Aos leitores e aficionados da literatura militar, um pouco da memória do exército português de Macau de 1845 a 1876 – o Batalhão de Artilharia de Macau – que se complementa posteriormente com outra postagem sobre seus Uniformes e Distintivos.
Agradecimentos ao editor Instituto Cultural de Macau e ao autor Manuel A.Ribeiro Rodrigues.
BATALHÃO DE ARTILHARIA DE MACAU – 1845 A 1876
do livro 400 ANOS DE ORGANIZAÇÃO E UNIFORMES MILITARES DE MACAU – edição de 1999
autor Manuel A. Ribeiro Rodrigues
(em português – Portugal)
PELO Decreto de 13 de Novembro de 1845 foi remodelada a força militar de Macau, criando-se para esse efeito um Batalhão de Artilharia de primeira linha, ficando a denominar-se Batalhão de Artilharia de Macau, composto por quatro baterias de posição, Estado-Maior e Menor, sendo extintos o Batalhão de Artilharia do Príncipe Regente e a Bateria de Artilharia.
A composição do Batalhão passou a ser o seguinte:
ESTADO-MAIOR
1 Tenente-Coronel, comandante do Batalhão
1 Major, segundo comandante
1 Ajudante
1 Quartel-Mestre
1 Capelão
1 Cirurgião-Mor
ESTADO-MENOR
1 Sargento-Ajudante l Sargento Quartel-Mestre l Corneteiro-Mor
PRIMEIRA BATERIA
1 Capitão
1 Primeiro-Tenente l Segundo-Tenente
1 Primeiro-Sargento
2 Segundos-Sargentos
1 Furriel
4 Cabos
4 Anspeçadas
60 Soldados, incluindo dois Artífices e dois Corneteiros
A Segunda, Terceira e Quarta Baterias tinham um total de 231 homens, sendo o Batalhão composto por 317 militares.
Foi criado neste Batalhão uma Escola de Instrução Primária, que era regida pelo capelão, tendo por ajudante um Oficial Inferior da sua escolha, e uma aula elementar de matemática, para instrução dos Oficiais Inferiores e mais Praças do Corpo, regida por um oficial subalterno do Batalhão, ficando para esse fim dispensado de outro qualquer serviço.
Qualquer uma destas escolas era pública e gratuita para os “meninos e mancebos macaenses” que delas se quisessem aproveitar.
Havia, igualmente, uma Escola Prática para exercícios de artilharia sob a direcção dos oficiais, que para tal função eram nomeados pelo Comandante do Corpo, executando todos os anos exercícios de experiência e prática para todas as praças, a fim de poderem adquirir perfeita instrução do serviço de artilharia, tanto de “muralha como de campanha”.
O Comandante do Batalhão exercia, sob as ordens do Governador de Macau, as funções de Inspector de todo o material de artilharia, munições e mais petrechos de guerra, tendo a seu cargo a visita das fortalezas e dirigir, por via do Governador, as requisições motivadas de todos os objectos necessários.
O mesmo comandante era, igualmente, Inspector das Obras Públicas Militares.
Toda a pólvora para consumo das fortalezas e das tropas da guarnição era exclusivamente remetida pela Fábrica Nacional de Goa, por conta do Cofre da Fazenda Pública de Macau.
A Cidadela do Monte passou a ser o Quartel do Batalhão, sendo comandado pelo responsável do Batalhão. No respeitante à Fortaleza da Barra foi destinado o seu comando a um Oficial Superior ou a um Capitão de qualquer arma, mas sem acesso. Os Fortes de S. Francisco e do Bom Parto (ou Bom Porto) e Guia ficavam sem comando efectivo.
Segundo o Decreto, em cada uma das fortalezas e fortes haveria um Inferior ou Cabo, com as funções de Fiel encarregado do material de artilharia, sob as ordens do Comandante do Batalhão Inspector da Artilharia; este serviço era destinado, como foi dito, a Inferiores e Cabos de bom comportamento.
O Hospital Regimental de Macau foi extinto e, para o substituir, criou-se no Hospital da Misericórdia uma enfermaria militar.
O armamento, correame e equipamento, eram proporcionados à arma de artilharia e acomodados igualmente para os exercícios de infantaria. Este material era fornecido pelo Arsenal do Exército de Lisboa por conta do Cofre da Fazenda Pública de Macau.
*Conforme consta do livro: todas as gravuras e ilustrações são da colecção do autor ou da sua autoria.
Aguarelas/aquarelas: Rui Belo
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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