Macau viveu também a sua “primavera sino-macaense” nesta semana, em dois dias seguidos, a exemplo da “primavera brasileira” ou “primavera árabe”. Milhares de pessoas foram às ruas protestar contra um projeto do governo local chamado de “regime de garantias para os titulares de cargos públicos”. Pela primeira vez na história da cidade tão grande número de pessoas foram às ruas para protestar. Macau estava em polvorosa!
A primeira manifestação, que segundo os organizadores, reuniu de 15 a 20 mil pessoas nas ruas, embora a polícia diga que foram 7 mil, era composta, na maioria, por jovens portando cartazes bilíngues, em chinês e alguns em português e aconteceu no dia 25 de maio.
No dia seguinte, novamente, cerca de 7.500 manifestantes, estimativa da organização dos protestos e 4.900 segundo a polícia, concentraram-se diante da Assembleia Legislativa para acompanhar a discussão no plenário do projeto de lei do governo. Um drone surpreendeu a todos ao voar sobre a multidão, provavelmente para vigiá-los conforme informa a imprensa de Macau.
O movimento que repercutiu com protestos em Portugal, na Austrália e em Taiwan por parte de estudantes de Macau, teve efeito imediato. O governo pediu à Assembleia Legislativa a retirada de votação do projeto que foi aprovado pelos deputados, já no terceiro dia em 27 de maio. Alegava que antes precisa fazer melhor consulta pública.
À distância, aqui do Brasil, acompanhei o noticiário pela imprensa de Macau, e através de um grupo no Facebook com base na cidade que não poupou árduas críticas à iniciativa do projeto. Acreditava estar a viver um momento histórico de Macau e uma evidência, ao que parece, a validade do princípio de Um País, Dois Sistemas aplicado na reunificação do território à China e que tem um prazo de 50 anos desde 1999. Penso, se além das fronteiras, no continente, isso teria acontecido ou permitido diante do seu vulto e a livre informação nos meios de comunicação. No fundo, causou-me certa preocupação.
Para os amigos leitores que não conhecem bem Macau, a cidade e suas duas ilhas com um total de 28,6 km2, tem uma população estimada em 2013 de cerca de 600 mil habitantes, portanto o número de manifestantes até que representa na proporção um valor significativo.
Para entender melhor o movimento leia os artigos abaixo da imprensa de Macau de língua portuguesa nos links abaixo, e outros que puder encontrar em pesquisas nos jornais:
Jornal Tribuna de Macau:
http://jtm.com.mo/local/macau-acordou-grita-pela-demissao-chefe/#sthash.23X1DDab.dpuf
http://jtm.com.mo/local/suspensa-votacao-regime-de-garantias/
*nota de 30/05: para ainda melhor avaliar o momento, leia esta notícia publicada em Macau neste link – http://jtm.com.mo/actual/detido-grande-numero-de-activistas/
Jornal Hoje Macau:
http://hojemacau.com.mo/?p=70782
http://hojemacau.com.mo/?p=70854 (outros artigos com links nos próprios artigos)
Jornal Ponto Final:
http://pontofinalmacau.wordpress.com/2014/05/26/protesto-quente/
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
No livro “Meio Século em Macau” de J. J. Monteiro (José Joaquim Monteiro) composto por dois volumes, nas últimas páginas do Volume II estão as letras da canção “Macau (linda)”, que infelizmente não temos a gravação e nem se sabe se houve, talvez nos arquivos pessoais de algum macaense ou familiares. Trata-se de uma música […]
Os Brasões de Macau portuguesa são todos inspirados nos estilos heráldicos tradicionais da Europa. O primeiro brasão de armas de Macau foi usado até ao final do século XIX. É apenas constituído pelas armas de Portugal cercado pela inscrição Cidade do Nome de Deus, Não Há Outra Mais Leal. O segundo brasão de armas foi […]
A Sessão Solene de Abertura e Jantar de Boas Vindas do Encontro das Comunidades Macaenses – Macau 2019, oferecida pelo Governo da RAEM, foi realizada em 24 de Novembro de 2019 no Hotel Sheraton Grand Macao, Cotai Central, na Ilha da Taipa de Macau O Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, cujo mandato se […]
Comentários