Uma igreja com fachada circular e paredes que formam uma eclipse, é o destaque da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos apesar do seu interior ser mais simples em relação a outras da cidade histórica de Ouro Preto no estado de Minas Gerais, no Brasil.
Construída e frequentada pelos escravos negros no século 18, em 1785, tanto a referência de “Pretos”, é um raro exemplar do barroco mineiro. Substituía uma antiga capela de 1765 que existia no local. No interior com elementos da cultura afro, pode-se ver uma escultura de Santa Helena atribuída a Aleijadinho e imagens de Santo Antônio e de São Benedito que seriam obras do seu irmão, Padre Félix. Na reforma em 1930, recebeu ladrilhos hidráulicos franceses coloridos no piso.
No dia em que fomos visitá-la, passamos primeiro pela Igreja Nossa Senhora do Pilar, a segunda mais rica do Brasil, e subindo ladeiras e ladeiras, que é o básico de Ouro Preto, finalmente alcançamos a igreja que, localizada quase no topo de morro, no Largo do Rosário, havia no seu entorno espaços para uma vista panorâmica da região e das montanhas ao redor. Como todas as igrejas da cidade histórica, não era permitida fotografia do seu interior.
Fotografias de/photos by Rogério P.D. Luz e Mia Luz – clicar nas fotos menores para ampliar
Texto detalhado sobre a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos publicado pelo
IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi formalmente constituída em 1715, e funcionou inicialmente na Matriz de Nossa Senhora do Pilar. Já no ano seguinte, adquiriu capela própria no Bairro do Caquende. Por ocasião da procissão conhecida como “Triunfo Eucarístico”, realizada em Vila Rica no ano de 1733, em que se procedeu o traslado da imagem do Santíssimo Sacramento da primitiva capela do Rosário para a Matriz do Pilar, construíram os Irmãos do Rosário a rua que tomou posteriormente o nome de rua do Sacramento (atual Getúlio Vargas) para a passagem desta procissão.
Em troca desse benefício, em 1761 a Irmandade obteve do Senado da Câmara, concessão de um amplo terreno, próximo à capela primitiva, onde foi construída a atual Igreja do Rosário, cujo risco é atribuído ao artista Antônio Pereira Sousa Calheiros. Diante da lacuna na documentação, não se pode datar com precisão a época de início das obras. Pode-se, entretanto, com base no testamento do mestre de obras José Pereira dos Santos, inferir que as obras da Igreja do Rosário já se encontravam bastante adiantadas em meados de 1762, uma vez que no referido documento já se fala em ajuste de novos portais em lugar de óculos. Sua história é também obscura com relação ao período que compreende os anos de 1762 e 1781, visto que o mais antigo livro de Receita e Despesa da Irmandade do Rosário, localizado pelo historiador Cônego Trindade, tem como data inicial o ano de 1781.
Em 1784, Manuel Francisco de Araújo é contratado para fazer o risco da empena e frontispício, obras estas arrematadas no ano seguinte por José Ribeiro de Carvalhais, já incluindo também as torres. As obras foram executadas no período compreendido entre os anos de 1784 e 1793. A decoração interna do templo iniciou-se por volta de 1784, cabendo a Manuel José Velasco a execução de dois altares. O entalhador José Rodrigues da Silva realizou entre 1790 e 1792, cinco altares colaterais, os quais receberam pintura e douramento dos artistas Manuel Ribeiro Rosa e José Gervásio de Sousa. Este último, além da pintura da capela-mor em 1798/99 e dos altares de Santo Antônio, São Benedito e Santa Efigênia, executou também os painéis da sacristia, entre 1792 e 1794.
A construção do adro data de 1820, obra de Manuel Antônio Viana e José Veloso Carmo. Finalmente, em 1822/1823, foram feitos o coro, tapavento e portas de almofadas para a capela-mor. O monumento passou por obras de restauração nos anos de 1869 e 1882, através de verbas concedidas pelo Governo Provincial. Dentre as obras realizadas no século XX, merece destacar a de 1935/36, sob a coordenação da antiga Inspetoria de Monumentos Nacionais, compreendendo, entre outros serviços gerais, a confecção de grades de ferro para a galilé, até então fechada com velhas cancelas de madeira, e de 40 bancos de madeira para a nave. Tanto as grades quanto os bancos foram desenhados pelo pintor paulista J. Wasth Rodrigues.
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário é considerada pelos especialistas como a expressão máxima do barroco colonial mineiro. É composta por planta elíptica, com corredores em torno da capela-mor e sacristia quadrangular na extremidade. O frontispício cilíndrico apresenta três arcos no primeiro pavimento, três portas sacadas no segundo e, como coroamento um frontão trilobado. O uso da cantaria se manifesta nas arcadas, entablamento, frontão, consolos e coruchéis que, em contraste com o branco do frontão e da cimalha que arremata o entablamento, proporciona um efeito imponente ao frontispício.
Segundo Paulo Ferreira Santos, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário teria sofrido influência das igrejas de São Pedro dos Clérigos das cidades do Porto e Rio de Janeiro, como também da igreja de San Carlo Alle Quattro Fontane, de Francesco Boromini. A cadeia de influências inclui ainda a Igreja de São Pedro dos Clérigos de Minas Gerais e São Francisco de Assis de Ouro Preto. Internamente, a monumentalidade é conferida pelos elementos arquitetônicos, como as pilastras toscanas que delimitam o espaço interno da nave. Já os altares, executados entre 1784 e 1792 por Manuel Velasco e José Rodrigues da Silva, são de uma simplicidade extrema, predominado o aspecto pictórico. Em número de seis, estão sob a invocação dos santos da Irmandade de Rosário dos Pretos. Quanto à imaginária, as imagens de Santo Antônio da Núbia e São Benedito são atribuídas ao Padre Antônio Félix Lisboa, meio-irmão do Aleijadinho, mas sem prova documental. Por outro lado, os Livros de Receita e Despesa da Irmandade apontam um pagamento a Manuel Dias da Silva e Sousa pela fatura de cinco imagens de madeira em 1800-1801.
Observações:O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.
Fonte: http://www.iphan.gov.br/ans.net/tema_consulta.asp?Linha=tc_belas.gif&Cod=1375
Imagens do interior da Igreja obtidas no Google Imagens
Imagens do entorno da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
* Viagem em Agosto de 2012
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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