20 anos sem Ayrton Senna. O mundo todo recorda nesta data de 1º maio, a morte do excepcional piloto brasileiro no circuito de Ímola, Itália, em 1994. Farta matéria na televisão, jornais e na internet conta todas as passagens da sua vida.
Para lembrar o Senna neste aniversário de 20 anos da sua morte, vamos falar um pouco da sua participação no Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 em 1983, que foi a sua última corrida da categoria antes de ingressar na Fórmula 1 pela equipe Toleman.
Ayrton tinha acabado de ganhar o Campeonato Inglês de Fórmula 3 quando recebeu o convite de Teddy Yip, da Theodore Racing, para participar da GP de Macau de 1983. Nesse ano, com o fim da Fórmula Atlantic, a Fórmula 3 substituiu a falida categoria na corrida principal de Macau, mantendo-se assim até os dias de hoje. Como os carros de Fórmula 3 não possuíam tanque de combustível para aguentar mais de 60 milhas (cerca de 97 km) de prova ou 15 voltas, e para não descaracterizar o significado de um “Grande Prémio” com uma prova com tão poucas voltas, a organização decidiu promover a corrida principal em duas baterias (mangas) de 15 voltas cada. O vencedor do GPM seria decidido pela soma de tempo das duas provas.
Teddy Yip que encerrara a sua fracassada participação na Fórmula 1 com a equipe Theodore em 1983, contratou Senna, mais o piloto Roberto Guerrero que não conseguiu marcar nenhum ponto na temporada de 1983 de F1, e o seu arqui-rival Martin Brundle na F3 inglesa.
Guerrero, colombiano de Medellin, pela sua passagem na F1 com 29 corridas no seu currículo, era a estrela da equipe Theodore recebendo o carro com o nº 1. Todas as atenções estavam voltadas para ele. O Brundle ficou com o carro nº 2 e Senna o nº 3. Até parecia que não confiavam muito nele, por ser sua primeira participação em circuito de rua e por nunca ter corrido em Macau.
No entanto, o piloto brasileiro, já em vias de ingressar na F1, logo mostrou que não veio para brincar e nem foi à toa que ganhou o campeonato de F3 na Inglaterra. Cravou a pole position com o tempo de 2m 22.02s com o seu Ralt-Toyota RT3 e deixou o Guerrero para largar na 2ª posição, com o Brundle em 3º. Gerhard Berger que viria futuramente ser o seu companheiro de equipe na McLaren na F1 largava em 5º.
Senna não largou bem na 1ª bateria e logo foi superado pelo colombiano. Mas já no fim da reta, na curva do Hotel Lisboa, saindo do vácuo do Guerrero e por dentro tomou a dianteira da corrida conservando a posição até o fim com uma vantagem de 6 segundos em relação ao segundo. Depois da corrida, o colombiano, o 2º colocado, declarou à imprensa que não esperava que o Senna fosse fazer a manobra com os pneus frios. Brundle foi atingido na traseira por Pierluigi Martini e teve que parar nos boxes para trocar o pneu.
Para a 2ª bateria, o brasileiro ainda teve tempo para correr ao hotel e tirar um cochilo por umas horas, já que morria de sono pelo fuso horário (Macau está 11 horas à frente do Brasil). Isso foi bom pois ele voltou em forma e ganhou a prova de ponta a ponta, ficando Roberto Guerrero novamente em segundo lugar com Berger em terceiro.
Na soma das duas baterias que teve 15 voltas cada uma, Senna ficou em 1º com o tempo total de 1h 11m 34.96s. R.Guerrero ficou em 2º e Berger em 3º. A melhor volta foi de Senna com 2m 21.59s, no entanto esta questão foi lembrada pelo Berger numa entrevista anos depois. A princípio, após a corrida, o austríaco foi avisado por alguém (não identificado) que ele detinha a melhor volta da prova. Ele analisou os mapas e constara que não era verdade, mas ficou por aí.
Mais tarde, numa festa, Ayrton aproximou-se do Berger e disse “você tem o prêmio da melhor volta, mas é meu, pois fiz a melhor volta”. O austríaco respondeu ao brasileiro “ok então fica para você, eu não ligo”. A partir daí, nasceu uma grande amizade entre ambos os pilotos, ao ponto dos dois se tornarem companheiros de equipe na McLaren. Na homenagem prestada ao Senna em Ímola pelos 20 anos da sua morte, Berger foi um dos que discursaram pela sua memória.
Vídeo do GP de Macau de 1983 com entrevista do Senna em inglês – canal de mscheeres
Outro vídeo curto da largada do GPM 1983 – canal de macaurocketman
O F3 Ralt-Toyota RT3 de Ayrton Senna no Museu do Grande Prémio de Macau
(fotografias de/photos by Rogério P.D. Luz)
* Fontes: Wikipedia / livro Colour and Noise / blog Ayrton Senna Co UK
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.


Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.


cartaz de Ung Vai Meng

O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.

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No Anuário de Macau do ano de 1962, nas páginas finais, vários anúncios publicitários encontravam-se publicados, os quais, reproduzimos abaixo para matar as saudades de quem viveu aquela época de ouro, ou então, para curiosidade daqueles que possam se interessar em conhecer, um pouco mais, aquela Macau de vida simples, sem modernidade, mas, mais humana.









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