Jair Rodrigues por onde pisava, no palco, nos programas de tv, esbanjava alegria. Até pouco tempo atrás o vi na tv, num programa de entrevista na sua casa de campo, onde ele procurou ainda mostrar a sua boa forma nos seus 75 anos de idade, mas, assim Deus quis, e Jair partiu momentaneamente hoje, 8 de maio. Sofreu um infarto e foi encontrado morto na sua casa em Cotia, São Paulo.
Quando cheguei ao Brasil em 1968, Jair tinha acabado de ganhar há dois anos atrás, em 1966, o saudoso festival de música da tv Record com a canção Disparada, que ora disponho para sua visualização nesta postagem. Desde lá, ele era uma presença constante dos programas de auditório e musicais de tv que, outrora, assistia com assiduidade. Bons tempos!
Não gostaria de estar a publicar postagens de homenagens póstumas, mas não há como evitar, é a lei da vida até chegar o nosso dia. Tristemente vemos pessoas que marcaram épocas a partir. Pessoas, personagens, que nos trazem tantas saudosas memórias dos bons e velhos tempos, quando a vida não tinha tantos equipamentos de consumo mas eramos felizes sem perceber, apesar da situação política do País. Aos poucos os legítimos representantes da MPB-Música Popular Brasileira de outrora vão partindo. É a vida, é a vida. Descanse em paz Jair!
Saiba um pouco de Jair Rodrigues, especialmente aos leitores fora do Brasil que talvez não o conheçam, e vejam três vídeos musicais dele no You Tube, e cante junto com as letras disponibilizadas abaixo:
JAIR RODRIGUES – de acordo com a Wikipédia
Jair Rodrigues de Oliveira (Igarapava, 6 de fevereiro de 1939) foi um cantor brasileiro, pai de Luciana Mello e Jair Oliveira. Faleceu em Cotia-SP em 8 de maio de 2014 aos 75 anos de idade.
Primeiros anos
Nascido em Igarapava, o cantor foi criado em Nova Europa, também interior paulista. Durante a juventude, teve várias profissões. Foi engraxate, mecânico e pedreiro, até participar de um programa de calouros da Rádio Cultura e se classificar em primeiro lugar.
Carreira
A carreira musical de Jair Rodrigues começou quando ele se tornou crooner no meio dos anos 50 na cidade de São Carlos, lá chegando em 1954 e participando da noite são-carlense, que era intensa na época, também com participações na Rádio São Carlos como calouro e com apresentações, vivendo intensamente nessa cidade até o fim da década.
Em 1958 Jair Rodrigues prestou o serviço militar no Tiro de Guerra de São Carlos, como Soldado Atirador nº 134, que na época era denominado TG 02-043.
No início da década de 60, ele foi tentar o sucesso na capital do estado e acabou por participar de programas de calouros na televisão. Em 1965, Elis Regina e Jair Rodrigues fizeram muito sucesso com sua parceria em O Fino da Bossa, programa da TV Record.
Em 1966, o cantor participou e venceu o Festival da Canção de 1966 com a música Disparada (veja vídeo abaixo), de Geraldo Vandré e Théo de Barros,1 empatando com a música “A Banda“, de Chico Buarque. Conhecido por cantar sambas, Jair surpreendeu o público com uma linda interpretação da canção Disparada. A partir daquele momento, sua carreira decolou e seu talento assegurou décadas de sucesso ao cantor. Nesse período, o artista realizou turnês por Europa, Estados Unidos e Japão.
Em 1971, gravou o samba-enredo Festa para um Rei Negro, da Acadêmicos do Salgueiro, do Rio de Janeiro. Jair interpretou ainda sucessos sertanejos como O Menino da Porteira, Boi da Cara Preta e Majestade o Sabiá. Nas décadas seguintes, sua produção diminuiu de volume. Entretanto, Jair Rodrigues continuaria conhecido por sua grande energia e sua alegria contagiante.
Jair Rodrigues canta Disparada ganhando o Festival de Música Popular Brasileira de 1966 na TV Record
Disparada
Composição: Theo de Barros
Prepare o seu coração pras coisas que eu vou contar
Eu venho lá do sertão, eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão e posso não lhe agradar
Aprendi a dizer não, ver a morte sem chorar
E a morte, o destino, tudo, a morte e o destino, tudo
Estava fora do lugar, eu vivo pra consertar
Na boiada já fui boi, mas um dia me montei
Não por um motivo meu, ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse, porém por necessidade
Do dono de uma boiada cujo vaqueiro morreu
Boiadeiro muito tempo, laço firme e braço forte
Muito gado, muita gente, pela vida segurei
Seguia como num sonho, e boiadeiro era um rei
Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo
E nos sonhos que fui sonhando, as visões se clareando
As visões se clareando, até que um dia acordei
Então não pude seguir valente em lugar tenente
E dono de gado e gente, porque gado a gente marca
Tange, ferra, engorda e mata, mas com gente é diferente
Se você não concordar, não posso me desculpar
Não canto pra enganar, vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado, vou cantar noutro lugar
Na boiada já fui boi, boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém, que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse, por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu querer ir mais longe do que eu
Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo
Já que um dia montei agora sou cavaleiro
Laço firme e braço forte num reino que não tem rei
Jair Rodrigues canta A Majestade, o Sabiá com Chitãozinho e Xororó
A Majestade, o Sabiá
Composição: Roberta Miranda
Meus pensamentos
Tomam formas, eu viajo
Vou pra onde Deus quiser
Um vídeo-tape que dentro de mim retrata
Todo o meu inconsciente
De maneira natural
Ah! Tô indo agora pra um lugar todinho meu
Quero uma rede preguiçosa pra deitar
Em minha volta sinfonia de pardais
Cantando para a majestade, o Sabiá
A majestade, o Sabiá
Tô indo agora tomar banho de cascata
Quero adentrar nas matas
Aonde Oxossi é o Deus
Aqui eu vejo plantas lindas e selvagens
Todas me dando passagem perfumando o corpo meu
Ah! Tô indo agora pra um lugar todinho meu
Quero uma rede preguiçosa pra deitar
Em minha volta sinfonia de pardais
Cantando para a majestade, o Sabiá
A majestade, o Sabiá
Esta viagem dentro de mim foi tão linda
Vou voltar à realidade
Pra este mundo de Deus
Pois o meu eu, este tão desconhecido
Jamais serei traído
Pois este mundo sou eu
Ah! Tô indo agora pra um lugar todinho meu
Quero uma rede preguiçosa pra deitar
Em minha volta sinfonia de pardais
Cantando para a majestade, o Sabiá
A majestade, o Sabiá
Jair Rodrigues canta Não Deixe o Samba Morrer com Alcione
Não Deixe o Samba Morrer
Composição: Edson Conceição / Aloísio
Quando eu não puder
Pisar mais na avenida
Quando as minhas pernas
Não puderem aguentar
Levar meu corpo
Junto com meu samba
O meu anel de bamba
Entrego a quem mereça usar
Eu vou ficar
No meio do povo, espiando
Minha escola
Perdendo ou ganhando
Mais um carnaval
Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final
Não deixe o samba morrer
Não deixe o samba acabar
O morro foi feito de samba
De Samba, pra gente sambar
* Site oficial de Jair Rodrigues: http://jairrodrigues.com.br/
** Assista e/ou ouça 134 músicas de Jair Rodrigues no You Tube todas com links em:
http://www.ouvirmusica.com.br/jair-rodrigues/#mais-acessadas/67649
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Não poderia este blogue deixar de fazer mais um registo histórico de uma tradição mantida na Macau do ano de 2023, hoje, território da República Popular da China. Assim, o nosso colaborador, Manuel V. Basílio, macaense residente em Macau, nos dá o relato, com fotos, sobre a procissão de Nossa Senhora de Fátima realizada no […]
No Anuário de Macau do ano de 1962, nas páginas finais, vários anúncios publicitários encontravam-se publicados, os quais, reproduzimos abaixo para matar as saudades de quem viveu aquela época de ouro, ou então, para curiosidade daqueles que possam se interessar em conhecer, um pouco mais, aquela Macau de vida simples, sem modernidade, mas, mais humana.
Páginas digitalizadas do Anuário de Macau, Ano de 1962, o que aparentemente foi o último da série, ficamos aqui a conhecer quem eram as pessoas que ocuparam cargos no – Governo da Província e Repartições Públicas. Mesmo passados mais de 60 anos, agora que estamos na década com início em 2020, muitos nomes ainda estão […]
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