Publicação da Revista de Macau na edição de Março de 1994 conta sobre os trajes de cinco dinastias da China milenar. Conheça e veja 5 fotos o desfile que se realizou em Macau naquele ano.
A MODA DAS DINASTIAS DA CHINA
Texto sem autoria atribuída com fotos de Agnelo Vieira – Revista Macau de Março de 1994
Realizou-se em Macau, em 1994, um desfile de “moda” pouco vulgar. Nas passerelles montadas no Fórum, desfilaram trajes tradicionais da China, mais exactamente, modelos das vestes usadas nas cortes de cinco dinastias imperiais.
A China imperial ou o “Reino dos Trajes”, como historicamente chegou a ser conhecida, mostrou a sua “moda” em Macau através do desfile de trajes de cinco dinastias: Tang, Song, Yuan (mongol ). Ming e Qing (manchu). Naqueles trajes, onde pontificam a cor e o fausto, contemplam-se 1294 anos da história chinesa: de 618 a 1912.
A Dinastia Tang representou um período próspero da sociedade feudal cujo regime de uso de trajes e adornos provém da Dinastia Sui. Os homens, nessas dinastias, usavam uma toga com colarinho redondo (…). Nos anos mais prósperos desta dinastia, as modas sofreram grandes alterações, tornando-se as mangas mais largas e os colarinhos quadrados. redondos ou triangulares: havia mesmo um colarinho tão aberto que se podia ver o peito da mulher que não usava camisa interior, moda que despertou o maior entusiasmo nos poetas.
No entanto, na Dinastia Song (960-1279), os trajes voltaram a ser mais pudicos e conservadores, com um aspecto de simplicidade (…). Naquela época, as imperatrizes também usavam trajes para rituais, bem como uma coroa de fénix, meias e sapatos negros.
A Dinastia Yuan teve um regime político instaurado pelos mongóis nómadas que viviam no norte da China. Os homens usavam mantos compridos com mangas largas. A nobreza ou a posição hierárquica era definida pela cor do vestuário. As mulheres mongóis também usavam mantos grandes. A rainha ou concubina usava uma coroa especial com dois pés de altura, feita com madeira de vidoeiro e coberta de seda vermelha para mostrar a sua nobreza.
Logo após a sua proclamação, a Dinastia Ming denunciou o regime da Dinastia Yuan e. seguindo o costume da nacionalidade Han (chinesa). actualizou o uso dos trajes, tendo, para tal, consultado as Dinastias Zhou. Han e Tang, até à Dinastia Song. A reforma vigorou por mais de 20 anos e o regime foi definido no 26º ano do reinado de Hong Wu. Os imperadores da Dinastia Ming usavam uma túnica amarela, feita com tecido de seda leve e brilhante, com configuração oblíqua e bordada com figuras de dragão e doze desenhos simbólicos e decorativos. As imperatrizes, por seu turno, usavam uma coroa de fénix e um manto de aurora.
A Dinastia Qing foi instaurada pela etnia Manchu. Após a reunificação do país. os Manchus obrigaram os chineses a adoptar o seu regime de uso dos trajes. Os homens tinham de cortar uma parte dos cabelos e usar uma trança comprida. Os dominantes da Dinastia Qing sistematizaram e ritualizaram esse costume. A posição social e a identificação do homem eram definidas segundo o desenho, a qualidade e a cor do vestuário. O traje ritual do imperador era composto por uma túnica uma coroa e um par de botas, que eram a insígnia do poder máximo. .As peças eram confeccionadas por alfaiates escolhidos a dedo e confeccionadas com o melhor tecido de seda pele de animais e decorada com ouro, pérolas, diamantes e outros materias preciosos.
O conjunto de trajes de imperatriz também era usado por ocasião de cerimónias importantes.
Os trajes das cinco dinastias foram concebidos por uma conceituada desenhadora cénica da República Popular da China. Zhao Ru-Hua dedica-se há 32 anos ao desenho de vestuário para teatro e cinema e foi já distinguida com alguns dos mais altos galardões do país. no domínio artístico.
Ao longo da sua carreira Ru-Hua concebeu o guarda-roupa de mais de vinte filmes e telenovelas históricas de grande audiência e popularidade. Foi ela também que desenhou os uniformes da cerimónia inaugural da décima primeira edição dos Jogos Asiáticos, recentemente realizados em Pequim. O Desfile das Cinco Dinastias foi realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisa do Traje da China e veio a Macau por iniciativa do Leal Senado.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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