Uma visita à Casa de Imagem de São Paulo para ver históricas fotografias de renomados fotógrafos, algo que tem a ver com a minha paixão por este segmento, levou-me a fazer um ensaio fotográfico dentro do prédio. Aproveito para reproduzir a sua história com o texto do site da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de São Paulo:
(fotografia de/photos by Rogério P.D. Luz – clicar nas fotos menores para tamanho maior)
HISTÓRIA DE UM LUGAR
(fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/casa_da_imagem/index.php?p=9730)
O imóvel em que está sediada a Casa da Imagem data dos anos de 1880 mas antes dele já houve muita história neste lugar, começando pela rua em que se encontra. Não se sabe ao certo quando foram ali construídas as primeiras casas particulares mas antigos registros dão conta de que, no lugar onde está hoje a Casa da Imagem, havia uma casa de taipa de pilão pertencente ao sertanista Francisco Dias, que em 1689 a vendeu ao bandeirante Gaspar Godoy Moreira, falecido em 1714.
Depois disso, sabe-se apenas que em 1809 a casa pertencia ao Tenente Coronel Manuel José Gomes, tinha “um lanço e um andar”, e foi avaliada em 11.530 réis, de acordo com o registro que dela foi feito para fins de cobrança de um imposto, que foi também a razão da primeira numeração de casas estabelecida em São Paulo2. E que o Padre Antônio Maria de Moura morou ali e faleceu em 1842.
A partir daí, o imóvel teve uma sucessão de diferentes usos. Era uma casa grande, tanto que em 1855, seu proprietário, o Padre Júlio Mariano Galvão de Moura, nela instalou o Colégio Ateneu Paulistano. Um ou dois anos depois, porém, este colégio mudou-se para a Ladeira do Porto Geral.
Por suas dimensões, serviu, em seguida, à instalação de uma Casa de Banhos ou Casa de Saúde, que funcionou no imóvel em 1857 e 1858, sob direção do francês Charles Pierre Etchecoin. Um dos anúncios desta espécie de clínica referia-se ao imóvel como um “vasto estabelecimento, situado em um excelente lugar, tendo uma vista linda e pitoresca, e colocado mesmo na cidade”. De fato, a área atrás do hotel ainda não estava urbanizada; a cidade terminava ali, num dos limites do planalto em que se situava a cidade. O que se tinha era uma vista aberta, panorâmica.
Ao que tudo indica, esta casa funcionava também como hotel, já que um comerciante de jóias, de nome Affonso Fierard, anunciava suas mercadorias dando como endereço a Casa de Saúde. Em 1862, a casa já não tinha mais as atividades clínicas e se constituía, exclusivamente, como Hotel do Hilário, dando hospedagem e anunciando trazer peixes de Santos e oferecer tainhas frescas, assadas, recheadas, camarões frescos, ostras em lata, além de “comidas usuais”. Atores da Companhia Dramática de São Paulo tinham ali o seu endereço.
Em 1865, o hotel passou às mãos de Domingos Henrique da Silva, foi todo reformado e ganhou o nome de Hotel da Boa Vista. Dizia um anúncio: “O proprietário não poupou esforços a fim de oferecer aos senhores viajantes e pensionistas todas as comodidades possíveis, tendo excelentes aposentos, e podendo gozar-se da linda vista da várzea” (referia-se às margens do rio Tamanduateí)4; “uma vista deliciosa, que daí se goza e que torna para os senhores passageiros a hospedagem amena e aprazível”. Um ano depois, porém, foram a leilão os móveis e utensílios do hotel. No ano seguinte, ainda alugavam-se alguns cômodos da casa.
Na restauração da Casa foram encontradas antigos desenhos que estavam cobertas por pinturas mais recentes, como nesta e em outras imagens nesta postagem.
Nos anos de 1870, a proprietária do imóvel era a senhora Carolina Amália da Silva Rangel e, por volta de 1880, o Major Benedito Antônio da Silva, que, em sintonia com o extenso processo de mudanças que começava a acontecer na cidade, mandou demolir o velho casarão de taipa para construir, como sua residência, o imóvel que atualmente abriga a Casa da Imagem, com seus três andares e pinturas ornamentais.
Em 1890, o imóvel passou a abrigar a sede da Estação Central de Urbanos e da Sociedade de Imigração. Foi vendido para o Estado em 1894. A Companhia de Gás que ocupava a casa vizinha (antigo Solar da Marquesa de Santos), logo após o Beco do Pinto, expandiu-se, então, para parte desta casa de três andares, ali ficando até 1910, quando passaram a funcionar no imóvel vários órgãos ligados à Polícia. Esta se manteve ali até 1970. Entre 1971 e 1974, sob administração municipal, o casarão foi utilizado pelo Instituto Genealógico Brasileiro e a Academia Paulista de Direito.
Em 1976, iniciaram-se os estudos para restauração da casa, realizada, nos anos seguintes, pelo Departamento de Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura – DPH, que ali se instalou em seguida.
Em 1985, necessitando de obras de emergência, tornou-se primeiro um canteiro de escavações arqueológicas que se realizaram nesta Casa, no Beco do Pinto e no Solar da Marquesa de Santos, sob coordenação da Professora Margarida Andreatta, no âmbito de um convênio realizado entre o DPH e o Museu Paulista da Universidade de São Paulo. A própria estrutura construtiva da casa foi alvo das pesquisas; os fragmentos de objetos coletados, remanescentes da passagem do século 19 para o 20, foram integrados ao acervo do Departamento de Patrimônio Histórico do Município. Entre 2008 e 2011, o prédio foi restaurado segundo projeto do escritório Marcos Carrilho.
A implantação da Casa da Imagem, destinando o imóvel a exposições do rico acervo fotográfico do Museu da Cidade de São Paulo, iniciou-se em 29 de agosto de 2011 e foi inaugurado em 19 de novembro de 2011.
Da varanda dos fundos se vê o antigo prédio do Banespa, o museu do Páteo do Colégio e o centro velho de São Paulo
A Casa da Imagem de São Paulo fica na Rua Roberto Simonsen, 136-B (desça no Metro Sé) – Centro – São Paulo – SP Telefone: (11) 3106 5122 / Visitação: Terça a domingo e feriados das 9h às 17h / Fechado às segundas-feiras inclusive nos feriados / Entrada gratuita / Ambiente acessível à moblidade reduzida / Consulte as exposições atualizadas no site acima referenciado. A Casa da Imagem integra a rede de – Museu da Cidade de São Paulo
A postagem retrata as exposições em 21/09/2013:
– Testemunha ocular, fotografias de Juca Martins
– Repaisagem-Exposição de Marcelo Zocchio
– Potências de 10–Exposição de Marcelo Moscheta
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Hoje, 24 de Junho de 2022, comemora-se 400 anos de “A Maior Derrota dos Holandeses no Oriente” na sua tentativa de tomar Macau dos portugueses. Até a transição de soberania de Macau, de Portugal para a República Popular da China, em 20 de Dezembro de 1999, a data era comemorada como “DIA DE MACAU” ou “DIA DA […]
1 Aqueles bons tempos de Macau, que já não voltam mais, de peças teatrais com participação de macaenses, são recordadas por Jorge Eduardo (Giga) Robarts na sua página no Facebook. Com autorização do Giga, as imagens foram copiadas e editadas, inclusive seus textos. Fazem parte do seu acervo, bem como, partilhadas por seus amigos dessa […]
Nesta postagem, divulgamos duas histórias de Macau de autoria do Manuel V. Basílio, publicadas no Jornal Tribuna de Macau-JTM e que foram extraídas dos seus livros: A primeira viagem portuguesa no sul da China O primeiro acordo sino-português Nos artigos abaixo com os textos com ligação direta no JTM , clique em “continue reading” (continue […]
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