Dois antigos amigos macaenses que trabalhavam em Hong Kong se reúnem para tocar bandolim acompanhado de viola/violão. Nada mais natural? Acho que não! Cada dia mais raro e difícil de se ver. Mas este convívio acabou virando um pequeno vídeo caseiro e eu o recebi via e-mail enviado por Delano Pereira. Muito obrigado!
Lá estava o Bijú, John dos Santos Hetherland (Canadá), a tocar viola na foto, que já conheço e tem uma página divulgada no Projecto Memória Macaense (veja o link no Mundo Musical PMM) com 6 músicas, mais o Moisés Bernardo, no bandolim, que com muito prazer fiquei a conhecer um pouco dele. Na imagem capturada do vídeo, os músicos macaenses tocavam “Aqui Bôbo”.
A informação veio do Bijú, que conta – “… o maestro de bandolim é também um rapaz de Macau, e tocávamos com as tunas em Macau. Ele chama-se Moisés Bernardo e é primo do falecido (no Brasil) Kai Kai, Felisberto Bañares.” Eles, como muitos macaenses, emigraram para Hong Kong para achar trabalho, o Moisés antes dele. Havia um convívio frequente entre os dois na colónia britânica.
Bijú recorda com certo orgulho, que em 1957 os 2 amigos participaram de um concurso em Hong Kong chamado Television Talent Time (concurso de talentos de televisão), promovido pela Rediffusion/Television Hongkong. O concurso era composto de 5 fases, cada uma com 6 competidores. Foram vencedores da 1a. fase com o Moisés no bandolim e ele na viola acústica. Tocaram Roman Guitar.
No final, acabaram se classificando em 5º lugar. O vencedor foi o Colin Short a cantar “You don’t know me”. Ah … essa canção tem história na Rádio Vila Verde (Macau), no programa Request (a pedido). Era homem ou mulher dedicando-a para outra, mas anónimamente, afinal a canção diz – you don’t know me “você não me conhece”. Mesquita que o diga !!! E você, caro amigo contrerrâneo, se estiver lendo, sabe bem que estou a referir-me a si … hehehe !!!
Acrescenta o Bijú que em 1964, no Teatro Cheng Peng, ele, Moisés e Fernando Souza, apresentaram-se num festival de música além dos Irmãos Oliveira (veja a postagem deles) e um conjunto de jazz de Hong Kong.
Pelo vídeo percebi que o Moisés é mesmo muito bom no bandolim. O seu jeito de tocar o instrumento musical é do mesmo estilo que do Adalberto Remédios, outro mestre residente no Brasil que me explicava uma vez que pouca gente hoje toca assim. São repetidos toques nas cordas e não um único toque para um tom. Não sei se consegui explicar direito. Pena que não dá para reproduzir música e vídeo aqui, por enquanto.
Quanto a este jeito de tocar, lembro que no Encontro de 2004, ocasião em que o Trio Macaense, do qual o Bijú e o Adalberto faziam parte, fizeram algumas apresentações, membros da Tuna Macaense foram saudá-los como bons pupilos ao ver o jeito dos dois a tocar os bandolins, ainda mais em 1a. e 2a. voz, coisa cada vez mais rara!
Como lembrava com saudade o Delano Pereira no e-mail, “bons e velhos tempos da Tunas que já não voltam mais e nem se vê mais por aí”, apenas alguns remanescentes como o Moisés, o Adalberto e outros perdidos por aí, grandes anónimos.
O Trio Macaense também está presente nas páginas musicais do PMM com músicas dos tempos das tunas. Veja na Página-Guia de Música para se orientar quanto à sua localização.
Bom fim de semana !!! Volto na próxima …
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.


Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.


cartaz de Ung Vai Meng

O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.

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No Anuário de Macau do ano de 1962, nas páginas finais, vários anúncios publicitários encontravam-se publicados, os quais, reproduzimos abaixo para matar as saudades de quem viveu aquela época de ouro, ou então, para curiosidade daqueles que possam se interessar em conhecer, um pouco mais, aquela Macau de vida simples, sem modernidade, mas, mais humana.
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