Estava num domingo normal na Casa de Macau de São Paulo para convívio e almoço, quando vi a Manuela Canavarro Agoston com um livro um tanto velho. Curioso, fui lá ver o que era. Qual a minha surpresa, um livro encadernado de receitas de 1934 compostas por folhas datilogradas. Uma raridade, até uma peça de museu.
Constava a autora, que poderia ser das receitas ou da colecionadora e datilógrafa, como Guilly Canavarro Remedios. Uma assinatura dizia que a proprietária, ou a última dela, ser a Augusta de Figueiredo e Canavarro que datava com a assinatura, Shanghai 30/5/1939 à moda portuguesa (bem que poderia datar à inglesa 5/30/39. Aliás os apelidos/sobrenomes apontam para as famílias macaenses e portuguesas de Shanghai, nos tempos anteriores à revolução na China que as obrigaram a abandonar a cidade, muitos só com a roupa do corpo. Eram os Canavarros, Remedios (sem acento), Figueiredo, Collaço, Barradas e tantos outros, que hoje estão espalhados pelo mundo. Perderam tudo! Hong Kong e Macau foram os principais destinos. Quem estudava na Escola Comercial nos velhos tempos, deve-se lembrar do centro de refugiados na mesma rua. Aliás quem não se lembra dos (lamentáveis e infelizes) conflitos entre a malta macaense e os “shanghainistas (como se dizia antigamente e até hoje). Era triste, não precisava ser assim, embora essa rivalidade era uma autêntica rivalidade da época, que infelizmente, ainda ligeiramente (politicamente correto pra dizer) transportada para os dias de hoje. Aliás essas rixas regionais não são privilégio dos macaenses, no Brasil também as vemos entre o Sul e o Nordeste, especialmente, e você me diz se também não nos seus países de acolhimento, se és da diáspora.
Deixando esta triste conversa de lado, quando vi o livro, logo pedi para fotografar umas páginas pois digitalizá-las, com certeza iria estragá-lo ao fazer a dobra, mas lá estava eu com uma simples câmera naquele dia e o resultado não tanto agradou-me. No entanto, penso que vai dar para ler as receitas em inglês. Não as traduzi para não correr o risco de cometer erros, e de repente ao invés de fazer uma capela vais fazer um minchi si iau, hehehe!!!
Publico aqui uma só, do Peixe Esmargal, e o resto das receitas (arroz gordo, bolo menino, capela, cheese toast, chilicote de rabono, cria cria, isca, rolette, além de uma tabela de conversão tael=onça/oz) estão publicadas no site Projecto Memória Macaense que já possui 23 páginas dedicadas à Gastronomia Macaense com inúmeras receitas. O link/ligação está na página principal. Vão dizer que já têm algumas dessas receitas, mas perceba que elas são de 1934. Pode ter algo diferente, um diferencial para aquele sabor melhor. Vale tentar, se conseguir entender o inglês lá escrito e as medidas, um tanto complicadas.
Agora, porque o Peixe Esmargal aqui? É que o meu cunhado, Alex Sales (Califórnia/EUA) era especialista nisso. Acho que ainda o é!!! Então vejamos (clicar na imagem para aumentar):
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.


Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.


cartaz de Ung Vai Meng

O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.

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No Anuário de Macau do ano de 1962, nas páginas finais, vários anúncios publicitários encontravam-se publicados, os quais, reproduzimos abaixo para matar as saudades de quem viveu aquela época de ouro, ou então, para curiosidade daqueles que possam se interessar em conhecer, um pouco mais, aquela Macau de vida simples, sem modernidade, mas, mais humana.

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