A programação do 1º dia de Dezembro começou cedo, às 09:30hrs, no Monumento da Diáspora. Além dos necessários participantes, os presidentes das Casas e associações, houve até um bom número de pessoas que foram lá só para assistir, o que não é habitual.
Depois da foto oficial do grupo, todos rumaram para a Sé Catedral, onde foi celebrada missa em homenagem a Nossa Senhora Padroeira da Comunidade Macaense. A igreja estava completamente lotada.
A cerimónia conduzida em português fez despertar memórias dos meus tempos em Macau, especialmente nos anos 60, quando,miúdo, ia à missa com meus pais. Lá ainda vestia calças curtas com sapato social meio esportivo. Nada de ténis (pó ái ou chau lou si), que naqueles tempos esava fora de moda e até podia ser criticado. Depois da missa, o pai levava-nos tomar o pequeno almoço (café da manhã) que podia ser no Nosso Café ou um Dim Sum no Hotel Central, ou ainda no Solmar. Ah, que saudades! Na igreja, pude rever um antigo colega do Seminário.
Para o almoço, fomos com o casal Mendonça, experimentar o fast food chinês no novo Yo Han, perto do Hotel Sintra. Um belo shopping com 9 andares. Uma padaria de dar inveja a muitas de São Paulo pela boa qualidade dos pães, bem como um supermercado de tudo o que desejavamos que tivesse em São Paulo. Surpreendeu-me o bom atendimento e a simpatia dos funcionários do shopping. Sempre prestativos e com um sorriso na boca. Penso, Macau mudou um bocado! Como se pensaria que boa parte das lojas têm sempre alguém que fale o inglês, para os infortunados que perderam a prática de falar o cantonense, como eu. Sente-se que uma nova geração de chineses esta a assumir várias posições profissionais.
Talvez uma das melhores festas do Encontro, aquela que as pessoas se divertem mais, se juntam e se confraternizam melhor. Sem luxo, nem mesas, mas contato humano e música sem palco. O artista em contato com o povo. Sem falar no chá gordo que assusta pela fartura e variedade, além de … huumm, uma delícia. Tudo isto na Escola Infantil, ao lado do Jardim da Flora e o prédio da Apim. Desfilaram pelo espaço musical, o José Badaraco (Canadá) numa excelente apresentação solo, até a cantar música brasileira e do Roberto Carlos. O público vibrava e cantava junto. Depois veio o Charlie Santos que se apresentava pela 1a. Vez em Macau. Era para vir em 2007. O Charlie ou Canicha, seu alcunha/apelido, gosta deste contato com o público. Sentiu-se à vontade e cantou até, com o seu back. Era uma alegria só! Um repertório de músicas conhecidas dos velhos tempos, que todos cantam junto. O Charlie já me adiantava esta receita e acertou em cheio. Envolveu-se com o público e foi muito aplaudido. E, o público dançava!!!
Os irmãos Carion (Rio de Janeiro) também estavam no mesmo rumo da receita do Charlie. Músicas conhecidas. E novamente o público e os cantores se misturam. E o público dançava !!!
Seguiu-se o Pau Pau Fred Ritchie com sua banda meio família. Estava a fazer o que ele adora. Cantar e dançar. Vestido de um chique traje preto soltou-se logo com seus velhos sucessos. Obviamente não podia faltar aquela música dos Beach Boys (apapaumpaupau…), pois sem ela o Pau Pau não está completo. Além dela, aquela que cantou em cantonense no tv Globo do Brasil (a tv das novelas) – Pense em Mim – sempre presente em seus shows. Repetiu a receita dos artistas anteriores, música conhecida sob aplausos. E o público dançava !!!
E, finalmente tocou a Tuna Macaense. Com uma formação um pouco diferente daquela que vi em 2007, agora com o bandolim do Lalo, o professor, como me disseram, logo colocou o público a dançar enfileirados em rodinha com o Macau Sã Assi. Foi uma sequência de música conhecida e velhos sucessos, aventurando-se até no He’s My Brother que o Lalo bem cantou. Também muito aplaudidos. E o público dançava !!!
Quando aproximava-se da hora dos autocarros chegarem para nos levar de volto ao hotel, a Isa Manhão mexeu com o público com o “Adeus Macau”. Sua bela voz a interpretar esta canção de saudade, certamente causou uma certa lembrança dos velhos tempos pré-transição. E, quando o povo ia entrando nos autocarros, ouviu-se do salão alguém a cantar Pretty Woman, talvez o Elvis de Macau que estava todo chique com seu traje estilo Elvis mesmo.
Sem dúvida, festa do tipo da Escola Infantil quase se torna obrigatória na programação dos próximos Encontros, pois é quando o povo se diverte mais, come-se melhor, há mais contato humano e tudo é uma alegria!
*Comentário: veja no Autor, canto esquerdo superior, comentário de Ana Cláudia que se insere neste post
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.


Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.


cartaz de Ung Vai Meng

O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.

ESTE ANO, NA FESTA EM HONRA DE NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS,A PROCISSÃO VOLTOU A SAIR À RUA Texto e fotografias de Manuel V. Basílio Este ano, realizou-se no dia 8 de Outubro, na igreja de São Lourenço, a festa em honra de Nossa Senhora dos Remédios, que até meados do século passado era a principal […]

Não poderia este blogue deixar de fazer mais um registo histórico de uma tradição mantida na Macau do ano de 2023, hoje, território da República Popular da China. Assim, o nosso colaborador, Manuel V. Basílio, macaense residente em Macau, nos dá o relato, com fotos, sobre a procissão de Nossa Senhora de Fátima realizada no […]

No Anuário de Macau do ano de 1962, nas páginas finais, vários anúncios publicitários encontravam-se publicados, os quais, reproduzimos abaixo para matar as saudades de quem viveu aquela época de ouro, ou então, para curiosidade daqueles que possam se interessar em conhecer, um pouco mais, aquela Macau de vida simples, sem modernidade, mas, mais humana.










Comentários