Estava a dizer que faria aqui os comentários do Encontro. Ainda não os fiz e andei meio ausente daqui, mas farei.
O que me leva a vir aqui com uma nova postagem, é o que viram no quadro “um apoio, um apelo” no meu portal Projecto Memória Macaense.
Talvez muitos me perguntam do motivo de apegar-me tanto na defesa da língua portuguesa no nosso meio macaense.
Vem de longe meus amigos e minhas amigas !!! Penso que “ser macaense” ou fazer parte da comunidade macaense, é antes de tudo, reconhecer e respeitar as nossas origens.
Como falar que as defende, que luta para preservá-las, que se preocupa com a continuidade das nossas tradições e cultura, sem falar no tão falado, continuidade das Casas de Macau, se, a primeira coisa que se faz, é dar um “tiro” na sua principal origem, a língua portuguesa falada pelos portugueses que chegaram a Macau, há cerca de 440 ou 450 anos (tanto faz)? Estariamos sendo honestos quando batemos no peito e falamos tais coisas?
Por outro lado, vejo um contraste e tanto, até penso que andamos na contramão no curso da política da RAEM, isto é, da RPC.
Vimos acontecer na RAEM ou Macau, como queiram, mas neste caso, seria a RAEM mesmo pela situação política do evento, os 1ºs Jogos da Lusofonia em 2006. Isto não aconteceu na administração portuguesa, mas sim, nos novos tempos de Macau, pós transição. Estive lá e como relatei numa outra postagem, na sala de imprensa no Estádio de Macau, assisti a uma conversa entre dois jovens chineses, em português, num esforço para praticar a fala da nossa língua. Comentava orgulhoso um deles “nós macaenses …”. Emocionei-me ao ver o esforço do jovem que parecia pensar, “se falo português, posso me considerar macaense” (não precisava disso, meu caro jovem, pensava comigo). Ainda comentava ele que lamentava que, em Macau, havia pouco interesse da população em aprender o português, coisa que não acontecia na RPC, no continente.
De facto, leio nas notícias que há um grande interesse na China para o aprendizado do português, dado às iniciativas do País em desenvolver relações comerciais ou não, com Países de Língua Portuguesa.
Agora pensem comigo, os chineses se esforçam para aprender o português para poderem se entender com os Países Lusófonos, e nós macaenses ??? O que fazemos com a nossa língua portuguesa? O que fazemos para retribuir ao nobre gesto da RAEM de manter a língua portuguesa como a 2a. língua oficial da cidade? Qual o nosso esforço para retribuir a uma Nação que soube apoiar os nossos Encontros, coisa que nunca esperavamos, e essa Nação, a RPC, procura estreitar relações com Países que falam o português, no Brasil, são cerca de 200 milhões ???
Será que certa ala de macaenses não estão na contramão das iniciativas da RPC, quando sugerem que se deixe de falar o português para certas conveniências? E depois vamos pedir apoio da RPC às nossas iniciativas, quando não apoiamos as dela com certos gestos? Será que não está aí a falta de alguma coerência? Será que estamos cometendo o nosso suicídio? Será que os próprios macaenses não estariam procendendo para a extinção da sua raça? Não falo de forma genérica, pois sei que muitos compartilham com as minhas preocupações e questionamentos.
Estas questões passam pela minha cabeça e tenho as minhas respostas, que prefiro não torná-las públicas.
Assim, um apelo meu! Respeitem a nossa língua portuguesa! Procurem soluções, mas não aquela de exterminar o português de eventos que, pasmem, procuram transmitir aos jovens a nossa cultura, as nossas tradições, as nossas origens, etc., mas na contramão, dizer a eles que a língua é o que menos importa e que seja aquela que mais convém. Pois não basta aqueles “pobres” jovens falantes do português, e que não dominam o inglês, ficar a chupar os dedos e procurar entender o porque do desprezo da sua língua nativa em eventos de 2007.
Infelizmente, não posso fechar os olhos e dizer “deixa pra lá, não esquente a cabeça”, se ouço comentários a respeito. Não se pode pensar que Portugal e Brasil são países (onde se fala o português) de 3º mundo, portanto …, pois a RPC não pensa assim !!!
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Hoje, 24 de Junho de 2022, comemora-se 400 anos de “A Maior Derrota dos Holandeses no Oriente” na sua tentativa de tomar Macau dos portugueses. Até a transição de soberania de Macau, de Portugal para a República Popular da China, em 20 de Dezembro de 1999, a data era comemorada como “DIA DE MACAU” ou “DIA DA […]
1 Aqueles bons tempos de Macau, que já não voltam mais, de peças teatrais com participação de macaenses, são recordadas por Jorge Eduardo (Giga) Robarts na sua página no Facebook. Com autorização do Giga, as imagens foram copiadas e editadas, inclusive seus textos. Fazem parte do seu acervo, bem como, partilhadas por seus amigos dessa […]
Nesta postagem, divulgamos duas histórias de Macau de autoria do Manuel V. Basílio, publicadas no Jornal Tribuna de Macau-JTM e que foram extraídas dos seus livros: A primeira viagem portuguesa no sul da China O primeiro acordo sino-português Nos artigos abaixo com os textos com ligação direta no JTM , clique em “continue reading” (continue […]
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