Revisitar esta cidade que tanto gosto, Foz de Iguaçu, no extremo sul do Brasil, fronteira com a Argentina e o Paraguai, resultou num reencontro, digamos, macaense (gente de Macau-hoje China) ou seja, de conterrâneos e amigos, desde a última visita em 2009.
Foi através do meu site Projecto Memória Macaense, fundado em 2003, nos tempos em que não havia Facebook e outras redes sociais, que Arlete Ferreira Chan veio a me contatar, mortinha de saudades da sua terra natal, Macau e da sua gente Macaense. De um modo, o site conseguia aliviar as saudades.
Quando em 2009 viajamos para Foz de Iguaçu, após a última vez há cerca de 20 anos, pudemos ter um encontro macaense a cerca de 1.100 km de São Paulo. Quem diria que a nossa imigração chegou a longínqua Foz de Iguaçu, apesar de serem os únicos macaenses desta cidade tão turística.
O nosso encontro, como não podia deixar de ser, foi num restaurante chinês. Ali, eu, Rogério e a Mia, além do macaense Rigoberto Rosário Jr. “Api” (autor da canção Macau, ex-integrante dos The Thunders) e esposa Margareth, nos encontramos com o casal Arlete Ferreira Chan e Manuel Chan, além da filha Fernanda, candidata a uma brilhante carreira na área de Relações Internacionais. Aliás a Fernanda já me avisou que quando for fazer um trabalho sobre Macau, onde lá esteve em 2012, espera contar com a minha colaboração, o que para mim será uma enorme honra.
Da esquesda, Margareth Rosário, Mia, Arlete Ferreira Chan, Fernanda, Manuel Chan, Rigoberto Rosário Jr. “Api” e Rogério, autor deste blog. Desculpe o mau jeito da foto tirada após a refeição, quando lembrei de pedir para tirar. Às vezes a gente esquece da função de blogueiro, quando a conversa entre amigos está boa demais.
A comida chinesa, de sabor cantonês, estava simplesmente espetacular. Poderia dizer que no Brasil, a melhor comida chinesa está em São Paulo e em Foz de Iguaçu. Mas porque lá? Explica-se que por fazer fronteira com a Ciudad del Este, Paraguai, porto livre de impostos, há uma enorme população chinesa nos dois lados da fronteira, e como não poderia faltar, comida chinesa das boas, já que os produtos alimentícios chineses podem ser importados livremente. Só basta atravessar a ponte para comprá-los.
Felizardos, o casal e a Fernanda viajaram para Macau em 2012 e lá ficaram por quase um mês. Mataram toda a saudade possível, só que um detalhe que o Fernando Chan observou: os preços em Macau estão mais caros que no Paraguai. Fato que também notei em algumas coisas nesta viagem, comparando com os preços de 2010, quando viajei para Macau para o Encontro das Comunidades Macaenses.
Muito obrigado Arlete e Manuel pelo jantar. Foi um enorme prazer reencontra-los em Foz, e ainda mais ter nos levado para o excelente restaurante chinês, que voltamos no dia seguinte para almoçar. Macaense é assim: nunca dispensa uma boa comida chinesa.
Ah, neste jantar, conhecemos um chinês de Macau, cujo nome não me recordo, que nos foi apresentado pelo Manuel Chan. Fiquei maravilhado com a sua alegria em conhecer novos conterrâneos. Achei muito interessante e bem legal esta enorme satisfação demonstrada. De fato, podemos ter nacionalidade portuguesa e ele chinesa, mas, o chinês preza muito aquele que nasceu na sua terra. Para ele, os macaenses de língua portuguesa nascidos em Macau são – filhos da terra – e isso é o que importa para o chinês. Minha reverência por este sentimento, que é mútuo.
Para seu conhecimento, Arlete Ferreira nasceu em Macau e emigrou para o Brasil em 1983, tendo trabalhado na PSP e na Administração Civil. É filha de António Virgílio Ferreira, ex-chefe da PMF e falecido em 2006, e de Luísa Howard Viana Ferreira, ex-enfermeira do Hospital São Januário de Macau. Seus tios, Henrique José Ferreira e Maurício Godofredo Ferreira (ex-HSB em HK).
O Manuel Fernando Chan Yuen contou-me do drama de ter deixado Moçambique, após a independência, emigrando para Macau, onde trabalhou na CEM em Coloane. Apesar da origem chinesa, aprendeu o cantonense com a Arlete, e na sua companhia emigrou para o Brasil, primeiramente em São Paulo e após, para Foz por motivo de emprego.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Não poderia este blogue deixar de fazer mais um registo histórico de uma tradição mantida na Macau do ano de 2023, hoje, território da República Popular da China. Assim, o nosso colaborador, Manuel V. Basílio, macaense residente em Macau, nos dá o relato, com fotos, sobre a procissão de Nossa Senhora de Fátima realizada no […]
No Anuário de Macau do ano de 1962, nas páginas finais, vários anúncios publicitários encontravam-se publicados, os quais, reproduzimos abaixo para matar as saudades de quem viveu aquela época de ouro, ou então, para curiosidade daqueles que possam se interessar em conhecer, um pouco mais, aquela Macau de vida simples, sem modernidade, mas, mais humana.
Páginas digitalizadas do Anuário de Macau, Ano de 1962, o que aparentemente foi o último da série, ficamos aqui a conhecer quem eram as pessoas que ocuparam cargos no – Governo da Província e Repartições Públicas. Mesmo passados mais de 60 anos, agora que estamos na década com início em 2020, muitos nomes ainda estão […]
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