Cronicas Macaenses

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Hotel Estoril, saudades dos anos 60

O Hotel Estoril dos anos 60

O coitado Hotel Estoril em Dezembro de 2010. Progresso ???

Revendo o meu acervo de antigas lembranças de tudo quanto é coisa trazidas de Macau, na minha imigração para o Brasil em 1967, achei a 1a. foto acima que era a capa de um cartão de Natal.  Quem o mandava para os meus pais? A Ouriversaria e Relojoaria Pou Va localizada no 68, Avenida Almeida Ribeiro com o cartão de visitas do Chu On. Um senhor chinês, gordinho e simpático.  Não se lembram dele? Meu pai Álvaro Luz naquele tempo acreditava no investimento em jóias como uma segurança, o que se concretizou quando no Brasil, minha mãe Marcelina, viúva, se desfez delas para despesas gerais.  Dificuldades típicas dos tempos iniciais da imigração. Era pouca coisa, mas ajudou quando precisou!!!

Na foto logo a seguir, o Hotel Estoril que vi no Encontro 2010.  Era a Macau do progresso, de casinos monumentais, mas o pobre Estoril de ricas lembranças, ainda abandonado, caindo aos pedaços,  embora parece já haver um projecto de EP para o local (?).

Na foto antiga, de uma vez, vemos tanta coisa que nos traz saudades, muitas saudades.  A bandeira portuguesa, majestosa, avisava que Macau era um território português.  O campo de hóckey que tem uma infinidade de histórias da nossa malta para contar, hoje trocado por um “campo” de cimento com amplo espaço para actividades diversas e com um túnel que faz curva numa rua recta (?).

À esquerda do Estoril (de quem vê) está a entrada para o meu “antigo vício” – o “pó chi kei”.  Adorava aquelas máquinas de fliperama (como se chama no Brasil, e em Macau?), bem como a máquina que exibia videoclips mediante umas moedas (avos).  Lembro que gostava do Locomotion e Shaking All Over.  Lá a malta se reunia e conversas não faltavam.  Às vezes, em casa (na Calçada do Tronco Velho), dava aquela vontade e apanhava o bus nº 2 para ir lá!!! Tinha uma máquina que se acertasse umas combinações, rendia umas moedas de prémio. Normalmente perdia mais que ganhava. Coisas já dos casinos!

Quanto ao hotel em si, pela minha idade, abaixo de 16 anos, obviamente que não era seu habitual frequentador das tardes musicais.  Mas lembro das festas de casamento dos meus irmãos José e Yolanda realizadas lá no seu restaurante. Veja abaixo 3 fotos (da Foto Pantera) tiradas do casamento do José Luz com a Fátima Ferreira, nos anos 60.

A mesa farta do buffet do hotel. À direita a minha mãe de costas para a foto, o meu tio Edmundo Dias (trabalhava como testemunha no Cartório situado no rés-do-chão (térreo) da Santa Casa) e o prof. Canhota.

Diamantino Ferreira discursa antes de propor um brinde aos noivos José e Fátima.  Meu pai Álvaro Luz está à direita

De resto, só mesmo, muitas saudades e como vivemos de saudades !!!

Um comentário em “Hotel Estoril, saudades dos anos 60

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Publicado às 20/04/2011 por em MACAU, Macau-memórias e marcado , , .

Autoria do blog-magazine

Rogério P. D. Luz, macaense-português de Macau, ex-território português na China, radicado no Brasil por mais de 40 anos. Autor dos sites Projecto Memória Macaense e ImagensDaLuz.

Sobre

O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.

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