As tradicionais Procissão da Cruz e a Procissão de Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos foram novamente realizadas em Macau, antigo território português na China, pela Igreja Católica Apostólica Romana em 2018. Para relatá-las com imagens, este blog contou mais uma vez com o contributo do amigo Manuel V. Basílio, residente em Macau, pelo que somos eternamente gratos.
Para melhor esclarecer os leitores que desconhecem o assunto, apesar de Macau ter retornada à soberania da China, pelo acordo de transição por tempo determinado firmado entre Portugal e a RPC, a Igreja Católica local segue a orientação do Vaticano. Na China, a igreja católica é controlada e supervisionada pela Associação Patriótica Católica Chinesa, organismo estatal fundado em 1957 pelo Governo, com o objetivo de controlar e supervisionar as atividades dos católicos chineses que em 2016, oficialmente, somavam cerca de 24 milhões de fiéis.
(Textos e fotografias de autoria de Manuel V. Basílio, Macau)
(1ª) PROCISSÃO DA CRUZ EM 17/02/2018
Realizou-se, em 17 de Fevereiro de 2018, pelas 19H00, a Procissão da Cruz, que, tal como o ano passado, saiu da Igreja de S. Domingos, acompanhada por muitos fiéis, atrás da Banda da P.S.P – Polícia de Segurança Pública.
Mantendo-se a tradição, não participou o Bispo da Diocese, que esteve na Sé Catedral para receber a imagem de Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos.
A imagem do Senhor dos Passos, encoberta com uma caia à volta do pálio, foi levada num andor por Irmãos da Confraria do Senhor Bom Jesus dos Passos, tendo percorrido o Largo de Senado, a Travessa do Roquete, a Rua da Sé, até chegar à Sé Catedral.
No dia 18 de Fevereiro de 2018, primeiro domingo de Quaresma, a Procissão de Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos, que, de acordo com o programa, sairia da Sé Catedral, pelas 16H00.
(2ª) PROCISSÃO DO NOSSO SENHOR BOM JESUS DOS PASSOS EM 18/02/2018
Este ano, a Procissão de Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos voltou a percorrer o itinerário do ano passado, em virtude de a igreja de Sto. Agostinho se encontrar ainda encerrada, por motivo de obras. Estava prevista a reabertura desta igreja em Setembro de 2017, no entanto, um mês antes, o tufão Hato, que assolou Macau, acabou por causar novos danos à igreja, continuando, por isso, fechada ao público.
Na tarde de domingo do dia 18 de Fevereiro, após o Sermão do Pretório em língua chinesa, saiu da Sé Catedral, por volta das 16H30, a Procissão de Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos, cuja tradição multissecular fora introduzida por frades Agostinhos, em finais do século XVI, e que tem vindo a ser mantida pela Confraria do Senhor Bom Jesus dos Passos.
Embora coincidindo com o período das festividades do Ano Novo Lunar, em que se verifica um grande ajuntamento de turistas no Largo do Senado, a Procissão, depois de sair da Sé Catedral, percorreu o Largo e Rua da Sé, Travessa do Roquete, Largo do Senado, Largo de S. Domingos, Rua de S. Domingos, Rua de Pedro Nolasco da Silva, Rua do Campo, Avenida da Praia Grande, subindo, em seguida, pela Calçada de S. João até ao Largo da Sé, onde, voltando a percorrer a Rua da Sé, Travessa do Roquete e o Largo do Senado, para terminar na Igreja de S. Domingos. Ao longo do percurso, a procissão parou em cada uma das 7 estações da “via sacra”, a fim de a Verónica entoar o responsório, em latim, e enquanto entoava o canto, desenrolava e exibia a estampa da face de Jesus para, em seguida, os fiéis que acompanhavam a procissão responderem com o cântico: “Parce, Domine, parce populo tuo: ne in aeternum irascaris nobis”.
Não existe no calendário litúrgico da Igreja Católica uma data fixa para a realização da procissão do Senhor dos Passos. A singularidade desta celebração em Macau consiste na realização de duas procissões seguidas, ou seja, a Procissão da Cruz, no sábado anterior ao primeiro domingo de Quaresma e, no dia seguinte, a do Senhor dos Passos.
De salientar que, em Setembro do ano passado, as procissões católicas de Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos e de Nossa Senhora de Fátima foram incluídas na lista de património intangível de Macau. (M.V. Basílio)
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Não poderia este blogue deixar de fazer mais um registo histórico de uma tradição mantida na Macau do ano de 2023, hoje, território da República Popular da China. Assim, o nosso colaborador, Manuel V. Basílio, macaense residente em Macau, nos dá o relato, com fotos, sobre a procissão de Nossa Senhora de Fátima realizada no […]
No Anuário de Macau do ano de 1962, nas páginas finais, vários anúncios publicitários encontravam-se publicados, os quais, reproduzimos abaixo para matar as saudades de quem viveu aquela época de ouro, ou então, para curiosidade daqueles que possam se interessar em conhecer, um pouco mais, aquela Macau de vida simples, sem modernidade, mas, mais humana.
Páginas digitalizadas do Anuário de Macau, Ano de 1962, o que aparentemente foi o último da série, ficamos aqui a conhecer quem eram as pessoas que ocuparam cargos no – Governo da Província e Repartições Públicas. Mesmo passados mais de 60 anos, agora que estamos na década com início em 2020, muitos nomes ainda estão […]
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