No Encontro ouvi um macaense que partira de Macau em 1967 e nunca mais retornou. São 40 anos fora de casa. Outro que já voltou algumas vezes e tem lá a sua mãe e irmão ainda a residir por lá.
O primeiro dizia que aquela Macau não era mais a Macau dele. Estava decepcionado que tudo tinha mudado tão radicalmente. Tudo era diferente de há 40 anos atrás.
O outro dizia que se sentia orgulhoso por Macau ter alcançado tamanho progresso.
Penso que devem haver outras tantas variadas opiniões. Quem está certo? Acho que ambos. Vai do sentimento de cada um.
Quanto ao primeiro, percebe-se em muitos que não mais retornam a Macau por julgar que aquela não é mais a cidade que viveu e tem no coração. Daquelas ruas tranquilas, pouca gente. Não encontram mais elo com os velhos tempos. Muitas edificações já lá não estão mais, etc.
Sobre o outro, é do tipo que ainda consegue sentir o ambiente da sua terra. Adepto à modernidade, fica orgulhoso em ver tantas construções e riqueza, porém a cidade ainda a manter algo provinciano apesar da pressa e do corre-corre dos habitantes.
O que penso? Surpreendo-me e fico também orgulhoso em ver a modernidade. Lembro-me quando jovem, ficava admirado com aquele prédio caixa-de-fósforo, ao lado do Hotel Sintra. Achava aquilo a modernidade de Macau. Porém assusto-me com o congestionamento de gente pelas ruas. Nossa, é gente demais que até dá uma certa claustofobia. Em São Paulo também é assim, mas os espaços são grandes. Macau ainda continua pequena com ruas estreitas e apertadas.
Encontro ainda algumas construções que me ligam ao passado, embora um tanto superficial, como a Rua Nova São Lázaro onde nasci, O Seminário São José, a minha escola, as Igrejas, especialmente São Lourenço, onde fiz a minha primeira comunhão. É um elo que se sente mas que passa rápido. O ambiente do entorno é diferente e distrai o elo.
Noutra postagem irei falar um pouco mais disso com algumas imagens que fiz, à procura do meu elo com o passado.
No entanto, sei que gosto de ir a Macau. Ainda a sinto do jeito como está, algo parecido com a minha terra, porém com algum bom esforço. Às vezes, paro e fico a imaginar com os meus botões. Será que nasci e morei aqui? Procuro sentir, às vezes sinto um pouco, às vezes não sinto. Talvez pelo bom tempo vivendo fora da terra natal. Mas é bom estar em Macau por um tempo determinado, pois voltar a morar por lá, penso, será muito difícil. Afinal, moro há 40 anos num País enorme como o Brasil, onde espaço não falta. Mesmo assim, o sentimento que me leva a divulgar a minha terra no PMM, não muda e continua tal qual como está.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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