Completando a postagem do dia 10 passado, publico outras três gravuras de prédios históricos de Macau do livro <CEM ANOS QUE MUDARAM MACAU>, edição do Governo de Macau – 1995, dos autores: Sérgio Infante, Rogério Beltrão Coelho, Paula Alves e Cecília Jorge.
Os textos são do livro e se referem à situação no ano de 1995, quando Macau ainda era um território sob administração portuguesa. Foi devolvido para a China em Dezembro de 1999, após a presença de Portugal por cerca de 440 anos:
PALÁCIO DO GOVERNO
MANDADO construir pelo Barão de Cercal, em 1849, num dos pontos mais belos da Rua da Praia Grande, segundo projecto do arquitecto macaense José Agostinho Tomás de Aquino.
Após a morte do Barão de Cercal a viúva não consegue saldar dívidas à banca e o palácio é adquirido pelo governador Joaquim José da Graça, em hasta pública, em 1881, pela quantia de 21 mil patacas.
Em 1883, o governador Thomaz de Sousa Roza transfere a residência oficial do antigo Palácio do Governo (também na Praia Granae no local onde hoje se ergue o edifício dos Tribunais) para o palácio dos barões de Cercal, situação que se mantém, com algumas excepções, até 1937, quando, por iniciativa do governador Tamagnini Barbosa, Santa Sancha passa, definitivamente, a residência dos governadores de Macau.
Actualmente (em 1995), o Palácio da Praia Grande é a sede do Governo nele funcionando a Assembléia Legislativa e o Conselho Consultivo do governador. A tardoz do Palácio foi construído, em 1994, um novo edifício onde estão instalados os gabinetes dos secretários-adjuntos.
No primeiro andar está instalado o gabinete do governador, a Sala dos Retratos (onde se encontram os retratos de 41 governadores desde meados do século passado) e a Sala Azul (decorada com azulejos portugueses, mobília no estilo D. João V e tapeçarias a partir de duas pinturas de Almada Negreiros e de uma de João Botelho).
Do palácio faz parte um jardim de traça ocidental.
O palácio que, desde a sua construção, sofreu várias alterações, foi completamente restaurado em 1983 tendo-se afastado, significativamente, da traça original. É monumento classificado.
PALACETE DE SANTA SANCHA
HÁ dúvidas acerca da data de construção do palacete de Santa Sancha, cuja autoria é atribuída ao arquitecto macaense José Agostinho Tomás de Aquino, embora a hipótese mais provável seja o ano de 1846. O primeiro proprietário de que há conhecimento foi Manuel Duarte Bernardino, tendo o palacete passado, por penhora, em 1855, para a posse do 1º Barão e 1º Visconde de Cercal, Alexandrino António de Melo.
Com a morte do Barão de Cercal, em 1877, a transmissão da propriedade passa pelos tribunais mas, em 1882, a posse transita para a viúva D. Carlota Josefa de Melo que, por morte, em 1892, a deixa a sua neta Pamela Francisco de Melo. Um ano depois esta vende o palacete, por oito mil patacas, a um inglês negociante de ópio, Herbert Dent.
Dent morre em 1921 e o palacete fica, por dois anos, para seu filho William. Em 1923, o governador Rodrigo Rodrigues adquire a propriedade para o Estado.
No ano seguinte, em 1924, o edifício é completamente reconstruído sofrendo profundas alterações na traça original. As obras custaram 24.500 patacas.
Antes de passar, definitivamente, em 1937, para residência oficial dos governadores (que o tinham utilizado até 1932), o palacete de Santa Sancha teve diversas utilizações, designadamente Hospital Infantil (1934-36) e Museu Comercial e Etnográfico Luís de Camões (1936-37).
O palacete está situado na Colina da Penha (na zona antigamente conhecida por Tanque do Mainato), delimitado pelas Calçada da Praia, Estrada de Santa Sancha e Estrada da Penha.
O edifício tem dois pisos e está construído em alvenaria rebocada e pintada. Da propriedade faz parte um jardim de traçado ocidental e um mirante que dá para a baía da Praia Grande.
ESCOLA LENG NAM
SITUADA na Estrada dos Parses, junto ao Centro Hospitalar Conde de S. Januário, a Escola Leng Nam está instalada no antigo palacete do advogado macaense Francisco Xavier Anacleto da Silva – a Vila Alegre -, cujo projecto data de 1917, embora a construção só tenha sido concluída em 1921. Conta-se que numa das suas viagens a Xangai (onde, tal como a Pequim e a Cantão, se deslocava frequentemente para dar assistência jurídica aos portugueses residentes na China) o advogado e sua mulher apreciaram de tal forma um palacete na concessão estrangeira que o fotografaram e mandaram construir uma réplica num dos sítios mais aprazíveis de Macau.
A escola Leng Nam, que funcionava em Cantão, está instalada na Vila Alegre desde 1936 (quando o palacete já pertencia à Caixa Econômica Postal), ano em que se muda para Macau, fugindo, professores e alunos, às consequências do conflito sino-nipónico. Aqui se manteve até à actualidade (1995) sem alterar a traça arquitectónica do edifício.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Não poderia este blogue deixar de fazer mais um registo histórico de uma tradição mantida na Macau do ano de 2023, hoje, território da República Popular da China. Assim, o nosso colaborador, Manuel V. Basílio, macaense residente em Macau, nos dá o relato, com fotos, sobre a procissão de Nossa Senhora de Fátima realizada no […]
No Anuário de Macau do ano de 1962, nas páginas finais, vários anúncios publicitários encontravam-se publicados, os quais, reproduzimos abaixo para matar as saudades de quem viveu aquela época de ouro, ou então, para curiosidade daqueles que possam se interessar em conhecer, um pouco mais, aquela Macau de vida simples, sem modernidade, mas, mais humana.
Páginas digitalizadas do Anuário de Macau, Ano de 1962, o que aparentemente foi o último da série, ficamos aqui a conhecer quem eram as pessoas que ocuparam cargos no – Governo da Província e Repartições Públicas. Mesmo passados mais de 60 anos, agora que estamos na década com início em 2020, muitos nomes ainda estão […]
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