A pesquisar as edições da Revista Macau de 1994, encontrei esta inserção (série II de 24/04/1994) no artigo de Carlos Pinto Santos “Os Livros da Profissão e a Ética Democrática” que fala do trabalho de Carlos Estorninho, e julguei útil a publicação para que conheçam um pouco a história da Casa de Macau em Portugal:
A Casa de Macau (em Portugal)
Quando da aprovação dos estatutos, em 11 de Junho de 1966, a Casa de Macau era um projecto com mais de vinte anos de gestação a que se tinham dedicado muitos macaenses radicados em Portugal. Mas a vontade de dispor de um lugar de convívio foi durante muito tempo contrariada por um Governo que teve sempre como regra desconfiar de todas as formas de associativismo estranhas à sua própria iniciativa.
A ideia de um espaço para proporcionar solidariedade, exibir peculiaridades culturais, debater registos históricos, relembrar vivências, divulgar realidades de Macau e de outras comunidades de origem portuguesa no Extremo Oriente, talvez tenha surgido, pela primeira vez, no decurso da homenagem que, em 1942, foi prestada, na Pastelaria Império, em Lisboa, por cerca de trinta macaenses ao tenente Filipe Ó Costa, o introdutor do hóquei em campo no território e antigo professor de alemão no Liceu de Tap Seac.
Carlos Estorninho e outros participantes no almoço da Império efectuaram diversas reuniões para delinear o projecto mas as tentativas saíram goradas por intransigência do regime. Por ocasião do centenário de Macau, em 1955, procuram concretizá-lo através da Sociedade de Geografia, chegando a elaborar um programa de comemorações e a cunhar uma medalha da efeméride. Foram compelidos a suspender a iniciativa, julgada inoportuna pelas autoridades.
A persistência dos macaenses e de muitos outros ligados afectivamente a Macau, apoiada pela influência que alguns dispunham nos gabinetes ministeriais, resultou, finalmente, na permissão concedida em 1966.
Face à proibição do Governo de os estudantes se inscreverem como “sócios ordinários” — todos os estudantes oriundos do ultramar só podiam ser membros de plenos direitos na Casa dos Estudantes do Império —, os estatutos criam a categoria de “sócios especiais” onde se incluem também as mulheres e os menores de 21 anos.
Para os corpos gerentes do primeiro triénio são escolhidos o general Flávio dos Santos, presidente da Assembleia Geral, Armando Hagatong, presidente da Direcção, e António Maria da Silva, antigo deputado por Macau, presidente do Conselho Fiscal. Carlos Estorninho, Augusto Nolasco, Henrique Serpa Pimentel, Rangel de Almeida, integram, entre outros, a direcção. Alugadas as instalações do Príncipe Real, as obras são custeadas com campanhas de angariação de fundos, cotização de sócios e contribuições de alguns beneméritos: Leal Senado, Banco Nacional Ultramarino, Stanley Ho, etc. Pouco depois da inauguração das instalações, 24 de Junho de 1969, são já 500 os sócios da Casa de Macau.
A actividade cultural desenrola-se a bom ritmo, sucedendo-se palestras, exposições, quinzenas temáticas, sessões de filmes sobre a terra longínqua. Às quartas-feiras a sala de refeições enche-se de gente gulosa de cozinha típica macaense. Organizam-se romagens a Macau a preços muito acessíveis.
Em Junho de 1974, a pacata actividade da Casa de Macau é interrompida com a ocupação das instalações. Durante quase cinco anos as instalações ficam seladas pelas autoridades
Reabre, em Fevereiro de 1979, restaurada e com estatutos revistos e simplificados. Carlos Estorninho é presidente da direcção no triénio 1979-1981.
Carlos Estorninho com amigos, à porta do Clube Desportivo “Os Argonautas” (1932)
Alunos e professores do velho Liceu de Macau, no ano lectivo 1924-25, distinguindo-se Camilo Pessanha (2a. fila, o 1º da esquerda – de chapéu). Carlos Estorninho é a 4a. criança (da esquerda para a direita) sentada
Carlos Estorninho, estudante, em Coimbra, com membros da família Senna Fernandes
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Hoje, 24 de Junho de 2022, comemora-se 400 anos de “A Maior Derrota dos Holandeses no Oriente” na sua tentativa de tomar Macau dos portugueses. Até a transição de soberania de Macau, de Portugal para a República Popular da China, em 20 de Dezembro de 1999, a data era comemorada como “DIA DE MACAU” ou “DIA DA […]
1 Aqueles bons tempos de Macau, que já não voltam mais, de peças teatrais com participação de macaenses, são recordadas por Jorge Eduardo (Giga) Robarts na sua página no Facebook. Com autorização do Giga, as imagens foram copiadas e editadas, inclusive seus textos. Fazem parte do seu acervo, bem como, partilhadas por seus amigos dessa […]
Nesta postagem, divulgamos duas histórias de Macau de autoria do Manuel V. Basílio, publicadas no Jornal Tribuna de Macau-JTM e que foram extraídas dos seus livros: A primeira viagem portuguesa no sul da China O primeiro acordo sino-português Nos artigos abaixo com os textos com ligação direta no JTM , clique em “continue reading” (continue […]
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