Aproveitando o feriadão de Carnaval no Brasil de 5 dias em Fevereiro de 2013, que vai de sábado a quarta-feira de cinzas, contratamos o nosso terceiro cruzeiro marítimo de 9 dias, o mais longo, embora para o mesmo percurso. O navio Costa Fortuna, que na temporada 2013-2014 não voltará para a América do Sul, parte do cais de Santos, Estado de São Paulo, seguindo para o Rio de Janeiro e depois para Buenos Aires na Argentina, Montevideo no Uruguai, Porto Belo no Estado de Santa Catariana e de lá retorna para o porto de origem, de onde inicia novo circuito pela mesma rota. Volta para Europa em Abril, numa interessante viagem de travessia do Oceano Atlântico que dura no total uns 15 dias, e que um dia ainda iremos fazer, o que aliás tem um custo baixo e dizem que é muito tranquila com pouca gente.
Na foto acima, o Costa Fortuna deixa o porto de Santos no início da noite. Era o 1º dia do feriadão, sábado 9 de Fevereiro, e o trânsito de descida de São Paulo para o litoral estava inacreditavelmente tranquilo. Ao longo do dia partiram 8 navios de cruzeiros com mais de 20 mil passageiros no total. O novo terminal portuário de passageiros estava congestionado de gente e de ônibus de translado (autocarro).
Como era dia de embarque, o horário de almoço do barco que terminava às 3 da tarde, estendeu-se até as 5. E enquanto aguardavamos a liberação das cabines, na foto acima, fomos almoçar no restaurante buffet-self-service. Viajamos, eu (o fotógrafo) e a Mia (direita), com o casal de amigos, Dulci (esquerda) e Humberto (Sonny) Fernandes, também de Macau.
Já fomos explorar o barco em seguida e nas fotos acima e abaixo, o saguão principal do navio com 12 pisos, o 3º ao 5º, ricamente decorados. Achei muito interessante os navios antigos e atuais da Costa Cruzeiros colados no topo do 5º piso.
O primeiro show diário noturno já dava mostras de danças brasileiras, num barco em que, incrível, os argentinos eram a maioria em relação aos passageiros do Brasil. Só se ouvia falar o castelhano. Estranho que se pensava que a Argentina em crise, e que dizem que 30% da classe média empobreceu, tantos argentinos tenham viajado e que se percebia que eram em geral desta classe social. Com isso, houve em certas ocasiões demonstrações de nacionalismo um tanto desnecessárias com o povo aos gritos “Argentina Argentina”.
Primeira parada: Rio de Janeiro, onde o navio iria pernoitar, partindo no meio da tarde do dia seguinte. Isto em função do Carnaval. Na foto acima, a Praia de Ipanema, onde pegamos o metrô (metropolitano) no centro, a 15 minutos do Terminal de Passageiros e descemos na estação final. De lá, caminhamos até o Forte de Copacabana de onde também se avista a praia de mesmo nome, num percurso de uns 20 minutos. O calor estava infernal. Muito quente! 40 graus por aí.
Do Forte de Copacabana, que estava louco para conhecer e que será objeto de uma postagem exclusiva, tomamos um táxi para nos encontramos com os amigos cariocas, Argentina e António Mendonça (meu amigo de infância desde Macau). A seu convite, fomos almoçar no restaurante do Hotel Max Palace, na Rua Barata Ribeiro, em Copacabana, num ambiente tranquilo e pouca gente, e pudemos saborear uma comida de primeira qualidade e muito saborosa. Veja meu prato de salmão grelhado com molho de maracujá, uma delícia. Foi um almoço regado também de assuntos macaenses e de Macau.
Hora de voltar para o barco, já avançando o fim de tarde, e pelo que pude perceber, dois navios cruzeiro atrás do Costa Fortuna, e outros dois à sua frente. No mínimo 5 navios de passageiros ancorados, mas deve ter mais depois do último visível, afinal é Carnaval, e nas ruas do Rio você percebe muita gente fantasiada indo ou voltando de desfiles de blocos de rua. O centro do Rio, com todas lojas fechadas, estava sujo, cheirando a xixi, pois na noite anterior milhares de pessoas pularam com os blocos carnavalescos que desfilaram ou tocaram pelas suas ruas, além do que, no próprio dia. O ambiente de carnaval é evidente no Rio. Pelas ruas beirando as praias de Copacabana e Ipanema, muita e muita gente circulando. Era uma festa só, tal como nos filmes.
O Costa Fortuna parte do Rio às 14 horas a caminho do Buenos Aires, numa viagem de 2 dias e meio. Com tudo fechado no centro e pouco tempo disponível para passeios mais distantes, ficamos no barco. Até pensamos contratar o tour turístico do barco para ir ao Corcovado, mas imaginando que por ser Carnaval devia ter muita gente, o que vim a saber depois que para tomar o trem turístico* para subir até o topo do morro, a fila era de mais de duas horas. Não faz mal, um dia volto para um turismo adequado no Rio, pois afinal de contas é logo aí, a 500 quilometros de São Paulo, a 45 minutos de voo ou seis horas de ônibus. De carro não fico muito estimulado a fazer, embora já o tenha feito umas 3 vezes há muitos anos atrás. Na foto acima, o Corcovado com o Cristo Redentor de braços abertos. Lindo! (*Agora você pode comprar sua passagem via internet com hora marcada para tomar o trem turístico até o topo do Corcovado)
A caminho de Buenos Aires, Argentina, numa viagem de dois dias e meio, o grupo de animação do navio anima os passageiros num baile de carnaval com fantasias que durou a noite toda. Demos muita risada com a fantasia à esquerda.
O deck do barco estava também tomado de gente curtindo o sol, piscina e a molecada no tobogã, nesta parte da viagem. E no fim de tarde (foto abaixo), na véspera da chegada a Buenos Aires, já no canal do Rio de La Plata, passando pela costa do Uruguai, pude contemplar e fotografar um lindo por-do-sol
Parada em Buenos Aires, embora seja a 6ª vez que visito a cidade, gosto de estar lá. Visita obrigatória à Calle (rua) Florida (foto abaixo). Nada novo, a não ser a reforma do piso do calçadão. Em 2010, fiz um tour do barco pela cidade. Foi bom. Conheci novos lugares.
É uma tradição. Ir a Buenos Aires (BA) e não comer um bife de chorizo (foto abaixo), o passeio fica incompleto. Desta vez, degustei-o no bar-restaurante Florida Garden “la identidad de una esquina” como se auto-intitula. Fica na esquina da Calle (rua) Florida com a Paraguai. O ambiente respira o antigo de BA com aqueles senhores distintos e um garçom muito simpático no andar superior.
Apesar da Guerra das Malvinas entre argentinos e ingleses, a européia Buenos Aires preserva o seu toque britânico (foto abaixo).
Ciao Buenos Aires, até a próxima! O Costa Fortuna deixa o porto já anoitecendo. Pouco antes, outro Costa Fascinosa, todo iluminado, também já tinha partido. Na foto abaixo, os prédios do belo Puerto Madero, um lugar muito agradável cheio de restaurantes.
Chegamos a Montevideo, Uruguai, e visito a cidade pela terceira vez. A segunda vez via cruzeiro marítimo, após 2011. Na foto abaixo, a cidade velha (ciudad vieja) numa caminhada do Terminal de passageiros, pertinho, até a Plaza de Independencia. Estava limpa, bastante bem cuidada e segura, embora com vários imóveis dsocupados. No dia, além do nosso navio, outro vindo de Miami também atracava no porto trazendo muitos turistas americanos idosos.
Um dos principais atrativos de Montevideo é o seu Mercado del Puerto (Porto), bem ao lado do Terminal de passageiros. Lá tem vários restaurantes e bares, que servem das mais variadas carnes, parillas, miúdos das mais variadas partes do animal, etc., em pratos à la carte ou pedaços avulsos como na foto acima. Os preços são turísticos, mas a nível Brasil e internacional ainda estão baratos. É imperdível almoçar por lá. Almoçei de uma picanha bem deliciosa com papas fritas a 24o pesos uruguaios, ou pouco mais de US$ 12,00 ou R$ 24,00, ou MOP$ 96,00, a porção generosa. (fotos acima e abaixo).
cotação praticada no Mercado del Puerto: R$ 1,00=Pesos $10,00 / US$ 1,00=P 20,00 (US$ 1,00=MOP$ 8,00)
Depois de Montevideo, no dia seguinte, o Costa Fortuna ancorou a cerca de 20 minutos de barco auxiliar (foto abaixo) do novo cais de Porto Belo, em Santa Catarina, sul do Brasil. O mar estava calmo na ida, mas na volta, já lá pelas 17 horas com a aproximação de um temporal de Verão, o mar estava agitado para os pequenos botes de salva-vidas.
Em Porto Belo, que já tinha passeado pelas suas ruas em 2011, partimos para um tour em Blumenau, localizada no vale europeu (duração 6 1/2 horas). Pela foto abaixo, você pode perceber a forte presença européia em todo o Estado de Santa Catarina. Os açorianos e alemães foram das principais imigrações nos idos tempos. Em Blumenau realiza-se a Oktober Fest, possuindo um recinto próprio para essa festa, aberta ano todo, com várias edificações do estilo abaixo como lojas de souvenirs, lanchonetes etc (veja futura postagem específica).
O último dia de cruzeiro marítimo é uma tristeza. Começa a bater uma saudade e pensando quando vai ser a próxima vez. No último show diário para quem desembarcava em Santos, o show de despedida, os artistas e músicos foram os membros a tripulação. Eram brasileiros, filipinos prncipalmente, vietmitas, chineses, indianos, indonésios etc., e muitos surpreenderam com o seu talento. Foi um belo e emocionante espetáculo. No dia 18, logo às 8 da manhã, o Costa Fortuna atracava no porto de Santos e pouco depois acabava o nosso cruzeiro. Até o próximo … em 2013, 2014 ou 2015 ??? Uma certeza é que voltaremos …
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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