Vasculhando os meus livros, encontrei um de contos e baladas – Os Meus Amores – do escritor e jurista português Trindade Coelho (1861/1908), que pertencia à minha irmã Cíntia Luz Sales (Los Angeles/EUA). Havia uma dedicatória do seu professor da Escola Comercial Pedro Nolasco (Macau), José Silveira Machado, datada de Junho de 1952, congratulando-a pela boa nota na disciplina de Português do 5º Ano. Agora estou a lê-lo e publico o último conto do livro, curtinho mas com uma boa mensagem que vale para todos nós, e quem sabe, muito válido para a sobrevivência da nossa identidade Macaense e a própria comunidade. Seria possível? Bom … cabe a todos nós, mas alguém julga possível? Deus queira que sim!
PARÁBOLA DOS SETE VIMES
por Trindade Coelho – Portugália Editora/Lisboa – 10ª edição
ERA uma vez um pai que tinha sete filhos. Quando estava para morrer, chamou-os todos sete e disse-Ihes assim:
– Filhos, já sei que não posso durar muito; mas antes de morrer, quero que cada um de vós me vá buscar um vime seco, e mo traga aqui.
– Eu também? — perguntou o mais pequeno que tinha só 4 anos. O mais velho tinha 25, e era um rapaz muito reforçado e o mais valente da freguesia.
– Tu também, — respondeu o pai ao pequeno.
Saíram os sete filhos; e daí a pouco tornaram a voltar, trazendo cada um seu vime seco.
O pai pegou no vime que trouxe o filho mais velho, e entregou-o ao mais novinho, dizendo-lhe:
– Parte esse vime.
O pequeno partiu o vime, e não lhe custou nada a partir.
Depois o pai entregou outro vime ao mesmo filho mais novo, e disse-lhe:
– Agora parte também esse.
O pequeno partiu-o; e partiu, um a um, todos os outros, que o pai lhe foi entregando, e não lhe custou nada parti-los todos. Partido o último, o pai disse outra vez aos filhos:
– Agora ide por outro vime e trazei-mo.
Os filhos tornaram a sair, e daí a pouco estavam outra vez ao pé do pai, cada um com seu vime.
– Agora dai-mos cá, disse o pai.
E dos vimes todos fez um feixe, atando-os com um vincelho. E voltando-se para o filho mais velho, disse-lhe assim:
– Toma este feixe! Parte-o!
O filho empregou quanta força tinha, mas não foi capaz de partir o feixe.
– Não podes? — perguntou ele ao filho.
– Não, meu pai, não posso.
– E algum de vós é capaz de o partir? Experimentai.
Não foi nenhum capaz de o partir, nem dois juntos, nem três, nem todos juntos.
O pai disse-lhes então:
– Meus filhos, o mais pequenino de vós partiu sem lhe custar nada todos os vimes, enquanto os partiu um por um; e o mais velho de vós, não pôde parti-los todos juntos; nem vós, todos juntos, fostes capazes de partir o feixe. Pois bem, lembrai-vos disto e do que vos vou dizer: enquanto vós todos estiverdes unidos, como irmãos que sois, ninguém zombará de vós, nem vos fará mal, ou vencerá. Mas logo que vos separeis, ou reine entre vós a desunião, facilmente sereis vencidos.
Acabou de dizer isto e morreu, – e os filhos foram muito felizes, porque viveram sempre em boa irmandade, ajudando-se sempre uns aos outros; e como não houve forças que os desunissem, também nunca houve forças que os vencessem
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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