laterais se abrem óculos elípticos. Na aduela do portal do centro há um pequeno medalhão onde consta a data da construção e a inscrição SPPM, que significa “Ao seráfico Pai esta igreja foi construída merecidamente“.
Este plano é separado do imediatamente superior por uma larga cornija (faixa horizontal que se destaca na parede) decorada com relevos. Este bloco é muito mais ricamente ornamentado. Ao centro, num nicho está instalada uma estátua de São Francisco.
Uma outra cornija saliente separa o bloco do frontão, também densamente lavrado, com um escudo do Reino de Portugal ao centro, ladeado de anjos em alto relevo e duas grandes volutas nas extremidades, sobre as quais se erguem pináculos. Ao centro, uma cruz arremata o conjunto.
Sua planta é um exemplo da transição entre a tradição franciscana do século XVII e o das matrizes setecentistas inspiradas na tradição jesuítica.
A Casa dos Santos preserva um importante conjunto de imagens de Santos de roca e de vestir, instalados em uma série de capelas neoclássicas que circundam o aposento. Foi construída em 1844 sob a direção de Joaquim Francisco de Mattos.
Imagem de roca designa a tipologia de imagens sacras que se destinam a ser levadas em procissão e que são vestidas com trajes de tecido.
Imagens da Paixão de Cristo estão sempre presentes nas igrejas da Ordem Terceira. Nesta igreja, as imagens estão na Casa dos Santos, ao contrário de outras que costumam ficar nos altares laterais.
A decoração interna primitiva, em estilo Barroco, foi substituída em sua maior parte entre 1827 e 1828 por seis altares laterais e uma capela-mor em estilo Neoclássico com talha dourada, que constituem o principal trabalho do mestre entalhador José de Cerqueira Torres, ainda em excelente estado de conservação. A ele também cabem a talha das tribunas, do arco do cruzeiro, da caixa do órgão, dos púlpitos, da grade do coro e os caixotões do teto da nave.
No início do século XIX decidiu-se renovar o interior. Os altares primitivos foram substituídos entre 1827 e 1828 com a talha de José de Cerqueira Torres, e a douração foi contratada em 1830 com Franco Velasco.
O altar-mor tem uma forma de baldaquino, com um trono escalonado no interior, onde se encontra uma imagem de Jesus crucificado.
O teto da nave, elaborado em 1831, é decorado com pinturas atribuídas a Franco Velasco, inseridas nos caixotões.
Os altares laterais possuem imagens de Santos que pertenceram à Ordem Franciscana e também à Ordem Terceira.
Dos espaços decorados, destaca-se a Sala da Mesa, uma das mais significativas em seu gênero em todo o Brasil. É o sala onde se reúne os membros da confraria da Ordem Terceira.
Uma grande série de azulejos pintados distribuídos por vários espaços do complexo, como as galerias, corredores e claustro, vindos de Portugal e importantes por retratarem Lisboa antes do terremoto de 1755 e cenas do cortejo do infante Dom José e Dona Maria Ana de Bourbon em seu casamento em 1729.
São Francisco e Cristo Crucificado
O quadro abaixo mostra uma ‘árvore genealógica’ da Ordem Franciscana, começando com São Francisco e seus primeiros discípulos, e passando por diversas gerações de frades e freiras, até chegar aos pés de Maria. Sobre a coluna, na base da árvore, está um dos primeiros santos da ordem: Antônio de Lisboa (ou de Pádua).
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Não poderia este blogue deixar de fazer mais um registo histórico de uma tradição mantida na Macau do ano de 2023, hoje, território da República Popular da China. Assim, o nosso colaborador, Manuel V. Basílio, macaense residente em Macau, nos dá o relato, com fotos, sobre a procissão de Nossa Senhora de Fátima realizada no […]
Páginas digitalizadas do Anuário de Macau, Ano de 1962, o que aparentemente foi o último da série, ficamos aqui a conhecer quem eram as pessoas que ocuparam cargos no – Governo da Província e Repartições Públicas. Mesmo passados mais de 60 anos, agora que estamos na década com início em 2020, muitos nomes ainda estão […]
Hoje, 24 de Junho de 2022, comemora-se 400 anos de “A Maior Derrota dos Holandeses no Oriente” na sua tentativa de tomar Macau dos portugueses. Até a transição de soberania de Macau, de Portugal para a República Popular da China, em 20 de Dezembro de 1999, a data era comemorada como “DIA DE MACAU” ou “DIA DA […]
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