Cronicas Macaenses

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Igrejas do Centro Histórico do Rio de Janeiro

Quando se fala do Rio, é Copacabana, praias, mulheres, Corcovado ou Pão de Açúcar.  Poucos falam do seu Centro Histórico, e eu o desconhecia, até no cruzeiro marítimo que fiz no Natal passado pelo navio Costa Victoria, tendo a cidade maravilhosa como 1º porto de parada.  Fica perto do cais, a cerca de 15 minutos a pé.  Vale a pena conhecê-lo na sua próxima viagem ao Rio.  Tem prédios históricos, museus, muitas igrejas antigas, variedade de restaurantes, umas ruelas que lembram Europa.  Não tive tempo disponível para uma visita completa e esta fico devendo a mim numa próxima vez, para ficar lá por alguns dias.  Recomendo, e não só lá, o Rio em si tem muita história espalhada em diversos locais, além de belas paisagens.

Infelizmente o desmoronamento de 3 prédios ocorreu no Centro Histórico, atrás do Teatro Municipal que não tive tempo para visitá-lo. Foi triste e a lamentar a perda de vidas humanas, que não foi maior pois ocorreu à noite fora do horário comercial. Mas o propósito desta postagem é para falar de duas igrejas católicas que ficam lá, na Rua 1º de Março,  uma ao lado de outra, algo raro e muito interessante. Surpreende pela beleza e  riqueza do seu interior.  Vejam:

(clicar nas fotos para aumentar – salvo da Wikipédia, todas outras fotografias do autor deste blog sem uso de flash e com uma máquina fotográfica compacta, motivo de certa baixa qualidade e volume de “ruídos”)

A Igreja Nossa Senhora do Monte de Carmo (antiga Sé), a 1ª da esquerda, ao lado da Igreja da Ordem Terceira do Carmo (foto Wikipédia)

na mesma ordem acima

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IGREJA NOSSA SENHORA DO MONTE DE CARMO (ANTIGA SÉ)

A igreja remonta à primitiva capela do vizinho Convento do Carmo, um dos mais antigos da cidade, fundado ainda no século XVI. Quando os carmelitas chegaram à cidade, por volta de 1590, foi-lhes doada uma capelinha dedicada a Nossa Senhora do Ó, na então Rua Direita (atual Rua 1º de Março), perto da praia, local do atual templo. Ao longo dos séculos XVII XVIII, os frades construíram um grande convento ao lado da capela, edificação ainda existente, apesar de parcialmente descaracterizada.
A primitiva capela deu lugar à atual igreja a partir de 1761. As obras, a cargo do Mestre Manuel Alves Setúbal, estenderam-se por quinze anos, tendo o novo templo sido sagrado em 22 de Julho de 1770, com uma procissão solene.
A talha dourada em estilo rococó do interior, de grande beleza, foi realizada por mestre Inácio Ferreira Pinto a partir de 1785.
Como a chegada da família real portuguesa e de sua corte ao Rio de Janeiro, em 1808, o vizinho Paço dos Vice-Reis (atual Paço Imperial) foi utilizado como casa de despachos da corte. A rainha D. Maria I (1777-1816) foi instalada no também vizinho Convento do Carmo, sendo ambos os edifícios ligados por um passadiço elevado (hoje inexistente) sobre a Rua Direita. Por ser o templo mais próximo, D. João VI designou a Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo como nova Capela Real Portuguesa e, pouco mais tarde, também como Catedral do Rio de Janeiro, condição que manteve até 1976, quando foi inaugurada a Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro, na Avenida República do Chile.
Como capela real, a Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo foi palco de importantes eventos, como a sagração de D. João VI como rei de Portugal, em 20 de março de 1816, após a morte de D. Maria I. Aqui, também se casaram o príncipe D. Pedro, futuro imperador do Brasil, com D. Leopoldina de Áustria, no dia 6 de novembro de 1817.
A fachada foi completada apenas por volta de 1822 pelo arquiteto português Pedro Alexandre Cavroé, que deu ao edifício um frontão elevado em estilo clássico.
Após a Independência do Brasil, a igreja passou a ser a Capela Imperial e sediou as cerimônias de sagração dos imperadores D. Pedro I e D. Pedro II, bem como o casamento da Princesa Isabel com Louis Phillippe Gaston d’Orléans, o Conde D’Eu, em 15 de outubro de 1864.
Para permitir a ligação da Rua do Cano (atual Rua 7 de Setembro) com o Largo do Paço, em 1875 (1857 segundo outros autores), foram demolidas a torre e a portaria do antigo convento. Um passadiço elevado conectou os dois edifícios até 1890.
Por determinação do Cardeal Arcoverde, a torre foi reconstruída em 1905 e, em 1910, construiu-se o frontispício voltado para a Rua 7 de Setembro. Estas obras afastaram o conjunto das suas linhas originais.
Em 1976, quando a Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro foi concluída, a Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo perdeu a sua condição de catedral, sendo, a partir daí, também chamada a Antiga Sé. (fonte: Wikipédia)

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IGREJA DA ORDEM TERCEIRA DO CARMO

A Ordem Terceira do Carmo funcionava no Rio de Janeiro desde o século XVII, ocupando uma capela próxima ao Convento do Carmo. A Ordem decidiu-se pela construção de uma nova igreja em 1752. O projeto é atribuído ao português Manuel Alves Setúbal, também construtor do edifício, com planta modificada por Frei Xavier Vaz de Carvalho. As obras se estenderam de 1755 a 1770, ficando as torres inacabadas. As torres atuais, com suas cúpulas bulbosas cobertas de azulejos, só seriam construídas entre 1847 a 1850 pelo arquiteto Manuel Joaquim de Melo Corte Real, professor de desenho da Academia Imperial de Belas Artes.
A fachada da Igreja da Ordem Terceira do Carmo é muito elegante, com belos portais, janelões e com um frontão contra curvado típico do barroco. A fachada é única entre as igrejas coloniais do Rio de Janeiro por ser totalmente revestida com pedra, sem o contraste entre a cantaria e o reboco branco, característica da maioria das igrejas coloniais brasileiras. A fachada de pedra, assim como o perfil dos janelões, colunas e portais da fachada são influência da arquitetura lisboeta da época pombalina. O uso das fachadas totalmente em pedra não se firmou no Rio, possivelmente pelo fato da pedra carioca ser demasiadamente escura.
Os portais principal e lateral da igreja, em pedra de lioz portuguesa e contendo medalhões com a Virgem e o Menino, são magníficos. Foram encomendados a escultores lisboetas e instalados em 1761. São considerados os melhores do tipo no Rio de Janeiro.
A igreja é de nave única com corredores laterais com capelas laterais e capela-mor retangular. A talha dourada da igreja, de feição rococó, é muito valiosa. A decoração interna começou em 1768 com o entalhador Luiz da Fonseca Rosa, que a partir de 1780 foi auxiliado por Valentim da Fonseca e Silva (o Mestre Valentim). Mestre Valentim trabalharia na igreja até 1800. A Capela do Noviciado, construída à direita da capela-mor, é revestida por belíssima talha rococó de Mestre Valentim, uma de suas obras-primas, esculpida entre 1772 e 1773. As telas da capela são obra do pintor colonial Manuel da Cunha.
Entre 1829 e 1855 as paredes da nave foram preenchidas com talha pelo escultor Antônio de Pádua e Castro, o que deu ao interior um aspecto mais homogêneo. Também no século XIX se abriu uma pequena cúpula sobre a capela-mor para permitir a entrada de luz. (fonte: Wikipédia)

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Rogério P. D. Luz, macaense-português de Macau, ex-território português na China, radicado no Brasil por mais de 40 anos. Autor dos sites Projecto Memória Macaense e ImagensDaLuz.

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O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.

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