Popularmente conhecida como Fortaleza de Santa Catarina, mas de nome oficial – Forte de Santa Catarina de Cabedelo (Wikipedia), encontra-se localizada no município de Cabedelo, a 18 quilômetros de João Pessoa, capital do Estado de Paraíba, no Brasil. Cabedelo significa – pequeno cabo – fica à margem do rio Paraíba do Norte e a fortaleza fica na extremidade litorânea da cidade.
Na nossa visita a João Pessoa, uma das mais antigas cidades do Brasil, em Maio de 2013, deslocamos propositalmente para a localidade, que praticamente está ligada à capital sem se perceber a delimitação, com intuito de visitar a fortaleza, e qual a minha grata satisfação: as muralhas e a porta de entrada lembravam bem a Fortaleza de Monte, de Macau, na China. É óbvio, pois ambas foram construídas pelos portugueses. A brasileira em 1585 e a do Monte em 1617. Ambas fizeram parte da história portuguesa de resistência aos ataques holandeses aos seus domínios coloniais. Certifique-se, lendo a sua história e vendo o ensaio fotográfico que fiz:
(fotografias de/photos by Rogério P.D. Luz)
Fortaleza de Santa Catarina – Cabedelo
(fonte: site Tambores do Forte no http://tambores-doforte.webnode.pt/monumento/)
foto de Daniel Mendes no http://www.cabedelonaweb.com/p/fortaleza-de-santa-catarina.html
A construção primitiva data de 1585, e foi construída em taipa de pilão pelo alemão Cristóvão Linz, por iniciativa do Capitão-mor Frutuoso Barbosa, em local por ele escolhido, sendo batizada de Fortaleza de Santa Catarina.
Quando o capitão deixou Cabedelo, a fortaleza foi destruída pelos indígenas, sendo reconstruída no início do século XVII. Resistiu aos ataques holandeses até 1634, quando por fim estes tiveram vitória. Em 1637, o Conde Maurício de Nassau, a rebatizou com o nome de Forte Margarida, sofrendo reformas comprovadas pela presença de tiljolos holandeses. Com a restauração do domínio português em 1654, a fortaleza recuperou seu antigo nome de Santa Cantarina, pois a capelinha em seu interior era dedicada a essa santa com sua bela imagem barroca.
Era conhecida também por Fortaleza do Cabedelo ou Forte do Matos( em homenagem ao seu segundo comandante João de Matos Cardoso). Em 1698 passou por nova remodelação, que lhe deu sua forma atual. As pedras de cantaria vieram de Lisboa como lastro de navio, e o projeto do Sargento-mor Pedro Correia Rebello, com alterações do engenheiro Luis Francisco Pimentel. Em 1703, D. Pedro II de Portugal mandou fazer reparos, e quando sua irmã Dona Catarina assumiu a regência do trono, mandou fazer obras para melhor aparelhar a fortaleza. Entre 1729 e 1734 foi coberto o corpo da guarda e feita a abóbada do portão. Em 1817 caiu em mãos dos revolucionários republicanos.
Passou por um longo período de abandono, até ficar em ruínas. Foi restaurada pelo IPHAN, entre 1974 e 1978, de acordo com a planta do século XVIII. ” Possui formato irregular, com 2 bastiões e 4 pontas. Tem fosso com entrada pelo mar, dotado de contramuralha até a ponte. A entrada se faz através de portada em arco pleno e colunas de pedra regulares, encimada por brasão”. Carrazzoni. / Arquitetura Militar
Comentário no Facebook:
– Marcos Crespo Essa fortaleza é por vezes atribuída, erradamente, aos holandeses. Até profissionais do turismo cometem esse erro que é fruto da desinformação e do anti-portuguesismo que vicejou no Brasil no século XIX. Em alguns casos é má fé, noutros é ingenuidade de pessoas que confundem “do tempo dos holandeses” com “construída pelos holandeses”. De facto, parte do nordeste da América Portuguesa esteve debaixo do jugo holandês depois do desaparecimento do Rei D. Sebastião. Mas não toda a região. Assim é que vários fortes foram construídos durante esse período sendo outro, também muito importante, o dos Reis Magos, em Natal. O forte Orange, no Recife, esse sim foi construído pelos holandeses mas o foi em taipa e a construção que está lá hoje só encontra-se ainda graças aos portugueses terem-na construído em pedra, depois de derrotar os batavos, aproveitando a planta original.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Hoje, 24 de Junho de 2022, comemora-se 400 anos de “A Maior Derrota dos Holandeses no Oriente” na sua tentativa de tomar Macau dos portugueses. Até a transição de soberania de Macau, de Portugal para a República Popular da China, em 20 de Dezembro de 1999, a data era comemorada como “DIA DE MACAU” ou “DIA DA […]
1 Aqueles bons tempos de Macau, que já não voltam mais, de peças teatrais com participação de macaenses, são recordadas por Jorge Eduardo (Giga) Robarts na sua página no Facebook. Com autorização do Giga, as imagens foram copiadas e editadas, inclusive seus textos. Fazem parte do seu acervo, bem como, partilhadas por seus amigos dessa […]
Nesta postagem, divulgamos duas histórias de Macau de autoria do Manuel V. Basílio, publicadas no Jornal Tribuna de Macau-JTM e que foram extraídas dos seus livros: A primeira viagem portuguesa no sul da China O primeiro acordo sino-português Nos artigos abaixo com os textos com ligação direta no JTM , clique em “continue reading” (continue […]
não é anti-lusitanismo não, nem por que se acha que os holandeses são mais valorosos por serem do norte da europa (e em muita coisa são mesmo, mas nem por isso nega-se que Portugal também teve suas grandezas), mas sim o próprio governador holandês da época a serviço da cia das índias já dizia que o forte só ganhou imponência e solidez após os batavos o ampliarem; agora se isso era propaganda politica é outra historia, mas pode ser verídico por que o forte segue um padrão parecido ao que havia em ny na mesma altura em gravuras da época com os moinhos neerlandeses do lado no caso de ny..já os fortes tugas variam mais, não tem um único padrão..vide aquele circular em salvador, o de natal e cia..
Caro X, é uma opinião dentro da sua constatação. Até preferisse que se identificasse, pois não costumo liberar comentários de anônimos, o que se tornou uma exceção neste caso.