Do forte com seus canhões de 305 mm e alcance de 23 km, pode-se admirar o morro do Pão de Açúcar e a praia de Copacabana
Há tempos que nutria uma grande vontade de conhecer o Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, como um grande interessado em coisas militares, como aviões, armamentos, veículos, fortalezas, etc.. Assim, no último cruzeiro marítimo que fiz pelo Costa Fortuna em fevereiro, no carnaval de 2013, matei este desejo, pois além de tudo, era um ótimo lugar de passeio turístico, pois o Forte fica localizado entre as mais famosas praias da cidade: Ipanema e Copacabana, proporcionando belas vistas da cidade maravilhosa.
O Forte de Copacabana foi construído entre 1908 a 1914 na extremidade da Praia de Copacabana, e nos seus 6 anos e 9 meses de construção empregou mais de 2 mil operários. A sua função atendia à necessidade de proteger a Baía de Guanabara com fortificações, idéia que já se tinha desde 1763 com a transferência da capital do Brasil para a Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Sem mais função de defesa da costa brasileira, em 4 de maio de 1987 foi determinado pelo Ministro do Exército, general de Exército Leônidas Pires Gonçalves que fosse criado o Museu Histórico do Exército.
O local é muito agradável para uma visita, mesmo sendo para ficar sentado o dia todo contemplando a bela paisagem praiana nos seus bancos protegidos do sol e o forte calor pelas árvores bem distribuídas pela alameda, que possui uma filial da tradicional Confeitaria Colombo com mesas espalhadas pela calçada. O passeio pela fortificação pode ser externo para ver variadas peças de artilharia dispostas na alameda, além das duas torres com seus impressionantes canhões. Pode completar a visita à parte interna das instalações dessas canhões, percorrendo pelas suas sinuosas galerias com várias salas para diversas finalidades.
(Fotografia de/photos by Rogério P.D. Luz, salvo a abaixo com atribuição de autoria – Clicar para Aumentar)
A alameda arborizada que conduz à fortificação, com as mesas sempre ocupadas da famosa Confeitaria Colombo. Ao fundo a vista da Praia de Copacabana.
A ARTILHARIA DO FORTE DE COPACABANA
(Wikipedia) A artilharia do Forte de Copacabana, considerado o mais moderno da América do Sul à época de sua construção, no início do século XX, é composta por quatro cúpulas encouraçadas equipadas com canhões fabricados pelo conglomerado alemão Krupp AG.
A bateria da cúpula número um é composta por dois canhões de 305 mm (foto abaixo) com um alcance máximo de 23 km. Denominada Cúpula Duque de Caxias, os seus tubos receberam os nomes de Barroso e Osório. A munição destes canhões pesava mais de 400 kg e podia romper a blindagem dos mais poderosos encouraçados da época.
A bateria da cúpula número dois é composta por dois canhões de 190 mm (foto abaixo). Denominada Cúpula André Vidal, possuía um alcance máximo de 18 km.
Ambas as cúpulas giravam 360°. Cada uma possuía a sua própria Câmara de Tiro, uma sala equipada com instrumentos para cálculos de balística. Estas Câmaras trabalhavam de acordo com as informações trazidas das posições de observação.
As outras duas cúpulas estão armadas com um canhão de 75 mm cada. Foram denominadas Torre Antônio João, a situada ao Norte, e Torre Ricardo Franco, a situada ao Sul. Estas cúpulas possuíam um alcance máximo de 7 km e giravam até 180°.
O Forte também era equipado com uma bateria de projetores, holofotes para iluminar alvos aéreos à noite.
O Forte de Copacabana foi construído em forma de casamata abobadada com paredes externas de 12 metros de espessura, podendo resistir a pesado fogo inimigo. Era dotado de todas as instalações necessárias a uma longa permanência da guarnição: central de geração de energia elétrica, depósitos de víveres e munição, depósito de água, refeitório, cozinha, alojamentos e enfermaria.
As granadas perfurantes de corpo amarelo e ogivas azuis dos canhões de 305 mm que pesam 445 kgs cada uma. A guarnição da 1ª Bateria de canhões 305 mm era formada por 12 militares. Todo o trabalho para a preparação e correção do tiro era realizado em aproximadamente 20 segundos
OS 18 DO FORTE
Dos diversos acontecimentos que marcaram o ano de 1922, o mais famoso ocorreu no Rio de Janeiro, tendo o dia 5 de julho como o ápice do movimento conhecido como “Os 18 do Forte”.
Havia no interior do exército forte disposição contra a posse do presidente eleito Artur Bernardes, representante das elites tradicionais, criticado pelos militares. Dois episódios haviam agravado as tensões mesmo antes da eleição: a prisão do Marechal Hermes da Fonseca, então Presidente do Clube Militar, e as “cartas falsas” que teriam sido escritas pelo candidato à presidência Artur Bernardes e endereçadas ao político mineiro e Ministro da Marinha, Dr. Raul Soares – publicadas na imprensa, criticando os militares.
O Forte de Copacabana se revolta no dia 2 de julho. Era comandante do Forte o Capitão Euclides Hermes da Fonseca, filho do Marechal.
O movimento, que deveria se estender para outras unidades militares, acabou se restringindo ao Forte de Copacabana. Apesar das críticas realizadas, a alta oficialidade manteve-se fiel a “ordem” e não aderiu ao movimento, que acabou abortado nas outras guarnições.
Durante toda manhã do dia 5 o Forte de Copacabana sustentou fogo cerrado. Diversas casas foram atingidas na trajetória dos tiros até os alvos distantes, matando dezenas de pessoas. Eram 301 revolucionários – oficiais e civis voluntários – enfrentando as forças legalistas, representadas pelos batalhões do I Exército. A certa altura dos acontecimentos, Euclides Hermes e Siqueira Campos sugeriram que os que quisessem, abandonassem o forte: restaram 29 combatentes. Por estarem acuados, o Capitão Euclides Hermes saiu da fortaleza para negociar e acabou preso. Os 28 que permaneceram, decidiram então “resistir até a morte”, A Bandeira do Forte é arriada e rasgada em 28 pedaços, partindo depois em marcha pela Avenida Atlântica rumo ao Leme. Durante os tiroteios, dez deles dispersaram pelo meio do caminho e os tais 18 passaram a integrar o pelotão suicida. Após a morte de um cabo, ainda no asfalto com uma bala nas costas, os demais saltaram para a praia, onde aconteceram os últimos choques. A despeito dos que tombaram mortos na areia, os remanescentes continuaram seguindo em frente. Os únicos sobreviventes foram Siqueira Campos e Eduardo Gomes, embora tivessem ficado bastante feridos. (Fonte: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=337)
Antiga peça de artilharia exposta na alameda. Ao fundo o acesso para a casamata e os canhões em cúpulas
Para os interessados em saber a história completa do Forte de Copacabana, uma reprodução do que consta da Wikipedia:
Antecedentes
O projeto para construção de uma fortificação na ponta da Igrejinha (Igreja de Nossa Senhora de Copacabana), ao final da então praia de Sacopenapã, remonta à época da transferência da capital do Brasil, do Salvador para o Rio de Janeiro (1763). Sob o governo do Vice-rei D. Luís de Almeida Portugal (1769-1779), foram iniciadas obras para esse fim, em 1776, na iminência de uma invasão espanhola que se materializou no ano seguinte (1777) contra a Colônia do Sacramento e a ilha de Santa Catarina, no sul do Brasil. Talvez por essa razão, as obras desse pequeno forte jamais foram concluídas.
À época da transferência da corte portuguesa para o Brasil (1808-1821), D. João VI determinou para o local o projeto de um novo forte, que principiado em data ignorada, somente foi artilhado em 1823, na conjuntura da Guerra da Independência do Brasil, quando se receava um ataque da Armada Portuguesa à capital da nação recém-emancipada. Posteriormente, à época do Período regencial brasileiro, juntamente com as demais fortificações do país, foi desarmado em 1834.
À época do Segundo Reinado, no contexto da Questão Christie, encontra-se relacionado entre as defesas do setor Sul (Fortificações de Copacabana) no Mapa das Fortificações e Fortins do Município Neutro e Província do Rio de Janeiro de 1863, no Arquivo Nacional (CASADEI, 1994/1995:70-71).
No período republicano, quando da Revolta da Armada, a antiga posição voltou a ser artilhada em 1893, embora fosse patente a sua incapacidade para impedir a saída das belonaves da Armada pela barra da baía de Guanabara. Alguns anos mais tarde, um contencioso diplomático com a República Argentina, em função de demarcação de fronteiras – a Questão de Palmas -, levou a que o Estado Maior do Exército encomendasse o projeto de uma nova fortificação para o local. O encarregado foi o Major Engenheiro Augusto Tasso Fragoso, que esboçou uma moderna fortificação, dotada de seis canhões de longo alcance. Tendo a questão chegado a bom termo por arbitramento à época (1895), o projeto da nova fortificação foi engavetado.
Em 1902 jaziam abandonadas no local, quase soterradas pela areia, sete peças remanescentes da sua antiga artilharia (Museu Histórico Forte de Copacabana).
A fortificação definitiva do local só viria a se materializar quando o Marechal Hermes da Fonseca (1855-1923) ocupou a pasta de Ministro da Guerra no governo do Presidente Afonso Pena (1906-1909) (BARRETTO, 1958:244).
A construção do forte
Diante da evolução dos meios bélicos navais na passagem do século XIX para o XX, tornou-se imperioso, no Brasil, posicionar canhões de longo alcance que evitassem a aproximação de belonaves que pudessem ameaçar a então capital do país. O ponto escolhido foi a ponta da Igrejinha, na extremidade da praia de Copacabana.
Para esse fim, foi apresentado projeto pelo então Major Tasso Fragoso, que previa originalmente a instalação de obuseiros. Entretanto, o fornecedor do equipamento, a Krupp, convenceu o então presidente da República brasileira, Marechal Hermes da Fonseca, de que seria mais adequado instalar no local canhões de tiro rápido e longo alcance, o que foi aceite.
Em 16 de dezembro de 1907, o então Major Luís Eugênio Franco Filho, adjunto da Direção de Engenharia, foi nomeado para dirigir a construção do forte, de acordo com o projeto adaptado, tendo como auxiliares o Capitão Cornélio Otto Kuhn, o 1º Tenente Wolmer Augusto da Silveira e o 2º Tenente Julião Freire Esteves. O Major Wolff, da Krupp, também contribuiu, de modo decisivo, para a adaptação do novo projeto.
Nomeada a Comissão, foi preparado o orçamento pelo Capitão Otto Kuhn, que apresentava duas cifras totais: uma, considerando a isenção de direitos aduaneiros para o material importado do estrangeiro no valor de 2.516:721$568 réis, e outra, desconsiderando tal isenção, no valor de 2.946:951$408 réis.
A Comissão iniciou os trabalhos demarcando no terreno uma linha que servisse de diretriz, e traçando os eixos para referência das coordenadas dos pontos principais da obra, demarcando o perímetro da fortificação e assinalando os locais das cúpulas e torres. Passou, em seguida, à escolha do local para lançamento da pedra fundamental. Esta foi submetida à aprovação do General de Brigada Modestino Augusto de Assis Martins, então Diretor de Engenharia, que ratificou o cruzamento da galeria central com o corredor existente entre as futuras cúpulas de l90 e 305 milímetros.
As obras da Fortaleza na Ponta da Igrejinha em Copacabana foram inauguradas em 5 de janeiro de 1908, sob a coordenação do Major Arnaldo Pais de Andrade, na presença dos então presidente da República, Afonso Pena, e do Ministro da Guerra, marechal Hermes da Fonseca. As peças vieram desmontadas da Alemanha, em cinco mil caixotes, transportadas por navios e desembarcadas num cais especialmente construído para esse fim no local, onde os seus restos podem ser vistos até hoje.
A obra foi inaugurada como Forte de Copacabana em 28 de setembro de 1914, ao custo de 2.946:951$408 réis (GARRIDO, 1940:124), pelo então presidente da República, marechal Hermes da Fonseca. Classificado como de 1ª Classe pelo Aviso nº 1.761 de 29 de setembro de 1914, foi considerado, à época, a mais moderna praça de guerra da América do Sul e um marco para a engenharia militar de seu tempo. O seu primeiro comandante, nomeado em 1912, ainda durante a construção, foi o Major Antônio Carlos Brasil.
Após a inauguração do forte, em 1919 foi adquirido à Mitra o terreno adjacente, e demolida a igrejinha que remontava à primeira metade do século XVIII, para dar lugar ao Quartel de Paz, concluído em outubro de 1920 (BARRETTO, 1958:245-246). O Pórtico de entrada à Praça Coronel Eugênio Franco, assim como a entrada da Praça de Armas, foram projeto de Wolmer da Silveira, erguidos de 1918 a 1920. O Pórtico primitivamente possuía alojamento para a guarda, banheiros e pequena reserva para munição e armamento. Na fachada, centrada encontra-se a sua designação à época: “Forte de Copabana”; pelo lado oposto (interior da fortaleza), a inscrição latina “SI VIS PACEM PARA BELLUM” (“Se queres a paz, prepara-te para a guerra”) (Flávio Vegécio, Epitoma Rei Militaris, 390). Os antigos portões de ferro hoje não mais existem.
No contexto da Segunda Guerra Mundial o forte manteve-se de prontidão.
Os últimos disparos de sua artilharia foram dados por ordem dos militares legalistas sob o comando do marechal Teixeira Lott, contra o Cruzador Tamandaré, que forçara a barra na Novembrada (11 de novembro de 1955), transportando Carlos Luz, alguns ministros e aliados rumo a Santos. Na ocasião foram feitos doze disparos durante vinte minutos, sem, no entanto, atingir a embarcação, que estava desarmada e com apenas uma hélice em funcionamento.
A guarnição do forte não aderiu ao movimento militar de 1964, tendo sido tomado por uma força de terra enviada pelo coronel César Montagna, quando teve lugar o chamado “episódio da bofetada”, em que aquele oficial derrubou o sentinela do portão do forte com um golpe de mão, invadindo e tomando o forte sem o recurso às armas. Nos anos seguintes, durante o regime militar, serviu como presídio político.
Copacabana princesinha do mar, Pelas manhãs tu és a vida a cantar, E a tardinha o sol poente, Deixa sempre uma saudade,
Na gente…” (música composta por Alberto Ribeiro, Braguinha e Jack Lawrence. Cantada por Dick Farney, Nana Caymmi, Tom Jobim, e …
Com a extinção das Baterias de Artilharia de Costa, o então Ministro do Exército, general de Exército Leônidas Pires Gonçalves, determinou que, a partir de 4 de maio de 1987 fosse criado o Museu Histórico do Exército nas instalações do forte de Copacabana (Portaria nº 61, de 19 de dezembro de 1986). Transformado em Espaço Cultural, nele destacam-se a exposição permanente, ao ar livre, na Alameda Octávio Correia, de peças de Artilharia de Costa dos séculos XIX e XX, o Museu Histórico do Exército (exposição permanente “O Exército na formação da nacionalidade” com peças dos períodos colonial, imperial e republicano), a biblioteca e o “Café do Forte”, filial da tradicional Confeitaria Colombo (aberta até às 20h). O Museu conta ainda com espaços para exposições temporárias e uma loja de conveniência (onde podem ser adquiridas lembranças do museu e da cidade), e um Auditório (Auditório Santa Bárbara). As visitas, guiadas, têm lugar de 3ª feira a domingo, das 10 às 16 horas, com acesso pela Praça Coronel Eugênio Franco. O interior do forte é cortado pela ciclovia Marechal Rondon.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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