Museu de Arte Sacra de São Paulo, a entrada ao lado da Capela, vendo ao fundo o estacionamento para carros com barraca de alimentação.
Um museu bem montado e cuidado, limpo, bem explicativo, bom acervo, este é o belo Museu de Arte Sacra de São Paulo. Merece a sua visita ou revisita, e provavelmente muitos paulistanos e paulistas não o conhecem.
O melhor de tudo é que fica num lugar de fácil acesso, em plena Avenida Tiradentes, continuação da Avenida 23 de Maio, ao lado da Estação Tiradentes do Metrô e próximo da Estação da Luz. Situado ao lado do prédio amarelo da ROTA, se for de carro, logo após passar por ele, entre na rua à sua direita e logo à esquerda fica o estacionamento gratuito do museu. O ingresso tem um valor simbólico e aos sábados não é cobrado nada. Aproveite a visita para conhecer a Capela e Museu do Frei Galvão e pegar sem custo as pílulas do santo brasileiro, mas pode dar uma contribuição. O lugar transmite uma paz de espírito, apesar de localizada na movimentada avenida.
Nesta postagem, conheça o museu, a origem, de acordo com o site oficial do museu e com imagens que fiz, e em outra publicação o assunto vai ser o seu acervo. Visite depois o site oficial para saber das suas atividades e se o Museu do Presépio voltou a funcionar, pois na data desta postagem em 04 de setembro de 2014, estava fechado para reformas:
MUSEU DE ARTE SACRA DE SÃO PAULO
(fonte dos textos: site oficial no http://www.museuartesacra.org.br/pt/ – com fotografias de/photos by Rogério P.D. Luz)
O Museu de Arte Sacra de São Paulo é fruto de um convênio celebrado entre o Governo do Estado e a Mitra Arquidiocesana de São Paulo, em 28 de outubro de 1969 e sua instalação data de 28 de junho de 1970. A partir desta data, o Museu de Arte Sacra de São Paulo passou a ocupar a ala esquerda térrea do Mosteiro de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Luz (mais conhecido como Mosteiro da Luz) e a antiga Casa do Capelão, antes administração, e onde, desde 1999, está exposto o acervo de presépios do museu.
A parte mais antiga do complexo foi construída sob orientação de Frei Antônio de Santana Galvão para abrigar o recolhimento das irmãs concepcionistas, função esta que também se mantém até hoje.
O acervo do museu começou a ser formado por Dom Duarte Leopoldo e Silva, primeiro arcebispo de São Paulo, que a partir de 1907 começou a recolher imagens sacras de igrejas e pequenas capelas de fazendas que sistematicamente eram demolidas após a proclamação da República. Na década de 1970, foi possível ampliar significativamente esse acervo.
Atualmente, as principais atribuições do Museu de Arte Sacra de São Paulo são: recolher, classificar, catalogar e expor convenientemente objetos religiosos cujo valor estético ou histórico recomende a sua preservação; expor permanente, pública e didaticamente seu acervo; promover o treinamento, a capacitação profissional e a especialização técnica e científica de recursos humanos necessários ao desenvolvimento de suas atividades; incentivar e apoiar a realização de estudos e pesquisas sobre arte sacra e história da arte; promover cursos regulares, periódicos ou esporádicos de difusão, extensão e de treinamento sobre temas ligados a seu campo de atuação.
O pátio interno do Mosteiro da Luz. O Museu de Arte Sacra contorna o pátio no térreo. O andar superior é ocupado parte pela parte administrativa e parte da clausura das madres.
Mosteiro da Luz
A ideia de sua construção partiu da Irmã Helena Maria do Espírito Santo do Antigo Convento de Santa Tereza, por volta de 1772. Esta afirmava ter visões de Jesus pedindo a construção de um lugar de recolhimento. Frei Galvão, confessor da Irmã confirmou a veracidade das visões após discussão com sacerdotes e teólogos em São Paulo.
Para definir o melhor lugar para a construção foram então tomadas as primeiras medidas com o Governador do bispado, o Cônego Antônio de Toledo Lara e o Governador da Capitânia, o Capitão-General D. Luiz Antônio de Souza Botelho e Mourão, o “Morgado de Mateus”.
Em 1774 existia nos “Campos do Guaré”, atual bairro da Luz, uma capela em homenagem a Nossa Senhora da Luz, construída por Domingos Luís, O Carvoeiro em 1603. Morgado de Mateus já tinha conhecimento desta capela, pois quando chegou a São Paulo em 1765 a encontrou totalmente abandonada e ordenou seu restauro, bem como a construção de algumas casas ao seu redor para a celebração da festa de Nossa Senhora dos Prazeres. Para a fundação do Recolhimento, doou o terreno através de uma Carta de Sesmaria.
Uma lei do Marquês de Pombal proibiu a abertura de qualquer tipo de convento ou mosteiro. Então Frei Galvão encaminhou as freiras para que ocupassem as casas em torno da capela, não oficializando o local como religioso, mas sim como um recolhimento onde morava um grupo de senhoras que desejavam viver sob os conselhos evangélicos.
Essas casas foram ocupadas em 2 de fevereiro de 1774 sob o nome de Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência.
Pouco tempo depois Frei Galvão decidiu providenciar uma nova construção, pois a capela ameaçava ruir e as casas estavam inabitáveis. Projetou um novo edifício. Durante sua construção, além dos taipeiros e dos escravos emprestados pelas famílias das freiras, pôs mãos à obra e convidou as irmãs para que fizessem o mesmo.
Em 25 de março de 1788, as religiosas se transferiram para o novo prédio. No entanto foram precisos mais 14 anos para terminar a Igreja.
Durante toda a construção, Frei Galvão viajava constantemente para o interior arrecadando fundos. De acordo com o Padre Alberto Ortmann “…o convento da Luz é obra exclusiva de Frei Galvão. Foi ele o único diretor da construção e continuamente lhe assistia aos serviços, auxiliando-a com suas próprias mãos“.
Após sua morte em 1822, seus sucessores não executaram o plano original que contava com duas torres para a igreja, conforme o “risco” deixado por ele na parede do Mosteiro da Luz.
* Visite o Museu: horários – Terça a sexta – 9:00 às 17:00 / Sáb. e Dom. – 10:00 às 18:00 / Segundas- fechado / A bilheteria funciona até 30 minutos antes do fechamento do Museu.
Localização: Avenida Tiradentes, 676 – Luz – São Paulo – SP / tel. 11 3326-3336 / e-mail: mas@museuartesacra.org.br
Estação – Metro Tiradentes / Estacionamento – Gratuito / Rua Jorge Miranda, 43 – Luz / São Paulo – SP
* É permitido fotografar sem flash.
* Ligar antes para visita monitorada em grupo
Na entrada, havia uma exibição “Ad Maiorem Dei Gloriam: 200 anos de restauração da Companhia de Jesus” (até 14/09/2014). De acordo com o site oficial: “A exposição reúne obras do acervo do MAS-SP que se relacionam com a evangelização praticada pelos jesuítas, contando a trajetória da Companhia desde sua fundação até os dias de hoje, com especial atenção à produção cultural e artística associada a sua ação catequizadora. Obras como as esculturas representando Santo Inácio de Loiola, São José e São Francisco Xavier, bem como uma tela de 1897 retratando Padre Anchieta, pintada por Benedito Calixto de Jesus em 1897, são alguns dos destaques”.
Tela de Benedito Calixto, de 1897, retrata Padre José de Anchieta. Procedência: Seminário de N.Sra.da Glória de São Paulo
Santo Inácio de Loyola. Madeira entalhada e policromada. Século XVII. Procedência: Fazenda Geral da Cia. de Jesus em Cubatão.
Após a morte de Frei Galvão, em 1822, seus sucessores não executaram o plano original que contava com duas torres para a igreja, conforme o “risco” deixado por ele na parede do Mosteiro da Luz.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Hoje, 24 de Junho de 2022, comemora-se 400 anos de “A Maior Derrota dos Holandeses no Oriente” na sua tentativa de tomar Macau dos portugueses. Até a transição de soberania de Macau, de Portugal para a República Popular da China, em 20 de Dezembro de 1999, a data era comemorada como “DIA DE MACAU” ou “DIA DA […]
1 Aqueles bons tempos de Macau, que já não voltam mais, de peças teatrais com participação de macaenses, são recordadas por Jorge Eduardo (Giga) Robarts na sua página no Facebook. Com autorização do Giga, as imagens foram copiadas e editadas, inclusive seus textos. Fazem parte do seu acervo, bem como, partilhadas por seus amigos dessa […]
Nesta postagem, divulgamos duas histórias de Macau de autoria do Manuel V. Basílio, publicadas no Jornal Tribuna de Macau-JTM e que foram extraídas dos seus livros: A primeira viagem portuguesa no sul da China O primeiro acordo sino-português Nos artigos abaixo com os textos com ligação direta no JTM , clique em “continue reading” (continue […]
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