Trecho extraído do artigo de Rogério Beltrão Coelho – Teatro D. Pedro V: uma História Atribulada – publicado na Revista Macau, edição de Maio de 1994, nos leva a saber de quem foi a ideia de construí-lo e as dificuldades encontradas para definir um local apropriado.
Um teatro para Macau
Texto de autoria de Rogério Beltrão Coelho
A ideia da construção de um teatro em Macau partiu de um grupo de cidadãos reunidos em comissão no ano de 1857:
Não foi desde logo indicado o lugar em que teve efeito a construção do teatro — refere o padre Manuel Teixeira na obra O Teatro D.Pedro V (Clube de Macau, Macau, 1971) —, pois que o primeiro pensamento foi colocá-lo no edifício do hospital de S. Rafael, ideia que em breve se abandonou. Nos fins de Março a comissão pediu ao Governo terreno no campo de S. Francisco, perto da rampa que aí conduz à entrada do quartel, mas foi-lhes indeferida a pretensão, oferecendo-se-lhe a cerca do extinto convento de S. Domingos.
A comissão, não julgando este local apropriado, requereu, em sessão de 2 de Abril, o terreno preciso no largo de S. Agostinho, que por fim obteve. Correndo imediatamente subscrição em Macau e Hong Kong, em Março de 1858 o edifício já podia dizer-se concluído no principal, graças especialmente à diligência do cirurgião-mor da província, António Luís Pereira Crespo, de Pedro Marques (escrivão da Câmara, autor do projecto e responsável pela direcção das obras) e de Francisco Justiniano de Sousa Alvim.
(…) Ao edifício delineado por Pedro Marques foi dado o nome de Teatro D. Pedro V, soberano então reinante.
A “Sociedade do Teatro D. Pedro V”, cujos estatutos foram aprovados pelo governador em 20 de Abri l de 1859, assume a propriedade e a gestão do Teatro. Dos corpos gerentes fazem então parte três elementos da comissão constituída dois anos antes (João Damasceno dos Santos, presidente; Francisco Justiniano Alvim, secretário; João Bernardo Goularte, vogal) e António Carlos Brandão, tesoureiro.
A sala funcionou, com maiores ou menores sobressaltos, até ao princípio dos anos 70: teatro, bailes de máscaras e companhias estrangeiras de ópera animaram o espaço cultural em Santo Agostinho.
Em 30 de Setembro de 1873, após o necessário período de inactividade para obras de restauro, o D. Pedro V reabre com nova fachada (praticamente a que hoje se mantém) de autoria do Barão de Cercai.
A Gazeta de Macau e Timor registou o acontecimento:
Abriu esta noite os seus salões o Theatro de D. Pedro V — restaurado, elegante e perfeitamente armado, obras estas que deve à actual e incansável direcção composta dos snrs. barão de Cercal, João Eduardo Scarníchia, José Maria Teixeira Guimarães, Carlos Vicente da Rocha e Joaquim das Neves e Sousa que dotou o teatro com uns estatutos razoáveis, necessários e convenientes, trabalho este em que havia naufragado mais de uma direcção, havendo desgostos, discussões acaloradas e improdutivas.
O valor venal do edifício é calculado em doze mil patacas, e do registo constava então que o teatro pertencia à “Sociedade do Teatro D. Pedro V”.
Naqueles tempos … pelo palco do Dom Pedro V passaram nomes sonantes da música, do bailado e do teatro, locais e estrangeiros, portugueses e chineses
Abaixo: Espectadores ilustres (anos 50) Distinguem-se o Governador Marques Esparteiro e o Dr. Alberto Jorge com as respectivas mulheres:
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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