Cronicas Macaenses

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Macau: gravuras dos prédios do Hotel Kuoc Chai, Banco BNU e Polícia Judiciária

As três gravuras de prédios históricos de Macau são do livro <CEM ANOS QUE MUDARAM MACAU>, edição do Governo de Macau – 1995, dos autores: Sérgio Infante, Rogério Beltrão Coelho, Paula Alves e Cecília Jorge. Os textos são do livro e se referem ao ano de 1995:

Hotel Kuoc Chai

Hotel Kuoc Chai

HOTEL KUOC CHAI

O Grande Hotel  Kuoc Chai — ou simplesmente Grand  Hotel — de autoria do engenheiro civil macaense João Canavarro Nolasco (1937) e construído pelo empreiteiro Tai Man Hou, esteve para chamar-se Hotel Hau Heng.

Situado no fim da Avenida Almeida Ribeiro (frente à ponte nº 16), na altura da sua inauguração “o prédio mais alto de todo o império colonial português”, o Kuoc Chai destinava-se sobretudo à clientela chinesa. Durante os anos da II Guerra Mundial o Kuoc Chai viveu momentos dignos dos mais agitados filmes de espionagem …

No quarto 410 do Kuoc Chai funcionou, por exemplo, nos anos 40, uma delegação permanente da quadrilha chefiada por Wong Kong Kit e sua mulher, aliados do coronel Sawa, chefe dos Serviços Especiais japoneses em Macau. Dali partiam as acções que visavam alvos nos cais dos vapores de carreira.

O alçado principal, de que se edita a gravura, manteve-se praticamente inalterado ao longo dos anos.

Polícia Judiciária

Polícia Judiciária

POLICIA JUDICIARIA

No actual edifício da Polícia Judiciária, no segundo quarteirão da Rua Central, funcionou, até 1968, a Central da Polícia de Segurança. Para se instalar, a Polícia Judiciária procedeu a obras de adaptação, de autoria do arquitecto João de Mascarenhas e que o construtor Lam Wong executou de 1968 a 1970. A obra constou da “execução de um edifício totalmente novo a construir ao lado do existente, de tal maneira que fique integrado no mesmo conjunto arquitectónico”.

Recentemente, verificaram-se novas obras de ampliação de que resultou a construção de mais um edifício ligado ao conjunto já existente,

A gravura que se publica reproduz a traça original do alçado principal do edifício da Polícia Judiciária, que hoje constitui o bloco central da PJ e se mantém praticamente inalterado.

Banco Nacional Ultramarino

Banco Nacional Ultramarino

BANCO NACIONAL ULTRAMARINO

Inaugurado oficialmente a 1 de Março de 1926 pelo governador  Maia de Magalhães e com a presença do bispo D. José da Costa Nunes e de “tudo quanto Macau conta de mais distinto”, segundo a notícia do diário “A Pátria”.

A construção da “Casa da Agência” — o primeiro edifício próprio do BNU no Território e ainda hoje a sua principal instalação — foi obra do empreiteiro e construtor Ho-Loy tendo como engenheiro responsável Arthur Schiappa Monteiro de Carvalho.

Manuel Monteiro Lopes, gerente do BNU de 1922 a 1927 e grande impulsionador do projecto (que oficialmente assinou), assegurou, com grande rigor, a fiscalização da obra.

O edifício, com o valor venal (na época) de 60 mil patacas, segundo a descrição predial, consta ae “cave (armazém), rez-do-chão e l2 andar e tem anexas as dependências constituídas por arrecadações, cozinhas, quartos de criados, casa para guarda, garage e retretes“. Tem o alçado principal na Avenida Almeida Ribeiro, 2 e 2A, “com 3 portas que dão acesso ao rez-do-chão (…) e um portão que dá acesso a um páteo e comunicação para o 1º andar e dependências (…) e tem também uma porta que aa acesso a um páteo e que tem o nº 67 de polícia para a Rua da Praia Grande“. A gravura agora publicada reproduz o traçado original que se manteve até finais de 1995, altura em que se deu início às obras de ampliação do edifício. A diferença mais significativa é a existência actualmente de uma varanda coberta no 1º andar (à direita na gravura) abrangendo a esquina da Avenida Almeida Ribeiro com a Rua aa Praia Grande e a ala lateral na Rua da Praia Grande. Tudo leva a crer (pela documentação fotográfica existente) que, apesar de não constar do projecto, a varanda faz parte da construção inicial.

*Nota do blog: Macau foi um território português na China por cerca de 440 anos, tendo sido devolvido em 1999. A edição do livro ocorreu durante a administração dos portugueses.

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Rogério P. D. Luz, macaense-português de Macau, ex-território português na China, radicado no Brasil por mais de 40 anos. Autor dos sites Projecto Memória Macaense e ImagensDaLuz.

Sobre

O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.

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