Os associados da Casa de Macau de São Paulo reuniram-se hoje no restaurante chinês Champion, localizado na Rua da Glória no bairro da Liberdade, para o almoço de confraternização de Natal. Devido ao Encontro das Comunidades Macaenses vários associados e membros da direção ainda não retornaram da viagem, e já prevendo isso, optou-se por comemoração natalina fora das dependências do clube, e a opção que mais agrada a todos é um bom almoço chinês, que São Paulo, felizmente, dispõe de várias opções.
Com quatro mesas reservadas, 40 associados puderam saborear um gostoso cardápio de cozinha cantonense pagando apenas um preço simbólico de R$ 5,00 (aprox, US$ 2,20), e a Casa subsidiando o resto. Ainda levaram de presente uma garrafa de azeite de oliveira português. A Cilla Inácio, coordenadora do almoço, lamentava que o restaurante por problemas do forno deixou de servir uns gostosos “tán tát (pastel de nata)”, que chegam a ser parecidos aos de Macau. Uma pena, mas volto para comprar, pois não sabia dessa disponibilidade já que os vendidos em São Paulo, estão longe de serem iguais aos de Macau e dos pastéis de Belém.
Com o almoço a Casa de Macau encerra as atividades de 2013, reabrindo em 2014 já com a instalação de uma Assembléia Extraordinária para apreciação e aprovação dos novos Estatutos no dia 12 com mudanças da estrutura de administração da associação. Conforme exposto pela diretoria, a mudança visa enfrentar a falta de candidatos ao cargo máximo.
Tenho cá comigo um exemplar dos novos Estatutos, porém somente vou abordar sobre o assunto para conhecimento geral após a Assembléia, pensando ouvir as exposições sobre a funcionalidade para depois poder falar algo a respeito. Uma lida rápida pareceu que o sistema de funcionamento das novas regras poderá ser diferente das demais Casas do mundo. Mas para saber melhor do funcionamento, o mais certo é estar lá dentro para conferir, e se for bom, oferecer algum útil contributo, pois a Casa tem que continuar, de um jeito ou outro.
Julgo que para além de pensar na continuidade da associação e em quem devemos investir para isso, temos que pensar também que as Casas, no futuro, além da difícil tarefa de administrar as suas reservas para essa sobrevivência, vão se adaptando à nova realidade macaense, sempre evolutiva conforme se passam os anos da transição, dentro um contexto de relacionamentos e a sua identidade conforme o ponto de vista desses macaenses da diáspora. Quanto a isso, julgo que um dos importantes elos com a Macau de hoje seja o Encontro das Comunidades Macaenses, mesmo que somente um número reduzido dos seus membros viajem para o evento. Não gostaria de pensar como seriam os níveis de relacionamentos sem os Encontros. Uma das coisas seria a possível perda do elo. A nível pessoal não se perderia tanto, embora nas conversas entre a malta já se sente um certo desânimo de alguns pela descaracterização da cidade com aquela que deixaram no momento da imigração, além do cansaço pela longa vigem. Um assunto que os colóquios não conseguem arrancar das pessoas pois para falar em público prefere-se omitir e calar-se, mas um dia, se calhar falo algo sobre isso que praticamente pouco ou nada se noticia, ou que não convém tocar no assunto.
Ah … por falar da identidade macaense li várias opiniões escritas. Muitas teorias boas e genericamente corretas, mas para falar de identidade, uma das coisas seria regredir ao raciocínio até os anos 70, a maciça emigração macaense, ou até os anos 80 e início de 90. Precisava ter convivido com a malta, ou até pertencer a ela para saber o que pensam e como eram essas diferenças e classificações que se davam a cada tipo e origem do indivíduo. Depois, analisar a sua evolução conforme se aproximava a transição das duas colônias (Macau e H.Kong), a sua efetivação e a atualidade. Adaptações? Houve muitas, mas a essência é que ninguém tem disposição para falar em público pois pode ofender muita gente. Enquanto isso vemos muitas palavras bonitas e “politicamente corretas”, mas precisava ver o que os reais personagens do tema pensam a respeito, pois a identidade se forma em cima do cidadão, do que ele pensa e sente, e como se comporta. Sobre o assunto, nos bastidores e fora do cenário público, a conversa é outra. Falo isso por ser um dos personagens da “identidade macaense”.
Seja o que for, que tenhamos um bom Natal e um excelente 2014, apesar da restrição chinesa ao “14”, e que se salve a identidade macaense, qual seja, a original ou a nova devidamente adaptada.
Imagens do almoço de confraternização em fotos de Rogério P.D. Luz, que como sempre não aparece nas imagens pois é o fotógrafo:
O Restaurante Champion (o antigo) fica na Rua da Glória. Dizem que o sabor é mais original que no novo estabelecimento na frente dele
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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