Saiu no Jornal Tribuna de Macau, edição de 09/09/2011, a visão de 2 macaenses residentes o Estado da Califórnia sobre o 11 de Setembro que completa 10 anos no domingo:
“Os americanos tornaram-se mais xenófobos”
Delano Pereira
conta como foi acordar na manhã de 11 de Setembro de 2001. Da aflição inicial ao receio de outros ataques, seguiram-se meses incómodos. O arquitecto, nos Estados Unidos desde 1967, viveu de perto o clima de suspeita.
“Estava ainda a barbear-me na minha casa em Cerritos, Los Angeles, quando a minha mulher deu um grito, dizendo que um avião tinha embatido contra uma das Torres Gémeas. Pensámos que seria um avião em rota perdida, um terrível acidente causado por um piloto desnorteado. A caminho do carro, ouço um novo grito, era um segundo avião a chocar contra a outra torre. Poderá ser? Novamente? A minha primeira preocupação foi a de tentar saber do irmão do meu cunhado que trabalhava numa das torres. Ele já tinha saído com ferimentos ligeiros, há alguns anos, quando um camião explodiu no parque de estacionamento subterrâneo das torres. Felizmente, o escritório dele tinha mudado de local. Que alívio! Nunca me passou pela cabeça que fosse um atentado terrorista. Foram horas extremamente confusas. Nos dias seguintes viviam-se momentos de tensão e receio que outros atentados acontecessem. Na própria manhã do atentado, o nosso ateliê pensou em interromper o trabalho. Existiam boatos de que vários aeroportos na imensidão de Los Angeles seriam futuros alvos. O custo dispendioso das guerras no Médio Oriente, a preocupação excessiva do governo em controlar possíveis células da Al-Qaeda, imaginárias ou verdadeiras, o desconforto no aeroporto, com o público a ser sujeito a uma inspecção algo intrusiva foram algumas das consequências que senti na minha vida. A polícia andava demasiado preocupada em questionar as pessoas que fugiam ao estereótipo americano ‘louro e de olhos azuis’. Os americanos em geral também mudaram. Tornaram-se mais xenófobos e menos tolerantes face à religião muçulmana. Estavam indignados pelo facto de os Estados Unidos terem sido atingidos, mas ainda mais por ter sido ‘tão fácil’. Continuo a sentir-me seguro, apesar da agitação económica, do crescimento da dívida pública e das manobras políticas dos dois partidos rivais”.
“Não sinto que a minha vida tenha ficado abalada”
Henrique Manhão
residente em Concord, Califórnia, possui uma perspectiva diferente sobre os atentados de 11 de Setembro. Descreve instantes de perplexidade, que porém não alteraram a sua vida quotidiana. Hoje diz continuar a sentir-se confortável no país que o acolheu há 31 anos.
“Quando os atentados aconteceram estava em casa. Tinha acabado de acordar. Os telefonemas, vindos de Macau, Portugal e França não paravam. O meu irmão Francisco, que vive em Macau, telefonou-me a dizer que a cidade de New York estava a ser bombardeada por aviões e foi aí que liguei a televisão. Fiquei perplexo. O meu primeiro pensamento foi que os Estados Unidos estariam a ser atacados por uma potência estrangeira. Nos dias seguintes, aparentemente, parecia estar tudo calmo. Fui para o trabalho como de costume. Ouviam-se poucos comentários sobre o acontecimento. Não conheço pessoas que tenham abandonado os EUA devido ao atentado, nem vi notícias sobre isso. Os americanos encaram as calamidades nacionais com calma, solidariedade e grande amor à pátria. Muitos jovens ofereceram-se imediatamente para o serviço militar. Eu não pensei em regressar. A confusão era grande, mas não caótica. Não sinto que a minha vida tenha ficado abalada. E hoje posso dizer que continuo a sentir-me muito seguro a viver nos Estados Unidos”.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Hoje, 24 de Junho de 2022, comemora-se 400 anos de “A Maior Derrota dos Holandeses no Oriente” na sua tentativa de tomar Macau dos portugueses. Até a transição de soberania de Macau, de Portugal para a República Popular da China, em 20 de Dezembro de 1999, a data era comemorada como “DIA DE MACAU” ou “DIA DA […]
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Nesta postagem, divulgamos duas histórias de Macau de autoria do Manuel V. Basílio, publicadas no Jornal Tribuna de Macau-JTM e que foram extraídas dos seus livros: A primeira viagem portuguesa no sul da China O primeiro acordo sino-português Nos artigos abaixo com os textos com ligação direta no JTM , clique em “continue reading” (continue […]
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