Na Sexta-Feira da Semana Santa em Macau, a população pode participar de mais uma das tradições religiosas, que a exemplo de outras, estão sendo mantidas no território que em dezembro deste ano de 2016, completará 17 anos da transição de soberania de Portugal para a China.
Com boa participação de fiéis e a assistência de curiosos, foi realizada a procissão do Senhor Morto pelas cercanias da Sé Catedral, acompanhada pela valorosa banda da PSP-Polícia de Segurança Pública de Macau, algo pouco visto no Brasil, considerado País de maioria católica, embora sendo um Estado laico.
Conforme relata Manuel Basílio (Macau), autor das fotos aqui publicadas, a missa foi presidida pelo novo bispo da Diocese de Macau, D.Stephen Lee, que vindo de Hong Kong por indicação do Vaticano e dominando apenas o espanhol, utilizou-se da língua portuguesa com frequência nas cerimônias religiosas.
Para um filho da terra que emigrou para o Brasil há quase 50 anos, quando Macau ainda era portuguesa, dá-se um grande valor pela manutenção das tradições, mesmo não sendo todas, ainda mais as religiosas. Como tinha dito noutra postagem, Macau, apesar de hoje ser parte integrante da China, cuja igreja não segue as ordens do Vaticano mas a ditada pelo Estado, a Igreja Católica continua sendo a Apostólica Romana obediente ao Papa. Pelo menos nesse ponto, bem como em vários outros setores, a Macau chinesa continua a seguir a regra de “Um País, Dois Sistemas” gozando de autonomia no território governado pela sua gente.
O belo esforço do novo Bispo no uso da língua portuguesa na missa, uma promessa ao assumir o cargo, mesmo sendo um aprendizado recentissimo, é um claro exemplo da sua importância como principal elemento de composição da discutida Identidade Macaense e amplamente reconhecida pelos filhos da terra residentes no território e fora dele. Às vezes é preciso ter residido no território e participado de diversas atividades, além de fazer uso do português, para valorizá-lo, coisas que nenhum pretenso e discutível “estudo científico” consegue mudar este sentimento que reina no peito de cada macaense que não precisa de títulos catedráticos para o ter. Que Jesus ajude clarear a mente dos que querem mudar a bela história de Macau que durou cerca de 440 anos, pois não encontrarão abrigo neste blog.
(fotografia de/photos by Manuel V. Basílio-Macau / clicar nas fotos para ampliar)
ENTENDA O SIGNIFICADO DA SEXTA-FEIRA SANTA
(fonte: site Catolicismo Romano)
A Sexta-feira Santa, ou ‘Sexta-feira da Paixão’, é a Sexta-feira antes do Domingo de Páscoa. É a data em que os cristãos lembram o julgamento, paixão, crucificação, morte e sepultura de Jesus Cristo, através de diversos ritos religiosos.
Segundo a tradição cristã, a ressurreição de Cristo aconteceu no domingo seguinte ao dia 14 de Nisã, no calendário hebraico. A mesma tradição refere ser esse o terceiro dia desde a morte. Assim, contando a partir do domingo, e sabendo que o costume judaico, tal como o romano, contava o primeiro e o último dia, chega-se à sexta-feira como dia da morte de Cristo.
A Sexta-feira Santa é um feriado móvel que serve de referência para outras datas. É calculado como sendo a primeira Sexta-feira de lua cheia após o equinócio de outono no hemisfério sul ou o equinócio de primavera no hemisfério norte, podendo ocorrer entre 22 de março e 25 de abril.
Na Igreja Católica, este dia pertence ao Tríduo pascal, o mais importante período do ano litúrgico. A Igreja celebra e contempla a paixão e morte de Cristo, pelo que é o único dia em que não se celebra, em absoluto, a Eucaristia.
Por ser um dia em que se contempla de modo especial Cristo crucificado, as regras litúrgicas prescrevem que neste dia e no seguinte (Sábado Santo) se venere o crucifixo com o gesto da genuflexão, ou seja, de joelhos.
No entanto, mesmo sem a celebração da missa, tem lugar, no rito romano, uma celebração litúrgica própria deste dia. Tal celebração tem alguma semelhança com a celebração da Eucaristia, na sua estrutura, mas difere essencialmente desta pelo facto de não ter Oração eucarística, a mais importante parte da missa católica.
A celebração da morte do Senhor consiste, resumidamente, na adoração de Cristo crucificado, precedida por uma liturgia da Palavra e seguida pela comunhão eucarística dos participantes. Presidida por um presbítero ou bispo, paramentado como para a missa, de cor vermelha, a celebração segue esta estrutura:
Entrada em silêncio do presidente e dos ministros, que se prostram em adoração diante do altar oração colecta.
Liturgia da Palavra: leitura do livro de Isaías (quarto cântico do servo de Javé, Is 52,13-53,12), salmo 31 (30), leitura da Epístola aos Hebreus (Hebr 4, 14-16; 5, 7-9), aclamação ao Evangelho e leitura do Evangelho da Paixão segundo João (Jo 18,1-19,42, geralmente em forma dialogada).
Homilia e silêncio de reflexão.
Oração Universal, mais longa e solene do que a da missa, seguindo o esquema intenção – silêncio – oração do presidente.
Adoração da Cruz: a cruz é apresentada aos fiéis e adorada ao som de cânticos.
Pai Nosso
Comunhão dos fiéis presentes. Toma-se pão consagrado no dia anterior, Quinta-Feira Santa.
Oração depois da comunhão.
Oração sobre o povo.
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Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Não poderia este blogue deixar de fazer mais um registo histórico de uma tradição mantida na Macau do ano de 2023, hoje, território da República Popular da China. Assim, o nosso colaborador, Manuel V. Basílio, macaense residente em Macau, nos dá o relato, com fotos, sobre a procissão de Nossa Senhora de Fátima realizada no […]
No Anuário de Macau do ano de 1962, nas páginas finais, vários anúncios publicitários encontravam-se publicados, os quais, reproduzimos abaixo para matar as saudades de quem viveu aquela época de ouro, ou então, para curiosidade daqueles que possam se interessar em conhecer, um pouco mais, aquela Macau de vida simples, sem modernidade, mas, mais humana.
Páginas digitalizadas do Anuário de Macau, Ano de 1962, o que aparentemente foi o último da série, ficamos aqui a conhecer quem eram as pessoas que ocuparam cargos no – Governo da Província e Repartições Públicas. Mesmo passados mais de 60 anos, agora que estamos na década com início em 2020, muitos nomes ainda estão […]
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