Perspectiva de Macau, 1598 (Th. De Bry)
No Caderno – Primórdios de Macau – Padre Manuel Teixeira escreve a sua versão sobre a Fundação de Macau, que, segundo ele, custou-lhe 4 décadas de procura por uma solução do mistério da origem de Macau. E a conclusão foi essa:
FUNDAÇÃO DE MACAU (por Padre Manuel Teixeira)
Há cerca de quatro décadas que procuramos ansiosamente a solução de um mistério: qual a origem de Macau? Uma tradição quadrissecular afirma que Macau foi concedido aos portugueses em 1557, como prêmio pela repressão de piratas chineses que infestavam os mares da China do sul.
Mas, depois do exame atento dos documentos chineses e portugueses e de todas as versões até hoje apresentadas, chegámos às seguintes conclusões:
1. Os portugueses estabeleceram-se em Macau à roda de 1557 para comerciar com os chineses, com o conhecimento e consentimento destes;
2. Este estabelecimento não foi o prêmio de batalha alguma;
3. Deu-se realmente um encontro com os piratas, não em 1557 mas em 1564;
4. Este encontro com os piratas em 1564 veio confirmar a posse de Macau pelos portugueses;
5. Tendo-se confundido estes dois acontecimentos, antecipou-se para 1557 o incidente de 1564 e daqui nasceu a tradição de que Macau foi concedido em 1557, como recompensa pela vitória contra os piratas;
6. Não houve chapa alguma imperial pela qual fosse reconhecida oficialmente a posse de Macau.
O que realmente se deu foi o seguinte: os portugueses pretendiam comerciar com a China, mas esta estava hermeticamente fechada aos estrangeiros; houve que recorrer ao comércio de contrabando.
Tendo falhado as tentativas de Liampó (Ningpó), província de Chekiang e de Chincheo (Ch’uan-Chau), província de Fukien, os nossos comerciantes vieram para a ilha de Sanchoão (Seung-Chuan ou Seung-Chuen), província de Cantão, onde comerciaram até 1553, e para a ilha de Lampacao (Lam-Pak-Kau), província de Kuangtung, onde estiveram até 1560. No entanto, já desde 1555 freqüentavam Macau e, como verificaram ter melhor clima, abandonaram Lampacao em 1560 e continuaram em Macau, agora com a tolerância das autoridades de Cantão.
Aqui, como nas outras localidades, levantavam barracas provisórias. Concorriam ao comércio os chineses do continente e, sobretudo, os de Cantão. Terminado este, destruíam as barracas e regressavam a Malaca. Mas, pouco a pouco, foram-se fixando em Macau com o consentimento dos chineses, que tiravam lucro do negócio com os estrangeiros.
Em 1564, com a derrota dos piratas, os chineses não mais incomodaram os portugueses.
Perspectiva de Macau, 1626 (John Spencer)
Porto de Macau, gravura de 1641 do Livro das Plantas das Fortalezas, Cidades e Povoações do Estado da Índia Oriental
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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