Na comemoração do Dia de Macau em São Paulo, no último dia 23, o macaense Pedro Almeida veio especialmente do Rio de Janeiro, para colaborar com a Mariazinha Carvalho numa apresentação em patuá, e ao final, pessoalmente, discorreu sobre dois temas: “a distinção entre o Macaense e o Macaísta”, e o prato de “preferência nacional macaense”: o Minchi.
O Pedro, ciente da visita do Prefeito de Macau – Kerginaldo Pinto, do Rio Grande do Norte, Brasil, teve a especial atenção de oferecer ao ilustre visitante camisetas (camisolas-Portugal) com o símbolo da Casa de Macau do Rio de Janeiro, ato que mereceu um agradecimento especial e a alegre surpresa que lá na cidade maravilhosa tinha uma associação com o nome da sua terra natal. O Prefeito até mostrou interesse em visitar a Casa do Rio para conviver com a comunidade macaense , o que certamente terá uma boa acolhida por parte da Direção e dos associados, o que é peculiar dos bons amigos e conterrâneos cariocas.
Vamos então ao que o Pedro Almeida discorreu sobre os assuntos em tópico:
MACAENSE X MACAÍSTA
Para maior esclarecimento, quero frisar que não estou falando da NACIONALIDADE e sim sobre ETNIA.
Literalmente falando, sob o ponto de vista gramatical, o sufixo “ ENSE ” designa aquilo que é oriundo de…. ou natural de….ou seja nascido em…. ex:
CANADÁ = Canadense (PT Brasil)
NICARÁGUA = Nicaraguense
PARÁ = Paraense
PARIS = Parisiense
FRIBURGO = Friburguense
MACAU = Macaense
Por outro, lado o sufixo “ ISTA” designa tudo o que esteja relacionado a …ou que se identifique com …ou abrace a causa ….. ex:
ESPORTE = Esportista
MACHO = Machista
JORNAL = Jornalista
FUTEBOL = Futebolista
TÊNIS = Tenista
MOTOR = Motorista
Para os mais ERUDITOS, vou aprofundar a minha explicação:
Sob a ótica chinesa, em Cantonês, a definição “ TÔU – SAN – CHAI ” é explicita. Não deixa dúvidas.
A maioria das pessoas entendem por TOU (BARRIGA) SAN (NASCER) CHAI (FILHO) ou seja “FILHO PARRIDO DA BARRIGA”.
Porém o idiograma TOU deriva de TEI-TOU (MAPA GEOGRÁFICA LOCAL), o que literalmente traduz o significado correto para “ O FILHO NATO DA TERRA LOCAL” .
Tem mais, os chineses chamam o MAQUISTA-CHAPADO de HÁM-HA-TCHÁM !
Infelizmente nem TODO MACAENSE é Macaísta (pois existem macaenses que são do contra, falam mal e desprezam tudo mais que esteja relacionado a esta comunidade).
Portanto, existe uma grande diferença entre Macaense e Macaísta.
E é exactamente o grupo citado pela Mariazinha de brasileiras ou estrangeiras que frequentam e colaboram com esta CASA que, por definição e com muito orgulho, chamamos de Macaístas.
Pois TODO MACAÍSTA tem um “coração macaense” batendo forte no seu peito e espero que permaneça batendo firme enquanto viver, levando adiante nossa bela EXPRESSÃO CULTURAL
Ficarei à disposição, mais tarde para quem tiver perguntas ou queira aprofundar a sua pesquisa na raiz macaense… logicamente, regado a uma geladinha porque ninguém é de ferro ! Tá certo ou nunca, Mariazinha ?
Nota do editor: para os amigos da Macau-RN-Brasil, pela explicativa acima, seriam Macauenses os nascidos na terra e Macauístas os não nascidos mas que têm “coração macauense” e lá residem.
A ORIGEM DO MINCHI
Depois de tanta COMIZAINA e da pança que está cheia, não devemos esquecer de alimentar o nosso espírito também , através do conhecimento !
Tenho certeza que vocês já estão carecas de saborear o Minchi de tudo quanto é jeito.
Mas, por acaso você conhece a origem da palavra MINCHI ?
Vem do Inglês “ MINCED – MEAT ” .
Meat = carne + Minced = triturado, moído.
MINCED-MEAT ou MINCHI = é a velha conhecida e famosa CARNE-MOÍDA.
O prato original veio dos Anglo-Saxões e Germanos (antigos povos do Velho Mundo – a Europa).
Mas, você já comeu MINCHI na Inglaterra, França ou Alemanha? Será que ele consta dos MENUS dos Restaurantes Europeus? NÀO ! PORQUE ?
A bem da verdade, eles usavam a carne moída para fazer ALMÔNDEGAS, HAMBURGERS, BOLOS DE CARNE e outros recheios…
Nem os mais famosos CHEFS-DE-CUISINE sonhavam em preparar um MINCHI.
Só as nossas avós (exímias cozinheiras) que devido à escassez da carne bovina em Macau, começaram a misturar a carne de porco (que era mais popular na China) melhorando o sabor desse prato e apresentaram ao mundo o famoso Minchi – carne moída mista temperada e frita, junto com batatinha em cubinhos e um ovo por cima. Pronto ! Sem mistérios, mas mui sabroso !
Se fosse inventado no Brasil, seria conhecido como “CARNE MOIDA À CAVALO” !
O que ficaria SEM XISTE !!
Como vê, MINCHI também é cultura ! VIVA A CULTURA MACAENSE !
Pedro Almeida oferece ao Prefeito de Macau Kerginaldo Pinto, do Rio Grande do Norte, Brasil, camiseta (camisola-Portugal) com o símbolo da Casa de Macau do Rio de Janeiro
Pedro Almeida recebe do Prefeito de Macau Kerginaldo Pinto, do Rio Grande do Norte, Brasil, camiseta (camisola-Portugal) com a imagem da Macau brasileira.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
No livro “Meio Século em Macau” de J. J. Monteiro (José Joaquim Monteiro) composto por dois volumes, nas últimas páginas do Volume II estão as letras da canção “Macau (linda)”, que infelizmente não temos a gravação e nem se sabe se houve, talvez nos arquivos pessoais de algum macaense ou familiares. Trata-se de uma música […]
Os Brasões de Macau portuguesa são todos inspirados nos estilos heráldicos tradicionais da Europa. O primeiro brasão de armas de Macau foi usado até ao final do século XIX. É apenas constituído pelas armas de Portugal cercado pela inscrição Cidade do Nome de Deus, Não Há Outra Mais Leal. O segundo brasão de armas foi […]
A Sessão Solene de Abertura e Jantar de Boas Vindas do Encontro das Comunidades Macaenses – Macau 2019, oferecida pelo Governo da RAEM, foi realizada em 24 de Novembro de 2019 no Hotel Sheraton Grand Macao, Cotai Central, na Ilha da Taipa de Macau O Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, cujo mandato se […]
Comentários