João Maria Ferreira do Amaral (Lisboa, 4 de Março de 1803 – Macau, 22 de Agosto de 1849) foi oficial da Marinha Portuguesa e governador de Macau.
Em 1821, Ferreira do Amaral era aspirante de Marinha e iniciou a sua carreira servindo na esquadra do Brasil. Após a separação do Brasil de Portugal, todas as províncias proclamaram o Império, excepto a Bahia que permaneceu fiel à metrópole, e rendeu-se apenas em Julho de 1823, depois de vários combates entre portugueses e brasileiros. A 24 de Fevereiro de 1823, em Itaparica, distinguiu-se o guarda-marinha Ferreira do Amaral, pela sua bravura em combate: ferido no braço direito continuou a comandar os seus homens na carga, até ser recolhido ao hospital, onde lhe foi amputado o braço. Apesar de mutilado, prosseguiu na sua carreira e foi promovido a tenente.
Durante o período da Guerra Civil, foi um dos poucos oficiais da Marinha que conseguiram emigrar e apresentar-se na Ilha Terceira ao serviço do partido constitucionalista. Fez parte do desembarque do Mindelo e teve muitas outras missões importantes durante as Campanhas da Liberdade, com especial relevo para a defesa de Lisboa pelo lado oeste, em 1833, enquanto comandante do brigue São Boaventura e da esquadrilha do Ribatejo. No fim da guerra era já oficial superior.
Até 1844 comandou vários outros navios, entre os quais a corveta Urânia, que usou em missões diplomáticas no Mediterrâneo, e a fragata Diana na qual desempenhou importante missão ao Brasil e ao Rio da Prata, em defesa dos interesses e segurança dos portugueses. Serviu em Angola, onde comandou a estação naval e distinguiu-se no combate ao tráfico de escravos. Prendeu um negreiro, Arsénio Pompílio, que foi encarcerado no castelo de São Jorge e escreveu folhetos difamatórios contra Ferreira do Amaral, mas que não lhe abalaram o prestígio. Era deputado por Angola, em 1846 , quando foi nomeado governador de Macau.
Em consequência da Primeira Guerra do Ópio, Inglaterra fundou uma colónia na ilha de Hong Kong, que se tornou o porto ocidental mais importante na China. Estes acontecimentos levaram o governo de Portugal, em 1844, a decidir tornar Macau uma verdadeira colónia portuguesa. Em 1845, a cidade foi declarada um porto franco e tornada independente do governo da Índia, ao qual estava sujeita até então.
Macau tinha até então duas alfândegas: a portuguesa, que cobrava impostos sobre o comando dos navios nacionais, constituindo a única renda pública de que se pagava aos funcionários da cidade; e a chinesa (o Ho-pu), cujos impostos eram cobrados pelos mandarins do Império Chinês. O Governador Ferreira do Amaral expulsou os mandarins de Macau, aboliu a alfândega chinesa, pôs fim ao pagamento de vários tributos e impostos (de entre os quais o aluguer de Macau) às autoridades chinesas, abriu os portos, construiu estradas nos campos anteriormente vedados pelos chineses, ocupou oficialmente a ilha da Taipa, lançou tributos e reorganizou os serviços públicos.
O seu governo enérgico, em defesa dos interesses de Portugal e pelo domínio do território, desagradou aos mandarins, que trataram de eliminar tão determinado inimigo. Na tarde do dia 22 de Agosto de 1849, Ferreira do Amaral saiu para um passeio a cavalo, acompanhado pelo seu ajudante de ordens Jerónimo Pereira Leite, passou as Portas do Cerco e foi atacado por um grupo de chineses que o mataram à cutilada.
Logo após a este acontecimento trágico, decorreu a famosa Batalha do Passaleão, considerada o único verdadeiro “conflito” bélico entre as forças militares portuguesas e chinesas.
FERREIRA DO AMARAL (João Maria), in “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira”, Editorial Enciclopédia, Lda, Lisboa – Rio de Janeiro (1936-1960), Volume 11, pág.196-197 – Fonte: Wikipédia
Nota: na postagem anterior ou seguinte, pela ordem de visão do blog, veja a lamentável situação da estátua do Governador Ferreira do Amaral, em Lisboa, Portugal.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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