A fachada da Igreja Madre de Deus, as Ruínas de São Paulo, uma das maravilhas de origem portuguesa no mundo.
(Sequência da postagem anterior sob o mesmo título – veja para saber quem é Harry Redl e qual o livro que foram coletadas as fotos desta publicação. Favor respeitar a referência de autoria nas fotos se for copiar para o seu blog ou site. Clicar nas fotos para aumentar)
Harry Redl no seu livro “Macao” editado em 1963, no resumo que fiz do texto publicado em inglês, descreve que ao contrário da ocidentalizada Shanghai, o horizonte de Macau, incomparável, é heterogénio porém é uma silheuta harmoniosa de contrastes, que singelamente simboliza Macau.
A bordo do barco “ferry” que faz a ligação Hong Kong-Macau, Harry Redl descreve a paisagem que se proporciona de Macau, nos tempos em que não havia construção desenfreada de prédios na sua orla marítima. Podia-se ver as torres de transmissão de rádio da Colina da Guia com o seu histórico farol, a antiga Fortaleza do Monte com os seus canhões escurecidos, ou a fachada, de tirar o fôlego, das Ruínas de São Paulo. Segue descrevendo a vista do prédio do Hotel Central da Avenida Almeida Ribeiro, a torre branca da Igreja de Nossa Senhora da Penha, a casa rosada do Governador, o pavilhão verde atrás das duas mansões dos membros da família do antigo Rei do Jogo, Fu Tak-Yam, e a bandeira inglesa “Union Jack” do consulado britânico.
Porém, o autor do livro “Macao”, pelo que lê do seu texto, deve ter ficado decepcionado nos dias de hoje, ao ver que horizonte de Macau mudou muito, ao contrário do que especulou que não o seria. Dizia que o “maravilhoso horizonte das duas Macaus, a antiga e a nova, do Oriente e do Ocidente” não seria afetado pelos projetos futuros de se construir mais cassinos e modernos hotéis para atrair mais turistas, “de modo a melhorar as condições de moradia dos refugiados (chineses do Continente) a residir em favelas“.
A estátua do Governador Ferreira do Amaral que, lamentavelmente, foi retirada de Macau e enviada para Portugal, hoje instalada sem a imponência merecida como se vê na foto
O pátio interno do Leal Senado (Câmara Municipal) com o busto de Camões que teria escrito parte dos Lusíadas em Macau.
“É possível partir de Hong Kong à tarde através dos barcos de carreira, chegar a Macau no entardecer, fazer um rápido tour no crepúsculo, jantar, jogar no cassino e voltar de barco (com cabine para dormir) hem depois da meia noite, a tempo de chegar a Hong Kong na madrugada“, eis o que Harry sugere, porém acrescenta que seria um roteiro para aqueles que têm pouco tempo, pois Macau merece muito mais que uma visita superficial. Os meios de ligação de Hong Kong-Macau se faz por barco “ferry” a navegar por águas onde antes havia piratas, explica. A viagem dura três horas e por hidroavião se faz em quinze minutos. A navegação por hydrofoil (hidroplanadores ou aero-barcos, no Brasil, tal como os que fazem a ligação Rio-Niterói) está prevista no futuro, o que, como lamentam alguns, reduzirá os serviços de barco de lazer pela metade, assim finaliza o Harry Redl.
O Largo do Senado, no centro da cidade, vendo-se à direita o prédio dos Correios e atrás dele o da Santa Casa de Misericórdia. A estátua é do Coronel Mesquita, herói macaense numa escaramuça na zona fronteiriça com a China. Ela foi derrubada por manifestantes maoístas, os tais guardas vermelhos de Mao Tse Tung nos tumultos 3 anos depois da edição deste livro do Harry Redl. Não se sabe ao certo o destino da estátua. Uns dizem que está em Portugal, outros “no fundo do mar”. Um episódio triste para a memória dos naturais de Macau de origem portuguesa.
Foto feita por Harry Reidl de Macau a bordo do hidroavião que o levou de volta a Hong Kong, numa viagem de 15 minutos. Naqueles tempos Macau tinha cerca de 14 km2, hoje com os aterros feitos supera a casa de 20 km2.
O livro de Harry Redl “Macao” mostra uma Macau provinciana, de pouco emprego, pouca riqueza, pouco progresso, mas, para os naturais da terra, os macaenses, apesar dos tempos difíceis economicamente, “éramos felizes” … e não sabíamos, ou, sabíamos?
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Hoje, 24 de Junho de 2022, comemora-se 400 anos de “A Maior Derrota dos Holandeses no Oriente” na sua tentativa de tomar Macau dos portugueses. Até a transição de soberania de Macau, de Portugal para a República Popular da China, em 20 de Dezembro de 1999, a data era comemorada como “DIA DE MACAU” ou “DIA DA […]
1 Aqueles bons tempos de Macau, que já não voltam mais, de peças teatrais com participação de macaenses, são recordadas por Jorge Eduardo (Giga) Robarts na sua página no Facebook. Com autorização do Giga, as imagens foram copiadas e editadas, inclusive seus textos. Fazem parte do seu acervo, bem como, partilhadas por seus amigos dessa […]
Nesta postagem, divulgamos duas histórias de Macau de autoria do Manuel V. Basílio, publicadas no Jornal Tribuna de Macau-JTM e que foram extraídas dos seus livros: A primeira viagem portuguesa no sul da China O primeiro acordo sino-português Nos artigos abaixo com os textos com ligação direta no JTM , clique em “continue reading” (continue […]
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