Em 2009, publiquei uma foto do local estava instalada a estátua do Governador Ferreira do Amaral. Foi um contributo do internauta José Manuel. A foto foi tirada de perto, não dando a dimensão de como estava instalada.
Nesses dias, descobri por acaso o blog Macau Passado (http://macaupassado.blogs.sapo.pt/) do João Eduardo Severino, que foi do jornal Macau Hoje e do semanário Vector “o 1º jornal independente de Macau” como bem diz, e num dos seus posts trazia 2 fotos actualizadas da (coitada) estátua. Aparentemente, comparando com a de 2009 (pelas casas ao fundo), a estátua está no mesmo lugar, porém “de frente para os fundos” de uma escola, que não sei se já lá existia naquele ano.
Qual a tristeza minha, a estátua está literalmente “abandonada” num sítio com a grama/mato para cortar. O Severino no seu post escreve “a estátua está vergonhosamente colocada no chão, sem dignidade nenhuma no Bairro da Encarnação, em Lisboa, nas traseiras de uma escola (?), virada para uns taipais. Simplesmente inacreditável…”, conforme a foto enviada por um leitor, Pedro Pinto.
Lembro-me daqueles velhos tempos, quando ainda morava em Macau nos anos 60, sentiamos orgulhosos a ver aquela estátua, imponente, na Praia Grande, que servia até de fundo para fotografia de recordações. Até ficava aliviado que não fora derrubada nos tumultos do “1,2,3”.
A propósito, numa conversa reservada com uma personalidade, comentei sobre a estátua, do porque ela não estar num lugar digno, digamos um museu etc. Ouvi que poderia ser devido ao seu tamanho. Mas se você ler ou souber a história do Governador Ferreira do Amaral, verá que a estátua “incomoda” nas relações actuais, assim como a do Coronel Mesquita que foi derrubada no “1, 2, 3”. Como sou português, nada posso comentar sobre o sentimento do outro lado. Até penso que se fosse uma estátua de um mandarim que derrotou as tropas portuguesas num eventual conflito de outrora, o que pensariamos a respeito?
No entanto, acho que nada justifica o abandono. Antes ficasse numa praça, mesmo sem aquele monumental pedestal, ao alcance da mão, do que ficar nos fundos de uma escola, praticamente num estacionamento de carros, ainda por cima, “olhando” para a parede da escola. “Isto é uma vergonha” como diz o jornalista Boris Casoy da tv brasileira. Mesmo que a “estátua” incomodasse, o que só suponho, espero que não, não se pode faltar ao respeito com quem serviu bem a Pátria nos tempos coloniais de Portugal. Na postagem seguinte, leia o que o Wikipédia conta a respeito do ilustre Governador Ferreira do Amaral.
foto de Harry Redl – livro “Macao” de 1963
abaixo, de 2011
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
No livro “Meio Século em Macau” de J. J. Monteiro (José Joaquim Monteiro) composto por dois volumes, nas últimas páginas do Volume II estão as letras da canção “Macau (linda)”, que infelizmente não temos a gravação e nem se sabe se houve, talvez nos arquivos pessoais de algum macaense ou familiares. Trata-se de uma música […]
Os Brasões de Macau portuguesa são todos inspirados nos estilos heráldicos tradicionais da Europa. O primeiro brasão de armas de Macau foi usado até ao final do século XIX. É apenas constituído pelas armas de Portugal cercado pela inscrição Cidade do Nome de Deus, Não Há Outra Mais Leal. O segundo brasão de armas foi […]
A Sessão Solene de Abertura e Jantar de Boas Vindas do Encontro das Comunidades Macaenses – Macau 2019, oferecida pelo Governo da RAEM, foi realizada em 24 de Novembro de 2019 no Hotel Sheraton Grand Macao, Cotai Central, na Ilha da Taipa de Macau O Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, cujo mandato se […]
É uma vergonha não honrar o valor deste homem que deu tanto para a sua terra natal. A estátua nem devia ter sair de Macau. A história não deve ser cega de um olho. Temos que assumir a história, nos bons e maus momentos. O Homem integral e uma nação que se preze, não devem vergar sob nenhuma potência política, económica e financeira. Eu nào me considero um verme da sociedade.