Parafraseando o programa de Mao Tsé Tung chamado “Um Grande Salto para Frente”, pensei em assim definir o II Encontro dos Jovens Macaenses 2012 realizado em Macau (China), especialmente ao ver as duas fotos acima publicadas no Jornal Tribuna de Macau.
A princípio procurei por rostos da geração antiga macaense, não os encontrei. Os mais velhos eram os membros do Gabinete de Ligação do Governo Central (da República Popular da China) na RAEM, que receberam a visita dos jovens macaenses, e tão somente eles, que mesmo sendo uma formalidade em cumprimento a um calendário de eventos, tinha o significado de um registro para todos verem o apoio dos novos mandatários de Macau.
Encostei -me na cadeira giratória e fiquei a recordar os tempos em que passei a ter uma participação mais ativa da nossa comunidade, tanto através da Casa de Macau de São Paulo como pelo meu site PMM, a partir do ano 2000. Eram as reuniões preliminares para o Encontro das Comunidades Macau, os Encontros em si, as reuniões para formação do Conselho das Comunidades Macaenses e as polemicas que giraram em torno dela, e outros eventos. Recordava que nas fotos oficiais ou não, lá só tinha gente com mais idade, como eu, num período compreendido entre os meus 50 a 60 anos. Os jovens eram vistos como um projeto futuro para a preocupante continuidade macaense.
Assim as fotos tiveram um grande significado. Simbolicamente era o resultado de tudo que se falou e foi trabalhado a respeito dos jovens e o seu papel na “continuidade”. Lá estavam eles, sozinhos, a comandar o “espetáculo”, a conduzir conversas de alto nível. Era preciso delegar e confiar nos jovens, que capacidade têm, basta “deixar fazer” sem interferir, competindo aos mais idosos o papel de conselheiros acreditando que terão modéstia suficiente para trocar ideias com os mais experientes, quando necessário.
Quanto à Associação que está em vias de ser formada, penso que seus estatutos estão sendo elaborados e discutidos, assim vou deixar de integrar o time de entusiasmados, embora haja motivo para tal, para avaliar com cautela o que se pretende “nos finalmente”, a sua amplitude e extensão. Sabe-se que também na diáspora macaense-americana houve apresentação de semelhante proposta, porém não teve seguimento.
Ouvi e percebi que há certa reserva quanto à formação de novas associações na diáspora, nada contra os jovens, mas penso que quanto à atribuição de recursos para sobrevivência das Casas de Macau, porquanto ainda não recebem subsídios pontuais ou periódicos, bastante discutidos desde a transição. Sobrevivem daqueles fornecidos pela antiga administração portuguesa de Macau, salvo erro meu com relação às Casas de outros países, pelo menos posso afirmar com relação às do Brasil que pagam as despesas com os rendimentos de aplicações financeiras, e ainda vão fazendo as contas de quanto tempo as reservas vão durar. Os jovens, necessariamente ligados às Casas, perderão as suas ligações com Macau quando estas, com o fim dos seus recursos, fecharem as portas, salvo se houver uma associação paralela que lhes pertença e seja subsidiada.
Por fim, penso que não há como contestar que a esperança da continuidade e preservação da identidade macaense, reside nos jovens macaenses residentes em Macau, onde é o centro de tudo. Pode-se perceber um melhor envolvimento deles nas atividades em geral, como esta do II Encontro, ou das peças teatrais em patoá entre outras. Assim, o investimento no jovem macaense deve ser prioridade em Macau. A diáspora será sua coadjuvante, enquanto existirem Casas de Macau.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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Gostei do blog.(é assim que se chama?).A minha amiga Mariazinha enganou-se em algumas pessoas. A Margarida Nogueira vive há + de um ano com seu marido Infante, em Brighton, Inglaterra. As irmãs Ermelinda, Olga e Noémia vivem todas em Macau, costumam vir de férias em Julho/Agosto.
Caro Giga, sempre é um prazer ter o seu comentário por aqui. Blog ou Blogue, tanto faz, fica a critério de cada um. Grato pela sua intervenção e este comentário foi publicado na postagem “Recordar é Viver” referente à foto. Abraço!