“Ao jantar, pôs de parte as ricas roupagens características de cetim encarnado bordado a oiro, de complicadas saias e faixas, para envergar uma cabaia elegante, de cetim preto com ramagens de várias cores, estilizada, a delinear graciosamente os contornos sedutores do seu corpo sinuoso. Estava tão radiosamente bela que, à sua entrada, se ouviram exclamações de pasmo.” … este é um trecho do conto Cheong-Sam A Cabaia do livro de mesmo nome da Deolinda da Conceição, a referir-se à bela e elegante Chan Nui. Um parágrafo traduziu bem o que é o cheong-sam, cuja tradução literal deste chinês-cantonense* é: vestido (roupa) comprido.
No e-mail que o Luís Garcia (Macau) repassou-me com o PPS “Cheong Sam ladies”, o autor original desconhecido exclamava em inglês: “those were the days, my friends, I thought they will never end……and came back!” (aqueles foram os dias, meus amigos, pensei que nunca acabariam … e voltaram).
Coloquei-me a pensar: quantos metropolitanos em Macau deixaram de voltar para Portugal por um cheong sam, ou quantos estrangeiros em Hong Kong por lá ficaram também pelo mesmo motivo? Algum homem resistiria a não voltar os olhos para ver uma bela chinesa vestida de cheong sam a expor os contornos sedutores do seu corpo sinuoso? Ou mesmo a despertar a curiosidade de outras mulheres? O cheong sam enaltece a feminilidade da chinesa, que lhe é característico e notório entre os estrangeiros.
Assim, para “celebrar” a volta do cheong sam como bem o faz aquele autor desconhecido do e-mail, embora penso que nunca deixou de ser usada, publico umas fotos do PPS e convido os leitores para vê-lo por completo no link abaixo, cuja autoria desconheço por estar escrito totalmente em chinês:
Este é curto mas o decote lateral é igual na cabaia longa até os pés. O ponto alto da sensualidade da cabaia.
À leitora brasileira, se quiser comprar o seu cheong sam e se estiver em São Paulo, poderá achar diversos modelos, estampas e cores nas lojas chinesas dos mini-shoppings na Praça da Liberdade, exemplo, ao lado do Mc.Donald e ao longo da extensão da mesma calçada. Não são caros e negocie o preço com a chinesa: “mais balato“. Aproveite e delicie-se com a comida chinesa nos restaurantes do outro lado da praça. Vai se surpreender com os preços em relação ao prato generoso. Aliás, volta e meia, vemos nas colunas sociais dos jornais e revistas que diversas brasileiras já aderiram ao traje nas recepções.
*Cantonense é o dialecto chinês falado na região do sul da China, principalmente em Macau, Hong Kong, Cantão e outras cidades da região. O mandarim é a língua oficial porém é completamente diferente do cantonense. O chinês que fala somente o cantonense não entende o outro a falar o mandarim. Neste caso, acabam usando o inglês, isto é, se o conhecer.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Hoje, 24 de Junho de 2022, comemora-se 400 anos de “A Maior Derrota dos Holandeses no Oriente” na sua tentativa de tomar Macau dos portugueses. Até a transição de soberania de Macau, de Portugal para a República Popular da China, em 20 de Dezembro de 1999, a data era comemorada como “DIA DE MACAU” ou “DIA DA […]
1 Aqueles bons tempos de Macau, que já não voltam mais, de peças teatrais com participação de macaenses, são recordadas por Jorge Eduardo (Giga) Robarts na sua página no Facebook. Com autorização do Giga, as imagens foram copiadas e editadas, inclusive seus textos. Fazem parte do seu acervo, bem como, partilhadas por seus amigos dessa […]
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