Cronicas Macaenses

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Solar da Marquesa de Santos, museu de S.Paulo

O Solar da Marquesa de Santos ou Museu da Cidade de São Paulo fica localizado no centro ao lado do Páteo do Colégio, na Rua Roberto Simonsen.

Na semana passada, decidi visitar o Solar da Marquesa de Santos, também chamada de Museu da Cidade de São Paulo. Ficou fechada para reformas por três anos.  Antes, nunca tinha a visitado.  Achei o museu muito bonito e bem construído.  Didático e limpo, embora não tivesse tantas peças da época expostas, mas merece uma visita.  Está localizada no que poderia dizer, o centro histórico de São Paulo.  De lá você pode visitar o Pátio do Colégio que fica logo ao lado, além do Museu de Imagem, vizinho do Solar.

Conheça o Solar da Marquesa de Santos

A casa serviu de residência a D. Maria Domitília de Castro do Canto e Mello, que comprou o local da filha do Brigadeiro Joaquim José Pinto de Moraes Leme, em 1843, alguns anos após ter rompido seu relacionamento com D. Pedro I. Depois disso, o Solar se transformou numa das mais aristocráticas residências e passou a ser conhecido como Palacete do Carmo. Foi de sua propriedade entre 1834 a 1867 .

Antes de pertencer a ela, era formado por dois antigos sobrados. O mais velho deles, considerado a parte nobre do que hoje constitui o prédio, foi construído em pau-a-pique e taipa de pilão. Devido a essas características, é considerado o último exemplar de arquitetura residencial urbana do século 18.

Em 1975, serviu de sede à Secretaria Municipal de Cultura, que lá permaneceu até 1984, quando foi interditado por motivos de segurança. Em 1991, passou por um processo de restauração e hoje assemelha-se a uma construção neoclásica da segunda metade do século 19. Porém, não foi possível fazer um restauro que reproduzisse características originais de qualquer uma das épocas de ocupação do solar, de acordo com a Prefeitura. Por isso, optou-se por preservar elementos importantes de cada uma das modificações mais antigas. O restauro do casarão do século 18 custou R$ 2,7 milhões (cerca de US$ 1,3 milhões)

Entre as atividades realizadas no Solar estão uma exposição permanente sobre a vida da Marquesa de Santos, mostras temporárias, consulta a um arquivo de negativos de São Paulo em suas várias épocas, projeto da 3ª idade (com histórias da cidade e passeios culturais), serviço educativo para escolas públicas e atividades voltadas à preservação do patrimônio histórico e cultural.

(Fonte: parte do texto do site Sampa Art)

A porta de entrada

A sala principal no térreo (rés do chão)

No andar superior, a sala que expõe as intimidades da Marquesa de Santos com Dom Pedro I e nas paredes parte do que foi a antiga pintura das paredes originais do Solar

Quem foi Marquesa de Santos?

Domitília de Castro e Canto Melo, primeira e única viscondessa e marquesa de Santos, (nasceu em São Paulo a 27/12/1797 e faleceu em 03/11/1867) foi uma nobre brasileira, célebre amante de Dom Pedro I, imperador do Brasil, que lhe conferiu o título de marquesa em 12 de outubro de 1826. Morreu aos 70 anos de idade.

BIOGRAFIA

Filha de João de Castro Canto e Melo, coronel, e Escolástica Bonifácia de Oliveira Toledo Ribas, de boa e tradicional família paulista, era neta do coronel Carlos José Ribas, tetraneta de D. Simão de Toledo Piza, patriarca da família em São Paulo.

Em 1822, Domitília conheceu Dom Pedro de Alcântara (1798–1834) dias antes da proclamação da Independência do Brasil, em 29 de agosto de 1822. O Príncipe-Regente estaria voltando de uma visita à Santos , quando recebeu, às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo, duas correspondências (duas missivas da imperatriz Leolpoldina e uma de José Bonifácio) que o informava sobre as decisões da corte portuguesa, em que Pedro deixava de ser Regente para apenas receber e acatar as ordens vindas de Lisboa. Indignado por essa “ingerência sobre seus atos como governante”, e influenciado por auxiliares que defendiam a ruptura com as Cortes, especialmente por José Bonifácio de Andrada e Silva, decidiu pela separação do reino de Portugal e Algarve.

Dom Pedro e Domitília romperam em 1829, quando segundo o comentário da época (pois nada se comprovou) ela tentou balear a sua própria irmã Maria Benedita (baronesa de Sorocaba), ao descobrir seu relacionamento com o Imperador – que teve como fruto: Rodrigo Delfim. Porém, o maior motivo para a separação foi devido as segundas núpcias de D. Pedro I com Amélia de Leuchtenberg. Ele procurava desde 1827 uma noiva nobre de sangue e seu relacionamento com Domitília e os sofrimentos causados a Leopoldina por este, eram vistos com horror pelas cortes européias e várias princesas recusaram-se a casar-se com Pedro. Uma das cláusulas do contrato nupcial de Amélia e Pedro dizia que ele deveria afastar-se para sempre de Domitília e bani-la do império.

A marquesa conheceu o brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar (1794–1857), com quem se uniu em 1833, tendo casado em segundas núpcias em 14 de junho de 1842. Dessa união, nasceram quatro filhos: Rafael Tobias de Aguiar Júnior, João Tobias de Aguiar e Castro, Antônio Francisco de Aguiar e Castro e Brasílico de Aguiar e Castro.

Em sua velhice, a Marquesa de Santos tornou-se uma senhora devota e caridosa, procurando socorrer os desamparados, protegendo os miseráveis e famintos, cuidando de doentes e de estudantes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco no centro da cidade de São Paulo.

A casa da Marquesa tornou-se o centro da sociedade paulistana, animada com bailes de máscaras e saraus literários.

Domitília de Castro e Canto Melo, a Marquesa de Santos (cidade onde nunca residiu), faleceu de enterocolite, sendo sepultada no Cemitério da Consolação em São Paulo, cujas terras foram por ela doadas.

uma carta de amor escrita por Dom Pedro I revela o quanto ele a amava exposta no museu

Fotos da marquesa quando já idosa

O quarto da Marquesa dos Santos:

Esta cama foi concebida e realizada em Paris entre 1827 a 1829, sendo feita para uso do rei da França Carlos X porém o Estado acabou não realizando a compra. Acabou sendo comprado pelo governo imperial brasileiro, a mando de Dom Pedro I, que estava mobiliando o Solar.  Veja abaixo o relato sobre os detalhes:

Cadeira sanitária, ou cadeira furada ou retrete, do século 19:

Em meados do século 19 ainda não havia sistema de água encanada.  Numa casa rica, urinóis ou penicos eram usados nos quartos e podiam ficar dentro deste tipo de cadeira ou guardados em criados mudos.  Os escravos recolhiam a sujeira em barris para depois despejá-la fora. Esta é uma cadeira de uso feminino.  Nas de uso masculino, o orifício central acompanhava a anatomia do corpo masculino (texto do museu).

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Informação

Publicado em 29/04/2012 por em BRASIL.

Autoria do blog-magazine

Rogério P. D. Luz, macaense-português de Macau, ex-território português na China, radicado no Brasil por mais de 40 anos. Autor dos sites Projecto Memória Macaense e ImagensDaLuz.

Sobre

O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.

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