Junto ao coração a bandeira de Portugal
Diário de Notícias, por João Figueira, edição de 20/12/1999
Num momento de grande emoção, Rocha Vieira assistiu ao arriar do símbolo que marcou a presença portuguesa em Macau durante 442 anos
Um momento marcante para a história de Portugal e de Macau. As mãos em concha e o modo carinhoso, íntimo apesar de público, como encostou a bandeira de Portugal dobrada ao coração ficarão como a última e mais forte imagem do governador Rocha Vieira, em Macau. Na tribuna de honra instalada junto à porta do Palácio da Praia Grande e no exterior do gradeamento, ex-governantes e simples cidadãos comoveram-se, alguns chegaram mesmo a chorar, enquanto a bandeira descia do mastro ao som do hino nacional.
Eram 17 horas e quatro minutos e o Sol começava a pôr-se sob as águas do rio das Pérolas quando o general Rocha Vieira, depois de dar alguns passos na passadeira vermelha que atapetava o empedrado da calçada à portuguesa, olhou uma derradeira vez para a fachada do edifício e para a janela da sala que lhe serviu de gabinete nos últimos nove anos.
O seu olhar deteve-se por alguns instantes no escudo português em pedra cravado no palácio e depois, com passo seguro e de cabeça levantada, mas sem nunca descolar a bandeira dobrada do peito, o governador entrou no carro com a sua mulher e partiu, por entre aplausos e alguns choros das centenas de pessoas que se aglomeravam no passeio.
Meia hora antes, Rocha Vieira e família tinham-se despedido dos seus empregados de Santa Sancha, a residência que ocuparam com os três filhos, desde 1990.
À semelhança do que sucedeu na Praia Grande, também ali muitos dos seus funcionários não resistiram à emoção e na troca do último abraço, beijo ou aperto de mão deixaram escorregar algumas lágrimas de saudade e sentida amizade.
Os motoristas com boné branco, os cozinheiros com o tradicional “chapéu de chefe”, as serventes com os uniformes, os jardineiros com fatos chineses.
Algum tempo antes da saída da família Rocha Vieira, todos eles estavam alinhados e tristes à frente da entrada da casa, um palacete que é um mistério: não há documentos sobre a sua origem, sabe-se apenas que é do século XIX e pensa-se que terá sido obra de José Agostinho Tomás de Aquino, um arquitecto de origem macaense.
O palacete de Santa Sancha serviu de residência oficial dos governadores de Macau desde 1937 até hoje. As 16 e 30 locais, viu sair o seu derradeiro morador: Vasco Joaquim Rocha Vieira, 60 anos, oficial general do Exército.
*Imagens da Revista Focus, do Instituto Internacional de Macau-IIM
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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