A Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Brancos, também conhecida com a Capela do Padre Faria por ter rezado a primeira missa na região, é uma das mais antigas e ricas capelas de Ouro Preto, construída por volta de 1710. A sua simples fachada contrasta com o seu rico interior, decorado em 1740 por irmandades dos brancos poderosos. O nome da capela é uma referência ao padre que rezou a primeira missa na região.
Os altares dourados, a decoração e pinturas da capela possuem curiosos detalhes em vermelho, de influência oriental, chamadas de “chinesices mineiras” que os jesuítas trouxeram de Macau. (Mineiras – do Estado de Minas Gerais onde se localiza Ouro Preto)
o oráculo e o teto com pintura em vermelho. O altar-mor da capela foi considerado por Diogo de Vasconcelos em 1911 como “a jóia mais rica da cidade”
O teto da nave traz a pintura da coroação de Nossa Senhora do Rosário, cercada pelos anjos e nos quatro painéis da parede cenas da vida de Maria (2ª foto acima). O interior da capela tem estilo barroco e rococó.
A cruz pontifícia possui três braços. O historiador Diogo de Vasconcellos acredita que o Papa Pio VI, através de três bulas, concedia privilégios e graças à capela, motivo da construção da cruz desta forma. A cruz data de 1756 e é esculpida em arenito.
É a única igreja da região que possui a torre campanário (onde tem o sino) separada do templo, que se sugere ter a forma de templo chinês, outra possível influência oriental de Macau, trazida pelos jesuítas (veja o formato do seu teto).
A torre campanário à direita, que se sugere que é similar a um templo chinês, o que seria influência de Macau
uma longa e cansativa subida até o topo do morro, na Igreja de Santa Efigênia em destaque na paisagem de Ouro Preto, e depois uma descida numa íngreme ladeira até a capela do Padre Faria
Experiência e Dica
Decidimos fazer uma caminhada do centro na Praça Tiradentes até o topo do morro onde se localiza a Igreja de Santa Efigênia. Parece uma caminhada aceitável, não muito longe, mas as ladeiras são terríveis, tanto para subir como para descer, devido ao seu piso de paralelepípedos irregulares e por serem bastante ou muito íngremes. O que ajuda um pouco são as calçadas laterais, como se pode ver na foto acima. No entanto, é gratificante a vista da cidade à medida que se vai subindo ou descendo a ladeira, especialmente para quem gosta de fotografar, como eu.
Deu para cansar pois basicamente foi uma terrível subida até o topo do morro da Igreja de Santa Efigênia e depois uma terrível descida, muito íngreme e piso muito irregular até a Capela do Padre Faria, a igreja mais distante do centro no extremo leste da cidade.. Mas … valeu a pena! Também tivemos fôlego pois era o primeiro dia de passeios em Ouro Preto, e não estavamos cansados ainda, o que não se poderia dizer no nosso quarto dia de caminhadas … ufa !!!
A terrível descida (Rua Padre Faria) para a Capela de Padre Faria, vindo do topo do morro onde se localiza a Igreja de Santa Efigênia. Piso muito irregular.
No meio da descida tem o Chafariz do Alto da Cruz, mal conservado, tendo no topo (foto abaixo) um pequeno busto feminino, de pedra-sabão, com o rosto desfigurado, datado 1761, e que seria obra de juventude do Aleijadinho, Antônio Francisco Lisboa, nos seus prováveis 19 anos de idade.
Para voltar, após visitar a Capela do Padre Faria, não suba a ladeira da Rua Padre Faria por onde desceu, isto se não quiser se cansar muito. Utilize a rua paralela, a Rua Santa Rita, mais extensa porém menos íngreme. Veja foto abaixo:
Para voltar da capela suba pela rua paralela à que utilizou para descer. É menos íngreme mas mais longa. Aí já não faz mais parte do centro histórico e há casas simples e inacabadas, porém sem perigo aparente.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Não poderia este blogue deixar de fazer mais um registo histórico de uma tradição mantida na Macau do ano de 2023, hoje, território da República Popular da China. Assim, o nosso colaborador, Manuel V. Basílio, macaense residente em Macau, nos dá o relato, com fotos, sobre a procissão de Nossa Senhora de Fátima realizada no […]
Páginas digitalizadas do Anuário de Macau, Ano de 1962, o que aparentemente foi o último da série, ficamos aqui a conhecer quem eram as pessoas que ocuparam cargos no – Governo da Província e Repartições Públicas. Mesmo passados mais de 60 anos, agora que estamos na década com início em 2020, muitos nomes ainda estão […]
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Olá , gostei do post porem vc disse que os brancos que foram expulsos eram ricos poderosos e na verdade eram bancos pobres
Olá Henrique, agradeço a sua observação. Colhi a informação nas pesquisas por internet e/ou de livros que não estou localizando, porém, diante do que diz, preferi excluir este trecho e no seu lugar, acrescentei o que está escrito no guia que tenho comigo. Abraço!
Olá. Gostei muito do site, principalmente sobre a Capela Nossa Senhora do Rosário do Padre Faria. Faço Arquitetura e Urbanismo na Universidade de Brasília e estou fazendo um trabalho a respeito dessa capela. Gostaria de permissão para publicar algumas das fotos da capela em um verbete do wikipédia que estou produzindo. Todos serão devidamente referenciadas e com os direitos autorais correto.
Espero resposta!
Obrigada!
Olá Caroline, agradeço o interesse e a consulta. Espero que as fotos possam contribuir para um bom trabalho. Fique à vontade. Abraço.
esmerado no estremo apreço muito obrigado
Agradeço também Paulo César pelos valiosos comentários