O saudoso Leonel Barros costumava escrever suas crônicas no Jornal Tribuna de Macau aos sábados. Em 5 de Julho de 2005, escreveu a respeito da chegada dos portugueses a Macau onde se estabeleceram e administraram o território até 20 de Dezembro de 1999.
Com uma linguagem clara, fez um relato resumido da colonização até 1935, época em que ocorreu o incêndio da Igreja São Paulo, hoje conhecida como Ruínas de São Paulo. Tem especial finalidade para os amigos que pouco conhecem a história de Macau.
Esta é a minha terra natal que deixei em 1967:
MACAU E O SEU PORTO
Artigo de Leonel Barros publicado no Jornal Tribuna de Macau em 05/Julho/2005
Muito antes da chegada dos portugueses — os homens do oceano ocidental, como eram conhecidos pelos chineses — Macau era apenas um pequeno porto que servia de abrigo dos pescadores na época dos tufões e também local de esconderijo de piratas do mar da China e japoneses. O nome porque era conhecida e ainda hoje se conhece “Ou Mun”, significa “porta da baía”.
Na ponta da Barra e no templo que ali existe ainda se venera a deusa “A-Má”, padroeira dos “homens do mar”. Este templo chinês parece que foi edificado antes da dinastia Ming, que durou de 1368 a 1644.
Descoberto o caminho marítimo para a índia após dobrado o Cabo da Boa Esperança por Vasco da Gama em 1498, os portugueses espalharam-se por todo o Oriente.
Parece que foi em 1516, sob a dinastia dos Ming que as primeiras naus portuguesas fundearam no pequeno porto de Macau após terem sofrido alguns danos com a passagem de um violento tufão que atingiu o Mar da China.
Os portugueses estabeleceram-se definitivamente em terra aí pelo ano de 1557, organizando uma feitoria, como tantas outras semeadas no Oriente pela mão lusitana, de entre as quais a ilha de D João, próxima de Macau, célebre por ter sido o local onde foi sepultado S Francisco Xavier, o Apóstolo das Índias. O consentimento para se fixarem em Macau foi o prémio dado aos portugueses por terem livrado a zona dos piratas.
Foi assim que Macau nasceu e logo depressa cresceu, chegando a tornar-se o maior empório do comércio na China, vindo mais tarde a ser designada como “Pérola do Oriente”. Os navios que iam ao Japão buscavam no florescente porto, poiso seguro, enquanto aguardavam ventos de monção que os levasse até Nagasaki. Entretanto com os marcantes portugueses chegavam também os missionários que entraram pela China pregando o Cristianismo.
Por volta do ano 1644 acabava a dinastia Ming, triunfando a dos manchus e para esta se inclinaram os portugueses, seguindo o mesmo rumo político que o grande Albuquerque tinha traçado ao dominar toda a costa desde Ormuz até Malaca, uma das “chaves” do Oceano Índico.
As primeiras casas foram construídas no local onde hoje fica o Patane. Sobranceira à nascente povoação erguia-se a pequena igreja de Santo António, junto da colina, onde a tradição diz que – a “Bíblia” da Pátria Portuguesa.
O casario estendia-se cada vez mais para as bandas da Colina do Monte, em cujo sopé foi edificada em 1755 a igreja chamada de São Paulo, dedicada à Mãe de Deus. A fachada monumental, trabalhada por artistas vindos do Japão foi adaptada a igreja, em 1602 e a sua traça é atribuída ao apóstolo e mártir Bento Carlos Spínola.
Este templo, bem como o colégio anexo, foram destruídos, quase na sua totalidade, por um incêndio em 1935, ficando apenas de pé a fachada, vigorosa e dominadora, e a grandiosa escadaria em pedra que lhe dá acesso. Deste recinto sagrado seguiram os primeiros missionários a evangelizar a China e o Japão.
A Igreja de São Paulo após o incêndio, tornando-se em ponto turístico e conhecido hoje como Ruínas de São Paulo
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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Obrigado.es muito bonito conocer a historia de minha Terra.saudades