Cronicas Macaenses

Blog-foto-magazine de Rogério P D Luz

Quartel de São Francisco

Esta foto antiga do Quartel de São Francisco, felizmente preservada e que hoje abriga as Forças de Segurança de Macau, está publicada no livro “Meio Século em Macau” de J.J.Monteiro (foto antiga abaixo), uma edição do IIM – Instituto Internacional de Macau (direção de Jorge Rangel).  O Quartel traz muitas lembranças aos macaenses dos seus velhos tempos da tropa.  Como emigrei para o Brasil antes da idade para servir o Exército pouco posso falar a respeito, mas uma passagem simples que não sai da memória, é de eu, ainda criança, a fazer companhia a minha mãe, Maria Marcelina, que visitava o meu irmão José no quartel.  Ele foi-nos encontrar na porta, pois não podia entrar, mas estava eu morto de curiosidade para dar uma espiada lá dentro, para receber uma encomenda da mãe, que infelizmente não lembro do que era.  Talvez algo para comer.

Comprei os 2 volumes do livro no Teatro D.Pedro durante o evento do IIM no Encontro Macau 2010.  Não arrependi apesar do peso que faria na minha bagagem pelo limite imposto.  É simplesmente espectacular pelo seu conteúdo.  Muitas fotos e lembranças dos velhos tempos de Macau.  Está de parabéns o seu autor e editor! Belo trabalho! A tiragem inicial era de 500 exemplares.  Não sei se esgotou, o que seria natural. Não comprou ainda o seu? Então vá correndo, antes que esgote! Com a esperada licença do detentor dos direitos autorais, publico 2 imagens digitalizadas.

Sobre o Quartel de São Francisco, um histórico:

FINS MILITARES DA FORTALEZA DE S. FRANCISCO
No passado, acomodando várias fortalezas, a fortaleza de S. Francisco tem demonstrado função primordial para fins militares.
Em 1601 foi iniciada em Macau a fortificação pelos portugueses. Em 1613 foi construído o baluarte da Barra, que é a mais antiga fortificação de Macau. Em 1622 havia então uma bateria no ponto onde hoje existe o forte de Santiago da Barra, outra em São Francisco e uma terceira em Bomparto. Na mesma altura foram mencionadas : Fortaleza de N. S.ª do Monte de S. Paulo, depois fortaleza de S. Paulo ; Forte de N. Sr.ª da Guia ; Forte de Patane e Forte de N. Sr.ª da Penha de França.
A primitiva fortaleza de S. Francisco tinha um plano irregular, a fim de seguir os contornos da base de apoio onde estava localizada. A fortaleza sofreu alterações depois de 1775, e a mesma posteriormente edificada em 1864 tinha uma forma mais regular. Em 1872 foi desenvolvida uma fortificação costeira situada precisamente abaixo da fortaleza de S. Francisco, designada por Bateria 1.º de Dezembro, para controlar, assim, tanto a navegação entre Macau e a Taipa, como a aproximação do Porto Interior. Mas tudo isto desapareceu quando começavam os trabalhos de aterro em 1921.

CANHÕES E PAIOL
A fortaleza de S. Francisco tinha seis aberturas para seis armas de bronze e dois pequenos torreões de observação no cimo das muralhas de Leste e Oeste. Na base da fortaleza havia um reduto, construído em 1623, que se projectava para o mar e que tinha apenas uma abertura para a maior peça de artilharia de Macau – uma colubrina que disparava tiros de balas de ferro de 16kg com um alcance de 2,5km. Em 1745 a fortaleza de S. Francisco tem sete peças e um paiol do lado esquerdo.
Texto do site da Direcção dos Serviços de Forças de Segurança de Macau

(atualização 18/Abril) – Abaixo uma foto do início de 1900 em Macau que nos dá uma idéia de como era o Quartel São Francisco.  A rampa já existia.  Mal sabia os homens (culei) dos “ché chai” que uma dezena de anos depois, por lá passariam carros de corrida, como os de hoje da Fórmula 3 internacional. (foto da Revista Macau, artigo de Rogério Beltrão Coelho)


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Publicado às 06/04/2011 por em MACAU, Macau-memórias e marcado , , .

Autoria do blog-magazine

Rogério P. D. Luz, macaense-português de Macau, ex-território português na China, radicado no Brasil por mais de 40 anos. Autor dos sites Projecto Memória Macaense e ImagensDaLuz.

Sobre

O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.

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