Noticiário da Revista Macau na sua edição de Maio de 1994, comunicava o falecimento em 28 de Abril de 1994 do pintor macaense Herculano Estorninho. Este era o texto:
MORREU ESTORNINHO
Revista Macau – Maio de 1994
Herculano Estorninho, o pintor macaense de ascendência timorense, faleceu a 28 de Abril último (1994), em Hong Kong, após prolongada doença, dias depois de ter completado 73 anos de idade.
Nascido em Macau em 1º de Abril de 1921, Herculano Estorninho começou a pintar aos 15 anos. Naquilo que foi para si, durante muito tempo, um hobby, pois só há escassos anos deixou a actividade profissional do ramo da hotelaria, deixou obra vasta e internacionalmente reconhecida.
As obras de Estorninho, onde avultam as aguarelas, estão espalhadas por inúmeras colecções particulares, da Europa à América, na Austrália e em Timor e no sudeste asiático. Em Portugal, quadros seus fazem parte do património artístico dos palácios de Belém e S. Bento.
Apesar de ter nascido em Macau e de ter sido um dos seus filhos mais devotados e notórios, Herculano Estorninho sentia-se timorense “dos sete costados”, tendo defendido com determinação a causa do povo de Timor-Leste. Em 1975, participou na primeira conferência sobre Timor; foi delegado da UDT no território e era presidente do conselho fiscal da associação Tata Mai Lau.
Ainda no campo político, foi um dos fundadores do Centro Democrático de Macau (CDM), associação cívica da área do Partido Socialista, fundada logo a seguir ao 25 de Abril de 1974.
Estorninho foi ainda o primeiro director do então diário Ponto Final, cargo que abandonou por razões de saúde.
Sete anos depois, em 2001, o Jornal Tribuna de Macau assim recordava a sua pessoa:
“Herculano Estorninho, uma das maiores expressões do meio artístico macaense, nasceu em 1º de Abril de 1921. Foi considerado um dos grandes pintores portugueses das últimas décadas. A sua afeição ao mundo exterior está bem vincada na obra artística que deixou descrita pelo próprio, como “um dom de Deus”.
Os seus trabalhos estão representados nos quatro cantos do mundo. Em coleções particulares de Macau, França, Itália, Japão, Brasil, Timor Leste, Filipinas, Estados Unidos, Austrália, Suécia, Alemanha, Madeira e Portugal. Seus quadros estão expostos nos Palácios de Belém e de São Bento, em Portugal, e na Casa de Macau em Lisboa, que foi a primeira sala portuguesa a exibir os seus trabalhos, em Setembro de 1971.
Aos 73 anos de idade, passou para a eternidade. No entanto, a sua obra perdura no seio da cultura portuguesa. Fica a memória de uma “árvore” que – tal como as muitas que retratou na suas telas – “morreu de pé”.”
Na página do Facebook do seu sobrinho José Luís Estorninho, este texto acompanhava a publicação da imagem acima de um catálogo de exposição das suas obras:
Herculano Estorninho foi um homem multi-facetado de grande sensibilidade estética e de bom-senso, aliado da sua frontalidade, sentido de político, de justiça, e humanidade, fizeram dele uma pessoa ímpar, procurado, considerado e estimado!
Nesta exposição “Macau e Timor em Aguarelas – Retrospectiva 1951-1991, promovida pela Associação dos Antigos Alunos do Liceu N.I.D.H. de Macau, foi a penúltima do artista para posteriormente, em ’92, vir a realizar uma outra na Missão de Macau em Lisboa!
Antes expôs “exaustivamente”, com a realização de um total de 7 mostras em ’82; ’83; ’85; (’87 2x) e (’88 2x), desde Macau, Pequim, Xangai, Lisboa, e Porto!
Aliás, outras exposições anteriores que tiveram o seu início nos anos ’60, onde a partir de ’63, Herculano Estorninho se expôs pela primeira vez uma mostra juntamente com Frederick Joss e Tam Tsing Teung, no Leal Senado! Bem como nos 3 anos seguintes, e em 2 consecutivos, Herculano Estorninho expôs em várias galerias de Hong Kong!
Assim como nos anos ’70 as pinturas de Herculano Estorninho percorreram de lés a lés por várias salas de exposições, a começar em ’73, por duas mostras, primeiro em Macau, e depois no Palácio Foz, Portugal Enquanto que em ’76 decorreram no mesmo ano, três exposições, sendo uma vez no Leal Senado, com Kwok Se e Lam Wai Long, e outras duas, individualmente no Museu Luis de Camões, e uma última na capital Díli, Timor!
Algumas da suas aguarelas/aquarelas que retratam Macau:
pintar é viver, é sentir, é amar … Herculano Estorninho
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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Se poder gostaria de saber quanto pode valer uma pintura deste pintor.Muito obrigado
Olá Manuel, infelizmente não tenho a mínima ideia. Os seus familiares em Macau talvez soubessem dizer algo a respeito. Abraço